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Mas toda a outra vasta água permanece imóvel, como morta, com uma grande mancha de sangue que lateja. Todo êsse sangue caíu, de-certo, da ferida do sol, redonda e vermelha, sangrando em cima, num céu dilacerado por fundos golpes rôxos. Para alêm da névoa leitosa que cobre as lagôas, dos charcos salgados, onde a marezia ainda chega e se espraia muito longe, um monte flameja e fumega.

A lareira flameja: e alumia a face de nosso Pai, que o esfôrço da Vida embelezou, onde os beiços se adelgaçaram, e a testa se encheu com o lento pensar, e os olhos sossegaram num brilho mais certo. O anho, espetado num pau, assa e pinga nas brasas. No chão pousam cascas de côco, cheias de clara água da fonte. Uma pele de urso tornou macio o leito de fetos.

No inverno, as candidas aves Abandonam os pombaes, Meu bem, teus olhos suaves Não me desterrem jámais! Quando á tarde o ceu flameja, Junto de ti encostado, Que vezes, não tenho inveja Da agulha do teu bordado! Eu quizera a toda a hora Cantar-te, ó sol os meus dias! Como os sonetos que á Aurora Enviam as cotovias. Ó labios que pedem beijos! Ó brancas mãos delicadas!

Ó seculo de ferro! ó geração escrava! que ouves Satan ladrar na noute do Evangelho, no teu sollo do Mal, sobre teu sollo em lava, cae a agua do ceu como n'um poço velho! Sim a agua do ceu que faz viver a flôr mal que no poço cae transforma-se na lama! Ó seculo de ferro, ó seculo de horror, que fazes tu da Voz, que em teu deserto clama? Que fazes tu da Voz que ouço passar nos ventos, prégando a Negação, n'um funebre arrepio, que ouço clamar na noute em uivos e em lamentos como um ladrar feroz de ruivo cão sombrio? Que fazes tu da Voz dos teus prophetas santos que dão prantos de sangue ás tuas vexações, e do carro de fogo arrojam os seus mantos que arrastam á Revolta o mar das multidões? Que fazes tu? Tu ris! Tu vaes como a rameira vender teu deus, teu ceu, tua honra ao lupanar. A Justiça tornou-se em velha alcoviteira. A Egreja ri na orgia, e Christo deixa o Altar! O Desespero crú esparge o seu veneno na taça d'ouro e onyx das jovens illusões. O Odio faz ouvir o seu terrivel threno. O Mal com a tenaz aperta os corações! A virginal Poesia, a virgem d'alvas vestes ergue aos ceus suas mãos, brancas como o alabastro. Traz a Lyra na mão vestida de cyprestes. Seu santo coração flameja como um astro! ella faz ouvir n'um seculo corrupto sua Lyra de bronze ao temporal da Sorte! ella faz ouvir seu alaúde em luto que notas crueis de Maldição e Morte.

Escrever para o nosso bazar, Largo dos Intrujões, 5, 1.^o andar. A obra está completa. A machina flameja, Desenrolando o fumo em ondas pelo ar. Mas antes de partir mandem chamar a Egreja Que é preciso que um bispo a venha baptizar. Como ella é com certeza o fructo de Cain, A filha da razão, da independencia humana, Botem-lhe na fornalha uns trechos em latim, E convertam-n'a á Catholica Romana.

E entre tocheiros deslumbrantes Ser bem comido e bem jantado Por alguns vermes elegantes N'um gabinete reservado!... O meio dia bateu na torre da Egreja. A aldeia é silenciosa e triste. O sol flameja. Entre o surdo murmurio abrasador da luz, Como n'um grande forno, os grandes montes nus Recosem-se, espirrando as urzes d'entre as fragas.

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