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Em vão, para tecer-me hum ledo engano, Filosofo ostentoso industrias cança; Diz-me em vão, que exhalando-se a esperança, Repousa na apathía o peito humano. O nauta a soçobrar no Pégo insano rir ao longe a cérula bonança; A mente esperançosa enfreia, amansa Os roncos, e as bravezas do Oceâno.

Se dão esses teus meigos, vivos olhos Aos mesmos Astros luz, e vida ás flores; Que effeitos não farão, em quem por elles Sempre morrêo de amores? Os mares, minha bella, não se movem; O brando Norte assopra, nem diviso Huma nuvem sequer na Esfera toda, O destro Nauta aqui não he preciso; Eu conduzo a náo, eu modéro Do seu governo a roda.

Ao ermita sósinho na montanha Visita-o Deus e dá-lhe confiança: No mar, o nauta, que o tufão balança, Espera um sopro amigo que o céo tenha... ! Mas quem se assentou em riba estranha, Longe dos seus, tem inda a lembrança: E Deus deixa-lhe ao menos a esperança Ao que á noite soluça em erma penha... ! Não o é quem na dor, quem nos cançaços, Tem um laço que o prenda a este fadario.

Os agouros dizem-lhe que a habilidade do orador é saber ouvir e callar; que, por pouco que se falle, succede um dia dizer-se o contrario do que se havia dito tempo antes; que os adversarios abusam d'isso e ficam causticando o sujeito; que a força das maiorias consiste em votar sem abrir o bico; que assim como o nauta dextro caça a véla, e muda o rumo ao leme conforme sopra o vento de um lado ou do outro do horisonte, assim a elle lhe convém variar a proposito conforme as circumstancias, com socego, e sem bulha.

Quão proficuo aos mortaes he nauta ousado! Se tu, Lysia, tens gloria, ao nauta o deves, Que abrio primeiro do Oriente as portas: E teu nome immortal soou na Terra, Porque teu lenho undívago a cercára, Nas Ilhas do Oceano, e mares todos, Dos Lusos se conserva o nome, e a fama. Muito pôde o valor, pouco a sciencia No seculo inda rude, alheio ás artes!

Guia a bussola o nauta em seu caminho, Como um dedo de Deus. «Bebe a nuvem no mar, no rio a fera; Acha o tigre covil na antiga Hyrcania, Hoje em dia, Ghilã; Renasce a planta á luz da primavera, E no calix da flôr gotta espontanea Cahe á luz da manhã.

Procurara-a, oh! se a procurara! como o nauta procura o norte, como a ave procura o ninho, como a féra o seu covil mas, apesar de a procurar com todo este excesso de poesia, o resultado era sempre o mesmo... nada, nada, nada, tres vezes nada coisa nenhuma!

Immortal Galileo, devem-te os sabios, Da Terra aos astros o caminho aberto; Qual deve a Magalhães o nauta a estrada, Que cerca todo o globo em mar profundo: He teu brazão sômente, he gloria tua Desta mesquinha, inerte escura Terra Avizinhar as lucidas estrellas; E, se o Toscano ceo d'astros he rico, Que ao throno Medicêo docel formárão, A ti se deve, a ti!... Memoria triste!

Perdido o leme e o rumo ao barco seu, Como é que póde o nauta navegar?... Morreste, e nada tenho commigo! Esp'ranças, illusões, sonhos ditosos D'esses meus dias de prazer, de gosos Voaram todos para Deus comtigo. Vivo triste, sempre dado Ao martyrio, á dor, ao pranto: A vida, por meu mau fado, Não tem para mim encanto!

Mas então, Rio amado, as tuas aguas descendo Nessa luz reflectida, a tremer como um luar, Todo o passado irei nas tuas margens revendo, E o coração talvez se esqueça de chorar, Como nauta que a voz de Loreley enleva, E para a morte vae nesse enlevo a cantar... Vento surdo, que vaes a galopar na treva! Pára um momento! Escuta a minha voz clamante como soffro, e ao longe esta Saudade leva