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As outras flores tinham-nas mirrado os ardores do estio: restavam do morto ramilhete as immarcessiveis perpetuas.

Era um grito convulsivo de desordenada lubricidade; era o ruido d'uma besta agitada por todas as furias de Venus; era como esse rouco e secco bramar dos veados, nos bosques, sob a calma do estio; era a balbuciação ebria dos Faunos da fabula, do deus Priappo, dos Satyros caprinos que vagueavam pelos pendores sagrados do monte Olympo, ululando, trincando a brancura dos lyrios, violando o coração das rosas, arremessando-se com pulos ferozes de bodes ao entreverem, entre as ramagens dos olmos, as claras nymphas das aguas... Era tudo isto, e era ainda mais.

Era assim o primeiro: «Diz-me tu, amor, que magos philtros insinuaste no coração da virgem de olhos negros, que lêda e melancolica, lagrimosa e risonha, te está enamorando na lua, d'onde lhe sorris em noites calmas de estio, na floresta, onde lhe cicias palavras nunca ouvidas, na fonte, onde lhe murmuras a tua linguagem do céo?

Ali, fugindo ás ardencias do estio e monotonia da cidade, me fui recrear, durante alguns mezes, á sombra d'aquellas viçosas amoreiras, completamente descuidado do bulicio d'este mundo, para a sós comigo me entregar ao prazer de alguns dias serenos e beatifico scismar.

Amortalhei na o pensamento, E achei a paz na inercia e esquecimento... me falta saber se Deus existe! Ali, onde o mar quebra, num cachão Rugidor e monotono, e os ventos Erguem pelo areal os seus lamentos, Ali se hade enterrar meu coração. Queimem-no os sóes da adusta solidão, Na fornalha do estio, em dias lentos; Depois, no hinverno, os sopros violentos Lhe revolvam em torno o árido chão...

O mar, que agora brando He das Nereidas candidas cortado, Logo se irá mostrando Todo em crespas escumas empolado: O soberbo furor de negro vento Fara por toda parte movimento. Lei he da natureza Mudar-se desta sorte o tempo leve: Succeder á belleza Da Primavera o fructo; a elle a neve; E tornar outra vez por certo fio Outono, Inverno, Primavera, Estio.

Se serão camisas, ou mortalhas leves, Cama para bodas, ou lençoes de dor!... No vetusto escano o lavrador sombrio Pensa na courela... Santo Deos, Jesus! Se a tormenta engrossa, se lha leva o rio, Como é que hade o gado pelo ardor do estio Sustentar-se a piornos de fraguedos nus!...

A desde o romper do dia, ao lado do unico creado que tinha, vigiando tudo, adeante do gado pelos ingremes atalhos da serra, nas veigas, em noites de estio, com agua até ao artelho, guiando as regas pelos milharaes, curvado, ceifando, sob o sol ardente, o seu corpo não tinha repouso.

Amor é a palavra, o brado eterno Solto por Deus ao vêr feito o mundo, Que fez tremer os carceres do inferno E o sol ficou da côr d'um moribundo: A primavera, estio, outono, inverno, Terra, céo, alma pura, bicho immundo, Tudo ahi cabe á larga de tal modo Que n'essa concha Deus se fecha todo.

As bochechas balofas e tremulas, dilatadas pelo calor do estio, ressumavam-lhe um succo oleoso, que descia em rêgos pelos tres rofêgos da barba, e vinha adherir a camisa ás duas grandes esponjas, que formavam os seios cabelludos do nosso amigo attribulado. O senhor Silva inquieto, e resfollegando como um hippopótamo, passeava no seu escriptorio.

Palavra Do Dia

stuart

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