United States or South Korea ? Vote for the TOP Country of the Week !


Na barca de S. Pedro ex-santo, hoje banqueiro, São tantos os caixões com bulas da cruzada, E tanto o oiro em barra, as joias, o dinheiro, O navio é tão velho e a carga é tão pesada; Os anneis, os setins, as purpuras, as rendas, As mitras d'oiro fino, os bentos, as imagens, As pratas, os cristaes, os vinhos, as of'rendas, Os meninos do côro, os famulos, os pagens;

Subiu a fidalga com o tio, entraram na sala de espera, que estava aberta, e d'ahi a pouco entravam n'outra sala, que era a das visitas. D. Theodora olhava em de redor de si por sobre aquelles riquissimos setins e marmores, e dizia intallada: Olha o meu dinheiro por onde anda!... Paulo benzia-se e murmurava: Parece o palacio do rei!

Em compensação, as toilettes de rigor, os setins roçagantes, os pufs d'estofo adamascado, bordados de flôres, plumas, franjas e peitilhos de contas, iam direito á fascinação das burguezas. E apenas ella appareceu, foi na sala um borborinho atufado sss... sss... alguns tacões bateram ainda, e houve nas torrinhas um bocejo em voz alta, intencional. Mas estava calculada a reacção.

Começaram a sair taboleiros de riquissimos velludos, setins, e sedas de differentes côres, e debaixo do chale escondeu a fidalga um cofre de joias, em que estavam as da filha, e as suas, que eram muitas e de subido quilate. Afóra isto, passou D. Maria das Dôres para as mãos do genro um outro cofre muito pesado, que continha, segundo disseram, dinheiro em ouro.

Em porphirio, alabastro, em prata e oiro, E em fulgidos setins!... Primores d'arte, Por onde o Artista Maximo reparte Co'os olhos meus bellissimo thesouro!... Entre nós não ha festas verdadeiras, No templo, no palacio ou na choupana, Que em todo o grão matiz da vida humana, Prescindam de vos ter por companheiras!...

O estylo de ha mil annos é o mesmo estylo de hoje. São os grandes balões, os estandartes, conduzidos por moços vestidos de vermelho. São os enxovaes primorosos, as cabaias, a collecção dos sapatinhos, tudo disposto nas liteiras luzentes dos esmaltes. São as colossaes peças de doçaria, castellos de assucar, dragões de assucar, coisas espantosas. São os porcos assados, loiros, deliciosos, espalmados sobre os taboleiros, com laços de fita nos focinhos. São as orchestras estridentes, de flautas, de rebecas. São as creanças ataviadas em setins, em allegorias de scenas de outros tempos, cavalgando alimarias pachorrentas.

Mas o dinheiro do senhor Antonio José da Silva! o dinheiro, atilados leitores, vêde bem que se trata de dinheiro, dinheiro em abundancia, placas de ouro e prata, cousas torpes e vis, confessemos que sim, mas cousas com que se compram as carruagens, os velludos, os setins, os jantares, os bailes, a consideração, os ouvidos, os olhos, as linguas, as pennas, as eloquencias, com que tudo se compra inclusivamente os romances, illustradas leitoras, e intelligentes bachareis!

A esta venerada igreja do Pilar vinha tambêm cada domingo D. Leonor, a tam falada e formosa mulher do senhor de Lara, acompanhada por uma aia carrancuda, de olhos mais abertos e duros que os de uma coruja, e por dois possantes lacaios que a ladeavam e guardavam como tôrres. Tam ciumento era o senhor D. Alonso que, por lho haver severamente ordenado o seu confessor, e com medo de ofender a Senhora, sua vizinha, permitia esta visita fugitiva, a que êle ficava espreitando sôfregamente, de entre as rexas de uma gelosia, os passos e a demora. Todos os lentos dias da lenta semana os passava a senhora D. Leonor no encêrro do gradeado solar de granito negro, não tendo, para se recrear e respirar, mesmo nas calmas do estio, mais que um fundo de jardim verde-negro, cercado de tam altos muros, que apenas se avistava, emergindo dêles, aqui, alêm, alguma ponta de triste cipreste. Mas essa curta visita a Nossa Senhora do Pilar bastou para que D. Rui se namorasse dela tresloucadamente, na manhã de maio em que a viu de joelhos ante o altar, numa réstea de sol, aureolada pelos seus cabelos de oiro, com as compridas pestanas pendidas sôbre o livro de Horas, o rosário caíndo de entre os dedos finos, fina toda ela e macia, e branca, de uma brancura de lírio aberto na sombra, mais branca entre as rendas negras e os negros setins que

Diante de nós, ao trote fino d'uma egoa de luxo, passára vivamente, para os lados da rua Royale, um coupé onde entrevi, na penumbra dos setins que o forravam, uns cabellos côr de mel. Vivamente tambem, Fradique sacode o meu braço, balbucia um «adeus!», acena a um fiacre, e desapparece ao galope arquejante da pileca para os lados do cães d'Orsay. «Mulher!», pensei eu.

Hoje, Theodoro, é toda uma symphonia, todo um engenhoso e delicado poema de rendas, baptistes, setins, flôres, joias, cachemiras, gazes e velludos... Comprehende a satísfação inenarravel que haverá, para os cinco dedos de um christão, em percorrer, palpar estas maravilhas macias; mas tambem percebe que não é com o troco d'uma placa honesta de cinco tostões que se pagam as contas d'estes cherubins... Mas ellas possuem melhor, Theodoro: são os cabellos côr do ouro ou côr da treva, tendo assim nas suas tranças a apparencia emblematica das duas grandes tentações humanas a fome do metal precioso e o conhecimento do absoluto transcendente.

Palavra Do Dia

dormitavam

Outros Procurando