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Potente Jove, aonde estão Os teus vingadores raios? Hum homem de coiros baios Segue as Muzas tuas filhas; Tu, pois, que os vaidozos trilhas, Faze que este, em todo o cazo, Saia logo do Parnazo, E passe para Cassilhas.

Senhor, co'as minhas Poezias Festejava os annos teus; Porém mandão os meus, Que eu venha co'as mãos vazias; Geladas madeixas frias Fechão do Parnazo o passo; Pois que o Tempo escaço Esfriar meus Versos quiz, Quem me acceitou os que fiz, Me agradeça os que não faço.

Dei-lhe em dote inuteis rimas, Dei-lhe vazio thezoiro; Mas vossas mãos milagrozas Convertem nadas em oiro; Do mal fadado Parnazo Quebrareis o injusto encanto; Nem sempre seus verdes loiros Serão regados com pranto; Impertinentes crédores Largar-me-hão em fim a rua; O meu cégo abrindo a bocca Lhes ha de fechar a sua;

Pois, que em galantes cantigas Teu Rival puzeste razo, E coroado de trovas Vás entrando no Parnazo, Quero em trovas avizar-te, Que ha baixîos nesta barra; Vou ser Prégador trovista, Vou ser hum novo Bandarra; A occupação de Poeta He nobre por natureza; Mas todo o Officio tem ossos, E os deste são, a pobreza;

Sobre escumozos cavallos Trotando empoada sege, Disse quem fez os meus versos =Ahi vem quem os protege;= Alçando-me, hia a dizer-vos =Senhor, chegou o meu prazo; Honrastes hoje outros Montes, Honrai agora o Parnazo; Promettestes fazer ferteis Seus estereis Mirto, e Loiro; Promettestes que a Hypocrene Levaria arêas de oiro;

Naquella noite, De que me hei de lembrar eternamente, Tinham vindo esperar-me de emboscada Alguns contrabandistas do parnazo, D'entre os quaes destacava a face lívida De certo esguio e pesaroso vate Que te inspira notavel sympathia. Fugi! elles ficaram declamando As primeiras estrophes de uma nenia!

Tómo outra vez o pincel, Vou-lhe pôr attenta mão; Abençoarei meu trabalho, Se lhe derdes protecção; Pois que a deve o sangue illustre, Tem dois direitos meu cazo; Porque a peço a huma Fidalga, Que o he tambem no Parnazo; De tão alto voto espero, Que geral favor me traga A huns Versos, que antes de lidos Tiverão tamanha paga.

Vio, que apressou seus negocios Perante quem todos rege; E que amigo do seu Monte, Ora o sóbe, ora o protege; Grato ao grande beneficio Vos envia o estilo, e a lyra; Manda-vos cantar-lhe os hymnos, Que lhe traja, e vos inspira; Diz que esta empreza vos toca, E que não admitte escuzas; Que favor feito ao Parnazo Hão de agradecello as Muzas;

Não esperando do Tempo O vagarozo progresso, E desejando augurar-vos O vosso feliz successo; Na raiz do alto Parnazo, Curvando o humilde joelho, Exclamei = Se aqui se escutão Votos de hum Poeta velho, Não te peço, esquivo Apollo, Teus verdes, sagrados loiros; Não aspirão a coroas Desta testa os velhos coiros;

Padre, vai-te o mundo ao pêllo; E c'o a lingua maldizente Te vai cortando igualmente As Poezias, e o Capello; Porém eu, que sou singelo, E meus contrarios ameigo, Te affirmo, piedozo, e meigo, Que se não tens, por teu mal, Em Roma o de Cardeal, Tens no Parnazo o de Leigo. Deves voltar outra vez, E dizem que nisso fallas; Mas pégão-se pelas sallas Teus molles tardîos pés.

Palavra Do Dia

líbia

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