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As harmonias moldadas, na virilidade, pelas leis das linguas e das escholas, são apenas um eccho frouxo desses canticos da meninice e da primeira mocidade, que se evaporam sem se escreverem, que são um oceano de delicias ineffaveis em que se embala mollemente a imaginação e o sentir do homem, a quem o mundo ha-de chamar poeta.

Quem vai na campa alliviar o luto Se a vista alonga á amplidão aerea? Quem a copia de Deus rebaixa a bruto, E a mais que bruto a immortal, etherea, Celeste pomba, que em seu vôo a vida Em factos deixa ás almas esculpida? Não me embala inda Homero nos seus braços E me pinta nas mãos a natureza?

Ás vezes está tranquilla, immovel, como quem escuta a toada de um concerto mavioso que embala e com que se adormece. Oh, quem ousará despertal-a? Seria perturbar a crystalisação de uma gota de orvalho que se transforma em perola. Outras vezes tem o olhar pavido, firme, de quem contempla e pasma ante uma visão immensa e augusta. Que apparição risonha virá fallar-lhe?

Da historia d'esses tragicos amores pouco se sabe ao certo, mas a lenda embala a nossa imaginação desde os primeiros annos da infancia; todos a conhecemos, e todos a acreditamos. Sabemos o que nos disse Camões, que copiou a tradição legada por Garcia de Rezende, servindo-se ás vezes das mesmas phrases.

Um titanismo vitorioso, coberto de glória e feridas, pode voltar a ressentir a beleza ingénua, a inocência e o bem, na fórma da aragem que embala as florinhas, na frescura humilde do arroio, na sombra acolhedora da árvore, no sonho que trespassa a grande voz dos elementos.

Meu canto sobe e desce, incerto e fluctuante, Sobe e desce indeciso e com tom murmurante, Bem como uma harpa eólea aos ventos suspendida. E tremo sem saber porquê, e lentamente Sinto o pranto nascer, correndo docemente, Ungindo o coração que embala e adormece... O que tenho, o que sou, mal o vejo a distancia...

N'este degredo nosso, Que tanta gente estima, E eu, porque não posso, Não largo e vou cima. Vem tu baixo, abala, Deixa em podendo o collo Tão terno que te embala, E vem-me dar consolo. Como essa imagem pura Ah! sobrevive ao nada E escapa á sepultura, Tão fresca e perfumada! Nunca uma noite eu deixe De estar a vêr que existes, Em quanto me não feche O somno os olhos tristes.

Era elle homem de poucas lettras, e muito dado aos ocios de uma certa ignorancia, que é o supremo bem d'este mundo pelas muitas e boas horas de lerda pachorra em que a alma se embala no regaço d'ella. Briteiros sabia de jurisprudencia o necessario para convencer-se do pouquissimo que necessitava saber um magistrado palaciano, bemquisto para as alçadas, e braço inflexivel para hastear patibulos.

Vozes do mar, das arvores, do vento! Quando ás vezes, n'um sonho doloroso, Me embala o vosso canto poderoso, Eu julgo igual ao meu vosso tormento... Verbo crepuscular e intimo alento Das cousas mudas; psalmo mysterioso; Não serás tu, queixume vaporoso, O suspiro do mundo e o seu lamento? Um espirito habita a immensidade: Uma ancia cruel de liberdade Agita e abala as formas fugitivas.

Amo o sopro que parte, esmaga, estala Esses corvos que aos bandos vem das ondas N'essas noites que o impio até se cala Receando, trovão! que lhe respondas... E amo o bafo subtil que a flôr embala Pedindo-te, botão, que dentro o escondas, E as primicias lhe dês que leve áquelle Que te fez a ti flôr e vento a elle. Tu , que horror! a ti oh não te amo!