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Aos genios de Dante, Petrarcha e Boccacio, iniciadores d'esse movimento extraordinario e inegualavel, em o periodo em que as trovas provençaes ainda eram o divertimento das classes patricias, e de Leonardo de Vinci, succedera uma geração toda illustre.

Foi a poesia do povo, longo tempo desprezada pelas côrtes provençaes, que os livreiros mercenarios dos principios do seculo XVI atiraram ao vulgo, recolhida em folhas volantes. Foi assim que d'estas folhas dispersas se formaram os primeiros Romanceiros; Esteban de Najera, Martin Nucio, Andres de Villalta e Pedro de Flores juntaram os romances que andavam discarriados.

Não se póde. Um homem capaz de aconsoantar uma quintilha, não sabe regatear com damas camisolas de flanella. O que logo lembra, em presença da filha de um principe, se ella é bonita, e os amores lhe esvoaçam á volta da regia fronte, é a mandóra dos provençaes, o enamorado Macias, as trovas suspiradas no harpejar do bandolim, á barbacan do castello, ou mais dentro, se é possivel.

O que diz Camões a quem, depois de o ter lido com olhos de homem de gosto, o relê com olhos de philosopho? Camões, responde o snr. Oliveira Martins, diz-nos o segredo da nacionalidade portugueza. Houve, com effeito, uma nacionalidade portugueza por mais estranha que esta affirmação nos pareça, a nós, portuguezes do seculo XIX, que não atinamos a encontrar no presente uma causa vivendi: houve uma razão de ser tanto para as instituições como para os individuos, e uma idéa nacional, espalhada como a alma collectiva por todo este corpo, então vivo e agil. E não houve uma nacionalidade portugueza, mas essa nacionalidade, superior aos impulsos cegos da raça e á fatalidade da geographia, produziu-se como uma obra do esforço e da vontade, não resultado de obscuros instinctos primitivos, como um facto politico e moral, não como um facto etimologico. Quando em Hespanha não havia ainda senão catalães, castelhanos, leonezes e navarros; em França provençaes, gascões, bourguinhões, bretões; em Allemanha suabos, austriacos, saxões, hanoverianos; em Italia tantos pequenos estados rivaes quantas cidades, e não se fazia bem idéa do que fosse ser hespanhol, francez, allemão, italiano, porque estas palavras França, Hespanha, Allemanha, Italia designavam apenas vagas agrupações naturaes e não grupos organisados em Portugal havia portuguezes, e ser portuguez tinha uma significação definida e precisa. Este é o grande facto, diz o snr. Oliveira Martins, que faz d'elle o seu ponto de partida: daqui, a cohesão politica da nação; d'aqui, a sua physionomia moral. Essa cohesão é a unidade; essa physionomia é o patriotismo. O patriotismo, pondera acertadamente o snr. Oliveira Martins, é cousa muito distincta do amor da terra: e o patriotismo, como os portuguezes dos seculos XV e XVI o conceberam, foi um phenomeno moral quasi unico na Europa de então, e que os tornou muito mais parecidos com os romanos antigos do que com os povos seus contemporaneos. O patriotismo é uma idéa abstracta, que excede a capacidade toda sentimental da raça; o instincto naturalista da raça o amor da terra; não vai mais além: a idéa nacional póde dar o patriotismo, comprehendido á romana e á portugueza. O Cid batalha mais d'uma vez contra os castelhanos, ao lado dos arabes; o condestavel de Bourbon vira a sua espada aventureira contra a França que o viu nascer; nem por isso deixa o Cid de ser um typo de bravura idealisado pelos hespanhoes, e o condestavel de Bourbon um leal cavalleiro para todos os cavalleiros de França; mas os Pereiras, combatendo ao lado dos castelhanos em Aljubarrota, são malditos, arrenegados; e, mais tarde o Magalhães será portuguez no feito, porém não na lealdade: apostataram da idéa nacional. Eis a grande differença. Esta noção do patriotismo cria uma ordem de sentimentos particulares dos individuos para com a nação, um modo de ser moral peculiar.

