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E assi as outras cerimonias, manhas, e cousas que ao estado de um tal Principe convém, assi para os tempos publicos, como secretos, e com isto elle é de tão são e perfeito entender, que conhecerá que o servis bem e lealmente. E por isso vos amará e fará aquelle acrecentamento e mercê, que lhe prazendo a Deus merecereis

Porque n'aquelle acto de armas, por seu braço e por experimentadas ardidezas passadas, a elle n'este reino se dava muito louvor, e tanto que foi atravez d'onde o rei olhava, se apartou da gente armado sobre uma facanea, e com grande alegria e desenvoltura se lançou fóra d'ella, e a foi beijar as mãos a el-rei, e lhe disse: «Senhor, assim como eu sou o primeiro que Vossa Senhoria n'estes habitos, assim, prazendo a Deus, não serei eu n'elles o segundo, em todo o que cumprir por vosso serviço, e por defensão de vossos reinos». El-rei folgou muito de o vêr, e com palavras e contenenças lhe fez mais honra e mór acolhimento, do que de sua pouca idade se esperava, e assim se despediu o Capitão, e seguiu sua viagem até a Ameeira, que logo cercou e combateu até que a tomou .

Porque n'aquelle auto d'armas, por seu braço e por esperimentadas ardidezas passadas, a elle n'este reino se dava muito louvor; e tanto que foi atravez d'onde o El-Rei olhava, se apartou da gente, armado sobre uma facanea, e com grande alegria e desenvoltura se lançou fóra d'ella, e a foi beijar as mãos a El-Rei, e lhe disse: «Senhor, assi como eu sou o primeiro que vossa Senhoria n'estes habitos, assi prazendo a Deus não serei eu n'elles o segundo, em todo o que cumprir por vosso serviço e por defensão de vossos reinos

Hi-vos agora todos em boa hora a repouzar, e esperai com muito prazer, e descanço o dia damenhã, tão ledo, e de prazer, como nunca foi a Cavalleiros, tanto que amanhecer vamos logo com a ajuda de Deos, e sua graça ao que viemos fazer, que elle ha de ser comnosco como sempre o é com os seus, e elle por sua piedade no-lo dará feito, e vencido, em nossas mãos, e de manhã prazendo a elle acabareis de confirmar para sempre o bom nome, e louvor que os Portuguezes tem de saberem bem aguardar seu Senhor nas pressas, e perigos maiores, porque com a ajuda do Senhor Deos, eu espero tomar tal lugar na peleija, onde me faça mester vossas mãos, e ajuda».

Acordâmos em uma voz e acordo, todolos fidalgos, cidadãos, e homens bons da cidade de Lisboa, consirando o trabalho e grande destruição que em todo o reino ha por causa de ter diversos Regedores, entre os quaes sempre era divisão, em grande damno e perda de todo o reino, querendo a cidade remediar a serviço de Deus e d'El-Rei nosso Senhor, como aquella que sobre todas as cousas d'este mundo mui leal e verdadeiramente o ama, todos em uma voz acordamos, e determinamos que n'estas côrtes que ora prazendo a Deus serão feitas, conhecendo nós a grande lealdade e muita prudencia do muito alto e muito excellente Principe e Senhor o Infante D. Pedro, e como é filho legitimo do muito poderoso e virtuoso Rei D. João nosso Senhor, cuja alma Deus haja, e o mais ancião sangue chegado á mui alta e real corôa do muito excellente e poderoso Principe El-Rei D. Affonso nosso Senhor, que elle dito Senhor Infante D. Pedro seja Regedor livremente e in solido n'estes reinos, e até que prazendo a Deus, El-Rei nosso Senhor, que sobre todos mais lealmente amamos, seja em edade para os por si poder reger e deffensar, ao qual tempo o dito Senhor Infante D. Pedro seu leal sangue e vassalo leixará livremente a possessão de seus reinos e senhorio; e lhe entregará a ministração e Regimento d'elles pacificamente, para El-Rei nosso Senhor os governar e reger, como fizeram os mui virtuosos Reis d'onde elle descende; e vindo tal caso, que o Senhor Infante D. Pedro não possa ter o Regimento e governança dos ditos reinos, que por esta fórma e maneira seja dada e a haja o mui leal Principe e Senhor Infante D. Anrique seu irmão; e fallecendo elle, seja por o semelhante dada ao Senhor Infante D. João; e por esta guisa ao Senhor Infante D. Fernando, que Deus de terras de mouros traga com bem e liberdade a estes reinos; e fallecendo todos ante que El-Rei D. Affonso nosso Senhor seja em edade para reger, que então por esta fórma venha o dito Regimento ao conde de Barcellos, e aos condes d'Ourem e d'Arrayollos seus filhos, com todas as clausulas e condições suso escriptas.

