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Atualizado: 25 de maio de 2025


Aquelle rosto havia sido purpurino, assetinado como as petalas das rosas humidas pelo rosciar das formosas madrugadas. Tivera as curvas boleadas e lizas da saude, da força, dos atritos do ar forte e do sol que enrubesce a epiderme e colóra o sangue.

Não sou crendeiro em horoscopos de epiderme; todavia, tres rugas que lhe avincavam a testa entre as bossas frontaes, impressionaram-me. Um poeta, da alteza d'elle, diria que semelhantes vincos eram vestigios da vara com que a mão de um genio funesto o ferira, no berço.

Bem, meu caro? E continuava a palestra interrompida. Depois a correcção exigida ao penetrar n'aquelle camarim. Vinha-se de cabeça descoberta, cortejal-a com grandes reverencias. Os homens não fumavam. Uma palavra familiar, uma graça mais núa, transmutavam na côr as iris da divindade. E nenhuma familiaridade antes de se ter sido apresentado com as formulas mais puras do estylo. Porque era de saber que se tratava com uma mulher superior, a primeira actriz portugueza, astro, deuza, musa do drama, Rachel, Sarah, M.lle Mars, e as mais chapas consagradas n'este genero d'apotheoses. Depois, mulher do mundo, espirito de duqueza á Balzac, leituras finas, e seriedade de porte, dizia-se, não vulgar entre lonas pintadas. Era d'estas mulheres de scena afinal, corrompidas d'espirito e gastas de sensibilidade, pelo habito de fingir, representar ao vivo, e pintar tudo, labios, cabellos, sentimentos. O abuso de cosmeticos, estragando-lhe a epiderme da face, prohibira-lhe as transparencias do rubor, que na mulher mesmo velha, são a juventude eterna da alma ao tempo que os papeis violentos, embotando a sua vibratilidade, lhe não deixavam sentir as coisas originalmente e por si proprias, como se cada sensação sendo um dedilhar de corda eolea, ficasse impossivel, estando esta corda partida. Como todo o artista fatigado, a Velledo obedecia agora aos moveis extremos, o interesse, o orgulho, um vicio, um desejo, sentindo desprezos pelo mais. Tudo era n'ella preparado scientificamente, ensaiado, solemne, feito de cór um papel, um sorriso, uma generosidade, um cumprimento. Aos trinta annos percorrera tudo na vida, os cimos e baixos fundos torvos, onde as podridões são pictorescas; bambochas de fabrica; mancebias d'acaso, em aguas furtadas, com estudantes e carpinteiros; fomes de palmo, pantomimas de feira, noites sem leito... todas as escoriações do vicio caloteado e baixo. Teve um filho aos quinze, de que não sabia aos dezoito. E pancadas, figurou no livro das prisões, foi bailarina e creada de hospedaria. Agarrada para povo n'um dramalhão de apparato, uma noite em que vagueava á busca de homem, entrára a crescer. O ponto levou-a para casa, o ensaiador achou-lhe geito; dois ou tres noticiaristas entraram com referencias á novel artista. E engrossou, encheu de hombros, fez-se mulher; e este viver a fôra curtindo, ficando-lhe o frio olhar calculista, que farto de se vêr explorado e cuspido, tudo agora revertia em proveito proprio. A sua belleza, embryonaria aos quinze, eflloresceu após o primeiro filho em exhuberancias mimosas e brancas, e delicados tons de face. Aos trinta annos, levando uma existencia tranquilla, boa meza, dois cavallos, o palacete da Graça, e brasileiro para argent de poche, Velledo era uma mulher alta, branca, sólida, admiravelmente moldada. Isto dava aos seus grandes gestos de drama, pomposos á força de convencionaes, uma soberania e relevo que eram o furor do corpo commercial, brasileiros de volta, provincias e ilhas, todo o paiz inda rançado em banhas lyricas e sentimentaes tradicções. Nenhuma d'esse tempo possuia olhos, hombros e braços como a Velledo. Gentes decahidas por edade ou excessos, iam ouvil-a de rainha, princeza d'isto ou d'aquillo, Fernanda, Magdalena de Vilhena ou Morgadinha, a galvanisarem-se e readquirir tom, pela excitação ou deslumbramento da sua voz dizendo tiradas pomposas, ou d'essa extraordinaria carne extravasando em maravilhas plasticas. N'uma cidade como a nossa, onde as mulheres filiformes e glaucas lembram bichos de seda na muda, aquella magnifica e authentica mulher fazia imperio e dava cubiça, mesmo assim fria de mascara, e parecendo viver fóra de scena a eterna insomnia das estatuas. Não era muito talento, mas os gestos salvavam-n'a, depois de se haverem salvo pelos braços. Os amantes tinham-n'a feito distincta, linha de princeza, uma graça real a receber os que promettiam, nenhum, titubiamento em tête-

Poucos pintores estudaram ainda tam bello perfil e mais alegre figura. Eram, como dous astros de amor, cheios de ternura e limpidez os seus olhos castanhos. Não havia mãos de mais fina epiderme nem dedos de mais esmerada estructura. O contorno do nariz não cedia em perfeições aos das estatuas gregas que representam a deusa das graças e dos amores.

E a cálida veemência do temperamento, as demasias do sentir latente, a flama espirrante da sua vida interior, denunciava-as bem a tinta mate da epiderme, essa côr hepatizada e ardente das loucas depositárias da paixão. Com paternal carinho o Silveira, adiantando-se, preguntou-lhe como tinha sido aquilo? que se havia passado?

Olhe que o mando pendurar n'aquella figueira. Como Judas Iscariote atalhou Elisa, fungando, e esfregando as mãos. O infeliz déra a mão, e quatro sonoras palmatoadas lhe estouraram na epiderme. A dôr moral devia ser grande! Rosa estava pallida, e Elisa, de repente, séria, disse ao professor: Se eu fosse elle... Que diz a senhora? Digo que, se fosse elle... Que faria? Dava-lhe um murro no nariz.

Apesar da noite ser de luar, o caes fôra illuminado a gaz até á porta do Casino, onde devia realisar-se o espectaculo, logo que anoitecera. Um pouco antes das nove horas, Laura entrou no salão do Casino pelo braço do conde de Bizeux. A entrada da viscondessa produziu sensação. Estava adoravelmente formosa. Um magnifico colar de saphyras e diamantes fazia-lhe sobresahir a rosada epiderme do collo.

Mas que um dia virá, na candida epiderme, Na sagrada nudez dos collos virginaes, Em hymnos de triumpho o grande Cezar-Verme! Colher o que ficou de tantos ideaes! Formosuras do inverno! Ao sol das duas horas A aérea multidão de fadas quebradiças, Gentis apparições dos bailes e das missas, Desliza no fulgor das pompas seductoras.

A. Herculano escreveu da inepcia, do fanatismo, e das ruins entranhas de D. João III. Refira-se que a alma lhe exsudava o pus na epiderme das pernas, e attribua-se ás angustias da sua suja enfermidade o phrenesi que rebentava em raivas contra os judeus, a diabetes que se dessedentava em sanque.

O Alberto estava entre elles, e ao ver passar Ermelinda, toda comprimida no seu vestido, o seu bello olhar profundamente negro, a epiderme morena um pouco empallidecida, exhalando frescura, sentiu um desejo mordente de entrevistas nocturnas, de têtes-

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