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Chamais-me? tambem vos chamo; Porém eu ouço, e vós não: Senhora, que me matais, Se vós ja nunca me ouvis, Ou me ouvis, e vos callais, Dizei: porque me chamais Se me vós a mim fugis? Eu vos fujo? Fugis, digo, De dar a meus males cabo. Sabei que desse perigo Não fujo como de imigo, Fujo como do diabo. Dae ao demo essa tenção, Usae antes de cortês, Cahi vós nesta razão.
Isto são claros sinais Do muito qu'em mi podeis: Nem podeis desejar mais; Que se ver-vos desejais, Em mi claro vos vereis. E quereis ver a que fim Em mi tanto bem se pôs? Porque quiz Amor assim, Que por vos verdes a vós, Tambem me visseis a mim. Dos males que m'ordenais, Qu'inda tenho por pequenos, Sabei, se mos escutais, Que ja não sei dizer mais, Nem vós podeis saber menos.
O cavalleiro, se lhe chamam tardo, madruga; se desbocado, cala-se; se demasiado, tempera-se; se adultero, abstem-se; se peccador, emenda-se; mas, se é traidor á patria, não ha emenda nem desculpa. Sabei que a propriedade d'este reino foi sempre não desobedecer nunca ao seu rei, nem deixar-se mandar de tyrannos, e que vale mais pobre, dando pouco, que desesperado.
O Infante D. João lhe respondeu: «Senhor irmão, ante d'isto eu tinha já n'este caso assás consirado; e, porque mui em breve vos responda, sabei que se chamais erro acceitardes o Regimento, como sois aconselhado, não sei cousa que possaes acertar, cá se vós nascereis primeiro e vos não fizera Deus tão bom e tão prudente como soes, e assi ao Infante D. Anrique nosso irmão, crêde que eu requerêra o Regimento para mim; e se m'o não quìzerem dar, eu o tomára ou morrêra sobre isso; porque com quanto a Rainha é mui virtuosa e mui discreta e amiga de Deus, nunca vi mór vergonha e abatimento nosso, que sermos regidos por ella; pois é mulher, e mais estrangeira».
Amae a Biblia pelas suggestões que vos der, incidentemente! Sabei amar e não precisareis de ler. Ao acabar a missa, trocámos cumprimentos com o monsenhor, as Senhoras de Soutello e ainda com um novo personagem que appareceu a reverenciar Peregrina, num desconcerto grosseiro, embora amavel de intenção.
Oh povos que viveis sob a vigilia Do olhar supremo em toda a redondeza, Formando pelas leis da natureza E os vinculos moraes, uma familia: Sabei que cada qual, tendo-a comsigo, Trará como um clarão na consciencia, Um rutilo fanal, a Providencia Que o pode redimir na hora do perigo! Interpretes de Lei Divina, e para exemplo, Em honra d'ella um templo Na alma humana erguei!
Mas Xarate, alcaide de Tangere que hi era, disse: «Sabei vós que esses em que fallaes que d'essa vez vieram a Tangere, se dentro de taes paredes se acharam, e de mantimentos tiveram razoado soportamento, podera ser segundo o que vi, que mais caro nos custaram.
Sabei, ou não o affecteis ignorar, que o mesmo Apostolo, que havia sido perseguidor, fallara ao Areopago de Athenas, e aos Filosofos de Roma, e que dissera, que o obsequio, que nosso entendimenio fazia á Fé, era muito racionavel.
Sabei que na outra vida se chora amargamente o mal feito ao proximo que n'este mundo nos sobrevive, as desordens que se motivaram, as existencias que se transtornaram, as quedas moraes que se occasionaram, e que o arrependimento na hora extrema, posto que grandemente salutar, é apenas o principio, e não o fim, das expiações d'uma vida culpada.
Bem vejo que m'entendeis; Mas porque não falle em vão, Sabei que a esta Nação Tanto que o si concedeis, O tim logo está na mão. E quem da fama s'arreda, Que tudo vai descobrir, Deve sempre de fugir De sitins, porque da seda Seu natural he rugir. Mas panno fino e delgado, Qual a raxa e outros assi, Dura, aquenta, e he callado, Amoroso, e dá de si Mais que sitim, nem brocado.
Palavra Do Dia
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