Tolera-se ou desculpa-se que Faria e Sousa e Camacho aquilatassem por essa forma o merito de de Miranda. Não se podia esperar outra cousa de seu engenho satyrico. De outra ordem é a affirmativa, feita por criticos respeitaveis, de que os proprios versos que se dizem italianos e introduzidos por de Miranda eram conhecidos na peninsula do uso dos provençaes que os imitaram dos arabes.

'Neste tempo o renascimento das Canções provençaes distrahia os serões das principaes côrtes da Europa. O romance popular era antigo e invariavel; não se prestava a perpetuar as anecdotas e pequenas intrigas palacianas. Então começaram os poetas cultistas a glosar os romances mais celebres da tradição.

Abstrahi do que se referia ás guerras dos Logares santos; recordae os cantares de galanteio ascetico, e, sincera paixão do fim do seculo undecimo, do duodecimo, e do principio do decimo terceiro, se porventura os lestes; sentireis isto mesmo que eu vos confesso: que toda a presente poesia não parece senão um ecco tardio do cantar nativo e ainda inculto dos Provençaes.

O que diz Camões a quem, depois de o ter lido com olhos de homem de gosto, o relê com olhos de philosopho? Camões, responde o snr. Oliveira Martins, diz-nos o segredo da nacionalidade portugueza. Houve, com effeito, uma nacionalidade portugueza por mais estranha que esta affirmação nos pareça, a nós portuguezes do seculo XIX, que não atinamos a encontrar no presente uma causa vivendi: houve uma razão de ser tanto para as instituições como para os individuos, e uma idéa nacional, espalhada como a alma collectiva por todo este corpo, então vivo e agil. E não houve uma nacionalidade portugueza, mas essa nacionalidade, superior aos impulsos cegos da raça e á fatalidade da geographia, produziu-se como uma obra do esforço e da vontade, não resultado de obscuros instinctos primitivos, como um facto politico e moral, não como um facto ethnologico. Quando em Hespanha não havia ainda senão catalães, castelhanos, leonezes e navarros; em França provençaes, gascões, borguinhões, bretões; em Allemanha suabos, austriacos, saxões, hanoverianos; em Italia tantos pequenos estados rivaes quantas cidades, e não se fazia bem idéa do que fosse ser hespanhol, francez, allemão, italiano, porque estas palavras França, Hespanha, Allemanha, Italia designavam apenas vagas agrupações naturaes e não grupos organisados em Portugal havia portuguezes, e ser portuguez tinha uma significação definida e precisa. Este é o grande facto, diz o sr. Oliveira Martins, que faz delle o seu ponto de partida: daqui, a cohesão politica da nação; daqui a sua physionomia moral. Essa cohesão é a unidade; essa physionomia é o patriotismo. O patriotismo, pondera acertadamente o sr. Oliveira Martins, é cousa muito distincta do amor da terra: e o patriotismo, como os portuguezes dos seculos XV e XVI o conceberam, foi um phenomeno moral quasi unico na Europa de então, e que os tornou muito mais parecidos com os romanos antigos do que com os povos seus contemporaneos. O patriotismo é uma idéa abstracta, que excede a capacidade toda sentimental da raça; o instincto naturalista da raça o amor da terra; não vai mais além: a idéa nacional póde dar o patriotismo, comprehendido á romana e á portugueza. O Cid batalha mais de uma vez contra os castelhanos, ao lado dos arabes; o condestavel de Bourbon vira a sua espada aventureira contra a França que o viu nascer; nem por isso deixa o Cid de ser um typo de bravura idealisado pelos hespanhoes, e o condestavel de Bourbon um leal cavalleiro para todos os cavalleiros de França; mas os Pereiras, combatendo ao lado dos castelhanos em Aljubarrota, são malditos, arrenegados; e, mais tarde o Magalhães será portuguez no feito, porém não na lealdade: apostataram da idéa nacional. Eis a grande differença. Esta noção do patriotismo cria uma ordem de sentimentos particulares dos individuos para com a nação, um modo de ser moral peculiar.

A primeira questão que o Cancioneiro portuguez do Vaticano sugere é determinar as suas relações com os antigos cancioneiros provençaes portuguezes em grande parte perdidos; esta circumstancia complica o problema critico, e por isso importa bem determinar aproximadamente o numero d'essos cancioneiros para se fazer o processo de filiação.

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