Depois que os cinco annos das tregoas que El-Rei D. Affonso fez com El-Rei Albojaque, como acima dissemos, foram acabados, que foi na era do Senhor de mil cento e setenta e oito annos, estando El-Rei D. Affonso Anriques em Coimbra, vendo que em toda sua terra era guerra cessada sem ter receo, salvo dantre Tejo, e Odiana, que pelo acabamento da tregoa cumpria ser bem defeza, e guardada, e que álem desto seria cousa honroza, se com a defenção della, se assás se ganharem mais alguns Lugares a Mouros, chamou seu filho o Ifante D. Sancho, e perante alguns do seu Concelho lhe disse assi: «Filho tu sabes bem quanto trabalho tenho passado na guerra com os Mouros, e pela tregoa que tinha com El-Rei Albojaque ser acabada, hei por certo que os Mouros, não estarão quedos, e guerrearão esses Lugares que delles ganhei em Alentejo, donde recebem, e esperam de receber muito dano, e me foi falado e requerido que entendesse na defensão delles, pelo qual eu cuidando como se esto milhor podia fazer de quantas cousas me vieram por sentido me pareceo, e parece milhor que tudo, que eu te mande em pessoa, e esto por duas rezões, a primeira, porque sabes que está meu cazo de não poder cavalgar em besta por não ir ás Cortes del-Rei D. Fernando, o que eu não fora por cousa que no mundo houvesse, que fazendo traria a ti, e a mim grande perda, e a todos os do Reino de Portugal; a segunda porque prazendo ao Senhor Deos depois de meus dias, tu hás de ter o carrego de reger, e defender este Reino, e pois te deu Deos entender, e corpo, e manhas para o poderes fazer, é bem que agora commeces, e o faças

D. Alvaro respondeu com decisão: Senhor, venho de vêr vossos inimigos, de quem prazendo a Deus, e ao bemaventurado S. Jorge, vos eu darei hoje se quizerdes mui boa vingança, e peço-vos por mercê que a não dilateis para mais, e ahi logo dar n'elles; porque na desordem e tristeza em que estão, dão certos signaes de serem cortados com medo e meio desbaratados, e não percaes tão bom dia; porque em vossa vida nunca havereis outro tal, e não alongueis a vida a quem se lh'a hoje dais, sabei que a encurtára mui cedo a vós, tendo por certo que o duque na maneira em que se repaira e afortallesa não quer vir ávante, e ou se tornará para traz como veio, ou escondido se salvará por outro caminho» .

E sabei certo prazendo a Deos, que a victoria é nossa sem algum vosso perigo; porque a gente do Infante é pouca para a nossa, e vem constrangida e cortada toda de temor; porque além de conhecerem o dano a que se despõem, sabem o erro e deslealdade que cometem, vindo contra a obediencia e mandado de seu Rei e Senhor.

Ao menos porque com a culpa de nosso salteamento e trigança, não se encubram e escusem da fraqueza e leve resistencia, que prazendo a Deus n'elles acharemos.

Agora pois vos Deos chegou a tal idade, e deu tal siso, entender e disposição para sem outra ajuda regerdes por vós vossos reinos ainda que fossem maiores, peço-vos por mercê que me deis licença para ir prover o meu, que de mim tem grande necessidade, e quando nas cousas graves e pesadas, que em vosso reino e a vosso serviço occorrerem minha presença fôr necessaria, mandae-me chamar, e prazendo a Deos vós n'isso e em todo conhecereis que sobre todos vossos vassalos e servidores, eu vos amo e vos sou o mais obdiente e mais leal».

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