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E preguntados os Procuradores, e povos se aprovavam esta sentença, respondeo por todos um Diogo Affonso Alcaide mór de Toledo, que a todos parecia bem a determinação do Ifante Dom Manoel, por as rezões que dicera, e mais por a prodigalidade del-Rei Dom Affonso, que para o resgate do Emperador de Constantinopla dera das rendas de Castella cincoenta quintaes de prata, e mais por dar o Algarve a seu genro El-Rei Dom Affonso de Portugal, e lhe quitar ajuda, e o serviço dos cincoenta Cavalleiros em que era obrigado, e porém que lhe parecia couza honesta, se ao Ifante Dom Sancho assi bem parecesse, que elle em vida del-Rei seu Padre senão chamasse Rei, no que o Ifante consentio; e com esto a obediencia de todos os Lugares logo foi alevantada a El-Rei, salvo a de Sevilha, onde El-Rei se recolheo; e perseguido de muitas necessidades enviando rogar, e encomendar aos Prelados, e pessoas de auctoridade do Reino, que pozessem concordia, e boa paz antre elle, e seu filho, elles segundo alguns dizem o não fizeram, antes o contrariavam.

Certo não é de homens, nem de Cavalleiros, e muito menos de Christãos, e mais nós Portuguezes recearmos trabalho, que nos sae em tanta gloria, nem morte que nos passa a vida para sempre segura da morte, pelo qual meus bons Cavalleiros tenhamos muita , e muita Esperança, em N. Senhor, o dia de amenhã em que com sua graça venceremos a batalha, será de tanto prazer para nós, e nos aprezenta tanta gloria e honra para o outro mundo, e para este cuidando no premio, faz ligeiro o trabalho; não cureis de nhumas rezões, nem temores que a lembrança de Deos , e de tanto bem nosso, no los deve lançar fóra de nossos corações.

El-Rei mandou escrever o dia, e era em que o Corpo deste glorioso Martyr veio a Lisboa, e foi aos quinze dias do mez de Setembro da sobredita era de mil e cento e setenta e tres annos . Como El-Rei D. Affonso Anriques ordenou de mandar o Ifante D. Sancho seu filho a Alentejo a guerrear os Mouros, e das rezões que lhe sobre ello disse.

Escuzo aqui poder pela ventura parecer este carrego, e serviço menos da maneira, e estimação de meus serviços; porque certo amor, e vontade, sobeja não acha serviço minguado, nem devem de mais para os Principes, cujas causas por grandes que sejam, não devem tolher atrevimento, maiormente quando por algumas rezões necessarias a seu mais serviço se mandam, a quem sem ellas poderiam ser escusado mandar-se, assi que, Senhor, esto que me V.A. manda fazer se deve a meu juizo antre outras vossas louvadas obras muito estimar, e haver por outro quasi novo descobrimento, e renovação de cousa ácerca perdida, que tanto devia estar , e alumeada como cousa principal do mui devulgado bem, e honra que vossos Reinos tem, e logram, no que não menos, que em todas outras cousas esclarece vosso grande louvor, porque bem se mostra povoado de muitas virtudes, e não invejar as alheias, quem as dos outros muito ama, e assi as manda renovar, e apregoar, pelo qual, Serenissimo Senhor, como quer-que álem da grandeza da materia, me haja de ser trabalho, e difficuldade ajuntar, e supprir cousa de tantos tempos, desordenada, e falecida, e para haver de emendar escritos alheios, vejo que armo sobre mim juizos de muitos; porém pois V.A. o ha tanto por bem, e serviço seu, e de seus Antecessores, mui de vontade me puz a faze-lo, sendo certo, que haverei ante elle grado se não de sufficiencia, ao menos de obediencia, pois por comprir seu mandado, no que muito me não atrevo fazer, me não pude, nem soube negar.

Depois que o Principe D. Affonso Anriques tornou de ganhar Leiria, e Torres Novas, esteve em Coimbra alguns dias, e vendo que tinha suas terras, e Fortalezas mui providas, e postas em ordem do que lhe compria, e tambem que de Castella estava seguro de guerra por algumas rezões que a Estoria não declara, consirando elle, que não devia, nem podia milhor empregar o bem, e honra que seu pai, e elle ganháram, que em serviço de nosso Senhor de cuja mão a tinham récebido, e como não havia então nhum serviço de Deos mais necessario em Espanha occupada de Mouros, que serem guerreados, e lançados fóra della, segundo fora sempre seu proposito, e vontade, houve conselho com os seus de fazer guerra nas terras de Alentejo especialmente na Comarca do Campo Dourique, e esto por duas rezões, a primeira, porque a terra era mui povoada, e de poucas Fortalezas, em que os seus haveriam assaz mantimentos, e prezas; a segunda, e principal porque se El-Rei Ismar, que regia em Espanha toda a maior parte dos Mouros contra Ponente, viesse a peleijar com elle, e dando-lhe Deos delle o vencimento que esperava, toda a terra que se chama Estremadura, que era sob seu senhorio, não haveria poder de se lhe defender, e o Princepe D. Affonso tinha que iria acompanhado de tão boa gente, que era bastante para peleijar com elle.

Almançor nam curando de argumento Nem rezões que Ramiro apontasse, (Lhe disse em final) que ao tormento, Desde entam alli se aparelhasse, Porque o que dezia era vento, E que da culpa nam se escusasse, Que o que a sua Gaya lhe cont

Como El-Rei D. Affonso Anriques descubrio aos seus que iam sobre Santarem, e das rezões que disse a todos.

Depois que os cinco annos das tregoas que El-Rei D. Affonso fez com El-Rei Albojaque, como acima dissemos, foram acabados, que foi na era do Senhor de mil cento e setenta e oito annos, estando El-Rei D. Affonso Anriques em Coimbra, vendo que em toda sua terra era guerra cessada sem ter receo, salvo dantre Tejo, e Odiana, que pelo acabamento da tregoa cumpria ser bem defeza, e guardada, e que álem desto seria cousa honroza, se com a defenção della, se assás se ganharem mais alguns Lugares a Mouros, chamou seu filho o Ifante D. Sancho, e perante alguns do seu Concelho lhe disse assi: «Filho tu sabes bem quanto trabalho tenho passado na guerra com os Mouros, e pela tregoa que tinha com El-Rei Albojaque ser acabada, hei por certo que os Mouros, não estarão quedos, e guerrearão esses Lugares que delles ganhei em Alentejo, donde recebem, e esperam de receber muito dano, e me foi falado e requerido que entendesse na defensão delles, pelo qual eu cuidando como se esto milhor podia fazer de quantas cousas me vieram por sentido me pareceo, e parece milhor que tudo, que eu te mande em pessoa, e esto por duas rezões, a primeira, porque sabes que está meu cazo de não poder cavalgar em besta por não ir ás Cortes del-Rei D. Fernando, o que eu não fora por cousa que no mundo houvesse, que fazendo traria a ti, e a mim grande perda, e a todos os do Reino de Portugal; a segunda porque prazendo ao Senhor Deos depois de meus dias, tu hás de ter o carrego de reger, e defender este Reino, e pois te deu Deos entender, e corpo, e manhas para o poderes fazer, é bem que agora commeces, e o faças

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