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Deteve a penna e eis que o Fado dos Ramires s'eleva offertadamente da horta, em serenada, para a varanda florida de madresilva: Ora, quem te solitaria, Torre de Santa Ireneia... O Videirinha! Correu alvoroçadamente á janella. Um chapeu côco tremulou entre os ramos, um brado estrugio, acclamador: Viva o deputado por Villa-Clara! Viva o illustre deputado Gonçalo Ramires!

Descobrira, surprehendido, largas folhas de versos, n'uma tinta amarellada. Eram as Lapidarias. Lêra a primeira, a Serenada de Satan aos astros. E, maravilhado, pedira a Fradique para publicar na Revolução algumas d'essas estrophes divinas. O primo sorrira, consentira com a rigida condição de serem firmadas por um pseudonymo. Qual?... Fradique abandonava a escolha á phantasia de Vidigal.

A excitação de animos a que os transportes de Herodes, inquieto pelo seu brazão, levára o publico, foi serenada por um chorado côro de anjos que cantavam atraz da cortina: Não temas, ó rei cruel, Que te conquiste o docel. Herodes pára aterrado, ao escutar estas vozes, apesar de lhe afiançarem a segurança do docel, pela qual elle parecia receioso.

Descança na sepultura, Amigo, descança em paz. Olha as folhas a caír Dos carvalhos desoládos: Vái a Natúra dormir Sob os gêlos branqueados... Pelas noites de inverneira Has-de ouvir, na terra fria, Os mugidos de agonía, Que soluça a ventanêira... E em noites de serenáda. As humânas ilusões Hão-de cantar á toada Dos bandolins e violões...

teu Coelho Neto Rio 20-XI-09 Foi assim: num campo muito antigo, muito, houve uma noite tão comprida que pareceu que nunca mais haveria luz do dia. Noite escura como breu, sem lume no céu, sem vento, sem serenada e sem rumores, sem cheiro dos pastos maduros nem das flores da mataria.

Antes d'abrir a carteira A noute de noivado A tortura das chimeras Tarde de verão Na cabeceira d'um leito Madrigal excentrico Aquella orgia O Visionario ou Som e Côr Madrigal funebre Debaixo d'uma janella A Selvagem A Lanterna Ultima phase da vida de D. Juan Ultima ceia de Falstaff Falstaff moderno Na rua Phantasias da lua O Selvagem O amor do vermelho A um corpo perfeito Carta ao Mar A lenda das rosas No enterro d'um coração A Joven Miss O doente romantico Quadra d'um desconhecido Em viagem Noutes de chuva Idylio meridional Duas quadras de Diogenes no album de Lais A Camelia negra A ultima serenada do Diabo A Musa verde Idyllio d'aldeia Carta ás estrellas Na folha d'um livro Os Brilhantes O Astrologo

Nessa noite o estancieiro sonhou que ele era ele mesmo, mil vezes e que tinha mil filhos e mil negrinhos, mil cavalos baios e mil vezes mil onças de ouro... e que tudo isto cabia folgado dentro de um formigueiro pequeno... Caiu a serenada silenciosa e molhou os pastos, as asas dos pássaros e a casca das frutas. Passou a noite de Deus e veio a manhã e o sol encoberto.

Ahi um Santo allegorico, um Solitario do seculo VI, morria uma tarde sobre as neves da Silesia, assaltado e domado por uma tão inesperada e bestial rebellião da Carne, que, á beira da Bemaventurança, subitamente a perdia, e com ella o fructo divino e custoso de cincoenta annos de penitencia e d'ermo: um corvo, facundo e velho além de toda a velhice, contava façanhas do tempo em que seguira pelas Gallias, n'um bando alegre, as legiões de Cesar, depois as hordas de Alarico rolando para a Italia, branca e toda de marmores sob o azul: o bom cavalleiro Percival, espelho e flôr d'Idealistas, deixava por cidades e campos o sulco silencioso da sua armadura d'ouro, correndo o mundo, desde longas éras, á busca do San-Gral, o mystico vaso cheio de sangue de Christo, que, n'uma manhã de Natal, elle vira passar e lampejar entre nuvens por sobre as torres de Camerlon: um Satanaz de feitio germanico, lido em Spinosa e Leibnitz, dava n'uma viella de cidade medieval uma serenada ironica aos astros, «gottas de luz no frio ar geladas»... E, entre estes motivos de esplendido symbolismo, vinha o quadro de singela modernidade, as Velhinhas, cinco velhinhas, com chales de ramagens pelos hombros, um lenço ou um cabaz na mão, sentadas sobre um banco de pedra, n'um longo silencio de saudade, a uma restea de sol d'outono.

E começára a quadra a Muncio Ramires, Dente de Lobo, quando em cima uma sala, aberta á frescura da noite, se allumiou e o Fidalgo da Torre, com o charuto acceso, se debruçou da varanda para receber a serenada. Mais ardente, quasi soluçante, vibrou o cantar do Videirinha.

E assim, eternamente amortalhada, passava da tristeza de viver ao unico sôno consolador dos infelizes, porque é daquelle que se não acorda para sofrer mais. A sua face, serenada pela morte, reflétia a suprema felicidade de não existir conscientemente num triste mundo tão cheio de desacertos e injustiças.

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