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E sobre esta determinação, que para seu desejo foi de mortal tristeza se passou á comarca d'entre Tejo e Odiana, e estando em Estremoz, por certidão que houve dos danos e roubos que dos franceses os seus vassalos no mar recebiam, acordava de mandar em guarda da costa o almirante Ruy de Mello com vinte náos grossas e outros navios, e com muita gente, em especial a mais limpa de sua côrte.

E como o Arcebispo ficou em salvo, o Bispo d'Evora com grande risco se veio a Portugal á frontaria de riba de Odiana, que lhe foi encomendada.

Estando assi El-Rei D. Affonso em seu Reino, andando em colos de homens, e outras horas em carros como em cima dissemos, veio-se para Santarem, e correndo novas pela terra, do desastre do britamento da perna, e da preitezia e menajem que ficára com El-Rei D. Fernando de Lião por cuja causa, não cavalgava em cavallo, nem era de sua pessoa poderoso para fazer guerra como dantes, nem suas costumadas cavallarias, tomaram os Mouros ousadia, e esperança grande de se vingarem, e fazer grande danno a Portugal, pelo qual Albojame Rei de Sevilha, ajuntou grande multidão de Mouros, de toda Andaluzia, e de outras partes, e atravessando todo, antre Tejo e Odiana, matando, e estragando tudo por onde vinham, vieram cercar Santarem, onde El-Rei D. Affonso estava, destroindo-lhe toda a terra de redor.

Estes dias com todalas torvações e necessidades do tempo, o Condestabre filho do Infante D. Pedro nunca lhe acodiu, e não seria assi sem seu mandado, antes sempre esteve na comarca d'entre Tejo e Odiana, onde tinha o Mestrado d'Avis com suas fortalezas, e mais os castellos das villas d'Elvas e de Marvão, contra o qual fizeram tambem a El-Rei suspeita, e que se devia segurar d'elle.

E tornando ás cousas do reino de Portugal, tanto que El-Rei D. Affonso partiu de Lisboa para França, o Principe D. João seu filho na entrada de Janeiro se foi logo entre Tejo e Odiana, d'onde mandou continuar a guerra contra Castella, em que se faziam grandes e danosas entradas.

E com esta resposta, e com outras palavras a estas conformes se tornou Lourenço Abril a El-Rei, que logo começou de fazer mercê a quem lh'a pedia dos bens e officios dos que eram com o Infante. Do que o Condestabre filho do Infante D. Pedro fez, estando entre o Tejo e Odiana

O Regente por segurar as comarcas do reino em que tinha alguma suspeita, encomendou a da Beira ao Infante D. Anrique, e a d'entre Tejo e Odiana ao Infante D. João. E mandou á cidade do Porto Ayres Gomez da Silva, para com a cidade fazer defensa e resistencia a quaesquer rebates que n'aquella comarca sobreviessem.

Depois que os cinco annos das tregoas que El-Rei D. Affonso fez com El-Rei Albojaque, como acima dissemos, foram acabados, que foi na era do Senhor de mil cento e setenta e oito annos, estando El-Rei D. Affonso Anriques em Coimbra, vendo que em toda sua terra era guerra cessada sem ter receo, salvo dantre Tejo, e Odiana, que pelo acabamento da tregoa cumpria ser bem defeza, e guardada, e que álem desto seria cousa honroza, se com a defenção della, se assás se ganharem mais alguns Lugares a Mouros, chamou seu filho o Ifante D. Sancho, e perante alguns do seu Concelho lhe disse assi: «Filho tu sabes bem quanto trabalho tenho passado na guerra com os Mouros, e pela tregoa que tinha com El-Rei Albojaque ser acabada, hei por certo que os Mouros, não estarão quedos, e guerrearão esses Lugares que delles ganhei em Alentejo, donde recebem, e esperam de receber muito dano, e me foi falado e requerido que entendesse na defensão delles, pelo qual eu cuidando como se esto milhor podia fazer de quantas cousas me vieram por sentido me pareceo, e parece milhor que tudo, que eu te mande em pessoa, e esto por duas rezões, a primeira, porque sabes que está meu cazo de não poder cavalgar em besta por não ir ás Cortes del-Rei D. Fernando, o que eu não fora por cousa que no mundo houvesse, que fazendo traria a ti, e a mim grande perda, e a todos os do Reino de Portugal; a segunda porque prazendo ao Senhor Deos depois de meus dias, tu hás de ter o carrego de reger, e defender este Reino, e pois te deu Deos entender, e corpo, e manhas para o poderes fazer, é bem que agora commeces, e o faças

Pelo qual por occultos meios de pessoas virtuosas e de santa tenção, que entre os Reis e o reino cometeram as pazes, houve de uma parte e da outra taes intelligencias, e para isso tão chegadas a conclusão, que a Rainha D. Isabel por concerto se veio á villa d'Alcantara em Castella, onde a Infante D. Briatiz de Portugal sua tia, por prazer d'El-Rei D. Affonso e do Principe D. João, se foi vêr com ella, e alli ambas tomaram assento de as pazes todavia se fazerem e concordarem n'este reino de Portugal; porque assi se houve por mais favor e mór honra d'El-Rei e de seus reinos, aos quaes a Infante com esta determinada conclusão se tornou, para execução da qual o Principe a que o negocio e cargo dos tratos e assentos das ditas pazes, por prazer d'El-Rei seu padre foi em todo cometido, por concerto praticado se foi á villa das Alcaçovas d'entre Tejo e Odiana, onde veio por embaixador e procurador d'El-Rei e da Rainha de Castella o doutor Rodrigo Maldonado, que vulgarmente se dizia de Tallaveira, que juntamente com D. João da Silveira, barão d'Alvito, que foi procurador d'El-Rei e do Principe de Portugal, praticaram e concordaram as capitulações das pazes, que foram perpetuas sem alguma limitação de tempo, em que sustancialmente se tomaram estas conclusões principaes, que se concordaram e capitularam na dita villa das Alcaçovas, a quatro dias de Setembro de mil e quatrocentos e setenta e nove.

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