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Quando El-Rei esto ouvio, tomou grande desejo de haver aquelle Santo Corpo em sua terra, mas pois me a Estoria trouxe a fazer menção de tão glorioso Martyre que em Portugal temos, parece-me erro passar assi por elle, sem dizer primeiro ao menos em soma como, e onde foi martyrizado, e seu Corpo guardado dos Christãos, e depois em seus lugares contarei como foi trazido áquelle Cabo, que se ora de seu nome chama Cabo de S. Vicente, onde por duas vezes foy buscado, e não se podendo achar da primeira, foi achado da segunda, e foi trazido á Cidade de Lisboa.

No qual meio tempo que durou esta divisão, e discordia uns e os outros fizeram grandes, e danosas entradas, e muitos roubos nos Reinos, uns dos outros, em que houve pelejas particulares sem alguma façanha de notar, cuja longa, e expressa declaração não ponho ora; porque para a sustancia da Estoria não é muito necessaria.

Despois de entregar a terra, e Fortalezas, e fazer a dita menagem, El-Rei D. Fernando o soltou, e elle tornou para seu Reino, e sendo mui bem são da perna, nunca mais quiz cavalgar em besta, por não tornar a menagem, antes sempre depois andou em carro, como soiam andar os Reis antigamente, e logo no anno seguinte de mil e cento e sessenta e seis annos , dia Dassenção, em Coimbra fez El-Rei como mui prudente, e discreto que era, fazer todos os Grandes, e Conselhos do Reino todo menagem a seu filho o Ifante D. Sancho, e este seu quebramento de perna, foi sempre atribuido ao que sua mãi lhe rogou, quando a poz em prizão, segundo atraz nesta Estoria se contem.

El-Rei D. Affonso ouvindo o conteudo nesta Estoria com o que lhe tinham falado e affirmado os dous velhos Moçaraves de como estiveram no mesmo lugar, onde jazia o Corpo de S. Vicente, teve Conselho com os seus em que modo o poderiam haver, e acordaram que fizessem tregua com os Mouros, e por tempo certo.

Foi em 1496 que se publicou a Estoria do muy nobre Vespasiano emperador de Roma, livro de que démos noticia a pag. 164 do 1.^o volume d'este jornal. Esta Historia de Vespasiano, que examinámos por permissão do nosso erudito collega o sr.

E tornando á Estoria ha ElRei D. Diniz, elle como vio que ElRei D. Sancho contra direito, e rezam lhe falecera de todo, e nom compria alguma cousa das muitas, que com elle concordára, bem entendo que nom queria com elle paaz, e amor, como por bem, e assesseguo de seus Reinos sempre desejara, e porém porque era Rei de grande coraçam, e que álem das perdas que recebera, ainda por estes casos recebia alguma quebra de sua grande honra, e boõ nome, determinou aparelhar loguo sua fazenda, e ho que lhe compria, e mandalo desafiar pera pubriqua guerra, e entrarlhe por sua terra, e della nom sair atée nom aver emenda, e em comprimento de todo ho que requeria, e de direito lhe era devido.

E conta a Estoria, que depois que este santo Corpo alli foi na , o Corvo o qual, segundo dissemos, que foi visto guarda-lo quando foi deitado ás aves, e animalias veio sempre na barca com elle, e o acompanhou, e depois de posto na , o viram muitas vezes sobre o seu Moimento, como quem o não queria desemparar, e outras oras se punha sobre o Altar mór, e assi andava voando pela Egreja, e aconteceo, que um moço chamado Joane, que servia na Egreja deu com uma pedra a este Corvo, e foi cousa milagrosa, que logo a essa hora foi tolheito, de todos seus membros, e então seu pai do moço quando vio tamanho pezar ao moço seu filho, lançou-se em oração de noite muito devotamente ante o Corpo de S. Vicente, e foi logo o moço são de todo, como dantes era; e da li nunca mais ninguem ouzou de fazer nojo áquelle Corvo, o qual foi hi visto por muitos tempos.

E porque nom fiquem suspensas has cauzas, e fundamentos, que ouve pera antre estes Rex, e Senhores aver has guerras, e oompetencias que dice, e porque ha Estoria se entenda melhor, e nom fique confuza, farei dellas huma breve, e sustancial decraraçam.

Tanto que veio a noite, que partio o combate, o Ifante poz guarda no palanque, e fez agazalhar e repousar outra gente, e pensar dos feridos, e esta mesma afronta sofreram os Christãos assi cinco dias arreio, porque os Mouros eram tantos, que mui folgadamente se renovavam cada vez muitos aos combates, desde pela menhã até noite; e segundo conta a dita Estoria, quando El-Rei D. Affonso soube que Almiramolim vinha sobre o Ifante seu filho, ajuntou a mais gente que pode, e abalou tanto á pressa, que aos tres dias desque o Almiramolim chegou a Santarem, foi El Rei a Porto de Mós.

Levou assi El-Rei D. Fernando consigo a El-Rei D. Affonso para a Villa, e fez-lhe mui bem pençar da perna, e em quanto o teve em poder, assentando-o sempre a par de si, fazendo-lhe muita honra; despois veio apreitejar com elle, que lhe desse a terra da Corunha, que é do Minho, até o Castello da Lobeira, uma legoa álem de ponte Vedra, e porcima pelos chãos de Castella, aquella terra, que deram ao Conde D. Anrique seu pai, como no começo da Estoria se disse, fazendo-lhe tambem menagem, que tanto que em besta cavalgasse se tornasse a sua prizão; El Rei D. Affonso nem podendo al fazer disse que lhe prazia.

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