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Avancei tropeçando nas pedras, mas os jactos d'agua da torrente rapida, embargavam-me o passo. Horrida tentação me assaltou. Contemplei o céo sereno, onde brilhava, entre nuvens immoveis, o dôce astro dos amantes; puz a mão sobre o coração, e caminhei. Dava-me a agua pelos joelhos, mas sentia sempre o chão lodento em redor dos meus pés que escorregavam. Não podia mais.

O chapeu de chuva ergue-se para o ceu, e a bengalla volta-se para o chão; elle levanta-se, e ella curva-se: elle desabrocha nas nuvens e defende-nos do que vem de cima, ella serve para os casos terrestres e para nos defender o lombo do que vae por baixo! O encanto principia a ter poder n'uma pessoa antes mesmo d'ella nascer.

«Ó illusões, ó nuvens peregrinas, horas da mocidade fugidas! illusões ó princezas perseguidas galopando em phantasticas collinas, ó brancas cathedraes de pedra erguidas com as santas, á tarde, purpurinas vegetações, florestas, ideal recebei meu adeus no hospital

Nunca Carlinhos fôra mais querido que n'essa tarde placida de noivado, onde tudo ria á sua mocidade leviana; a Dora que elle levava pelo braço e readquiria vivezas de pomba; os pavões, que sob os telhados das abegoarias, inquietos, gritando d'entorno ás femeas, abriam enormes leques mosqueados d'ouro verde; nuvens de pombos que o ruido assombrava forçando-os a revoar de cimalha em cimalha; e ao largo a paisagem caindo n'uma paz luminosa, muito irisada em tintas subtis.

O sol do outono, declinando para o horizonte, derramava sobre tudo aquilo ondas de luz e matizava-o de vivas cores; o dia extinguia-se lentamente; nuvens de opala flutuavam na atmosfera, orlando o céu azul.

Ahi um Santo allegorico, um Solitario do seculo VI, morria uma tarde sobre as neves da Silesia, assaltado e domado por uma tão inesperada e bestial rebellião da Carne, que, á beira da Bemaventurança, subitamente a perdia, e com ella o fructo divino e custoso de cincoenta annos de penitencia e d'ermo: um corvo, facundo e velho além de toda a velhice, contava façanhas do tempo em que seguira pelas Gallias, n'um bando alegre, as legiões de Cesar, depois as hordas de Alarico rolando para a Italia, branca e toda de marmores sob o azul: o bom cavalleiro Percival, espelho e flôr d'Idealistas, deixava por cidades e campos o sulco silencioso da sua armadura d'ouro, correndo o mundo, desde longas éras, á busca do San-Gral, o mystico vaso cheio de sangue de Christo, que, n'uma manhã de Natal, elle vira passar e lampejar entre nuvens por sobre as torres de Camerlon: um Satanaz de feitio germanico, lido em Spinosa e Leibnitz, dava n'uma viella de cidade medieval uma serenada ironica aos astros, «gottas de luz no frio ar geladas»... E, entre estes motivos de esplendido symbolismo, vinha o quadro de singela modernidade, as Velhinhas, cinco velhinhas, com chales de ramagens pelos hombros, um lenço ou um cabaz na mão, sentadas sobre um banco de pedra, n'um longo silencio de saudade, a uma restea de sol d'outono.

Entanto as nuvens desdobravam-se, menos espessas, correndo, que uma claridade de lua velada poude orientar-me na marcha.

Era a Glória, mas sem a tuba estridente, Que ingenuamente ouvi pela amplidão vibrar; Era a Ambição, captiva a sua asa fremente, Que tão alto esvoaçou, entre as nuvens e o mar.

Coimbra. Tu és o cheiro que exhala Ao ir-se abrindo uma flôr, Tu és o collo que embala Suas primicias d'amor. Tu és um beijo materno, Tu és um riso infantil; Sol entre as nuvens do inverno, Rosa entre as flôres d'abril. Tu és a rosa de maio, Tu és a flammula azul, Que atam á flecha do raio As nuvens negras do sul. Tu és a nuvem d'agosto, Meu alvo vello de !

A côr sombria do capim, a tarde que descahia depois de um dia toldado de nuvens e chuvoso, os comoros pardacentos de cupins, tornavão aquella natureza tristonha e melancolica em extremo. O rio Negrinho não dava commodo váo: passámos por cima de uma pinguela natural que a quéda de um grosso madeiro formára, transportando as nossas cargas ás costas.