United States or French Polynesia ? Vote for the TOP Country of the Week !


Nós, porém, com inteira franqueza o dizemos, temos ainda suas dúvidas, e após recentes pesquizas, em que vamos prosseguindo, inclinamo-nos a ajuizar que o pseudo-ultimo eco do alaúde ainda não era nascido no ano de 1516... Mas, para aclarar este ponto de capital importância, aguardemos a nova versão que o snr. dr. Theóphilo Braga tem na forja sobre os poetas bucolistas.

Como ella torvo, soltarei um hymno Depois do triumphar. Oh meus irmãos, da embriaguez da guerra Bem triste é o acordar! Nessa alta encosta sobranceira aos campos, De sangue ainda impuros, Onde o canhão troou por mais de um anno Contra invenciveis muros, Eu, tomando o alaúde, irei sentar-me; Pedir inspirações Á noite queda, ao genio que me ensina Segredos das canções.

Ora não podendo o abalisado professor continuar persistindo em que Bernardim Ribeiro teve por amigo e confidente Cristovam Falcão de Sousa, como poderá s. ex.^a explicar que entre os manuscritos legados por Bernardim se encontrassem as composições do... último eco do alaúde?

Eu nunca fiz soar meu canto humilde Nos paços dos senhores: Eu jámais consagrei hymno mentido Da terra aos oppressores. Mal haja o trovador que vae sentar-se Á porta do abastado, O qual com ouro paga a alhêa infamia, O cantico aviltado. O filho das canções, da gloria o bardo Não manchou o alaude; O ingenho seu ha consagrado á Patria; Seu canto é da virtude. Ingenho! dom dos ceus, consolo ao triste Nos dias de afflicção, Qual solto vento em areal deserto, Livres teus cantos são. No despontar da vida, do infortunio Murchou-me o sopro ardente: Pela terra natal, na flor dos dias, Eu suspirei ausente. O solo do desterro, ah, quanto ingrato

Feliz nauta, em teu seio tranquillo Pulsa em paz coração baixo e rude; Fado amigo negou-te o alaúde: Deu-m'o a mim: para prantos m'o deu. Nunca, pois, surgirá uma aurora Em que nelle resoe a alegria, E em que o triste, que a dor opprimia, Erga um hymno de jubilo ao céu? Nunca rir-me propicia a ventura Sobre a terra verão estes olhos? Será sempre cuberto de abrolhos Agro trilho que á morte conduz?

Esqueci-me do Deus que adorara; O prestigio da gloria passou; E a minha alma, vazia de affectos, No limiar do porvir se assentou: Meus pulmões arquejaram com ancia, Buscando ar na amplidão do futuro, E sómente encontraram, por trévas, De sepulchros um halito impuro. Mas, emfim, eu te achei, meu consolo; Eu te achei, oh milagre de amor! Outra vez vibrará um suspiro No alaúde do pobre cantor.

E, se assim não fizer, o seu alaúde não tem sons, e o genio fallece-lhe de impotencia. Mas o poeta quer este titulo; cantor quer a grinalda das flores em troca da corôa de espinhos; é preciso cantar. Se lhe pedisseis, em vez de horrores, uma poesia banhada de luz celeste, em que os mil reflexos de cima fossem as virtudes possiveis no mundo...

Theóphilo Braga teve ensejo de reconhecer que a figura do trovador Cristovam Falcão era mero produto de uma lenda, mas não teve a coragem precisa para vir a público declarar que tinha errado ao dar á estampa o seu primeiro volume sobre os poetas bucolistas, em que, seguindo a rotina, dera existência real ao suposto poeta, que havia classificado de *ultimo eco do alaúde provençal, modificado pelo gosto hespanhol de Padron e Stuniga*.

Creio que disse, não me lembra aonde, que encontrei entre as urzes da matta subjacente ao castello um espigão de espora sem rosêta, e suspeitei que ella houvesse sido do infausto amador da castellã. Figurou-se-me, ao cahir da noite, vêl-a no gothico balcão, voltada para os serros fronteiros, suspirar no alaude: Adeus, serra do Mizio! Adeus, val de Villa Pouca! Adeus, castello sombrio!

Felizmente que o genio hellenico comporá, para a expressão das alegrias e das tristezas da nossa alma um alaúde de sete cordas, o qual saberá vibrar unisono com tudo que é humano, um grande orgão de mil teclas igual ás multiplas alegrias da vida.

Palavra Do Dia

dormitavam

Outros Procurando