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Não sabe o que é do amor o ardente lume... Sonhar um vasto ceu e comprehendel-o, Para ver, cruelmente, desfasel-o, Na sombra da illusão, voraz negrume. Não sabe, não, senhora!... ai! se o soubesse, Se o podesse antever, se o comprehendesse, Estrangulando a vida, á voz do amor... Por mais cruel que fosse não daria A uma alma, irmã da sua, essa agonia Vendo-a morrer em convulsões de dor.

E n'este negrume refulgia a um canto, sobre o chão de terra negra, a fogueira vermelha, lambendo tachos e panellas de ferro, despedindo uma fumarada que fugia pela grade aberta no muro, depois por entre a folhagem dos limoeiros.

Ah, fôra decerto Nossa Senhora, compadecida emfim dos seus tormentos, que lhe mandára do céo aquella inspiração de se ir entregar toda dorida aos cuidados do abbade Ferrão! Parecia-lhe que deixára , no seu confessionario azul-ferrete, todas as amarguras, os terrores, a negra farrapagem de remorso que lhe abafava a alma. A cada uma das suas consolações tão persuasivas sentira desapparecer o negrume que lhe tapava o céo: agora via tudo azul; e quando rezava, Nossa Senhora não desviava o rosto indignado.

Não sei se Deus existe, ou se é um mytho, Imposto á crença para atormentar Da humanidade o largo peito afflicto, Em noites de negrume, sem luar. Vivo n'uma anciedade indefinida, Cheio de Raiva, ensanguentado e vil, Sem mesmo comprehender o que é a vida, Ai! talvez seja um lugubre covil, Uma passagem horrenda e dolorida D'um mundo mau a um outro mais gentil.

Era quasi um negrume de tristeza. Por esse tempo, veio o conselheiro trazer Magdalena para a aldeia, pois receiava pela saude d'ella se persistisse em Lisboa. O conselheiro propunha-se levar comsigo Augusto, quando voltasse a Lisboa.

Sonhei que o peregrino ao apartar-se dos lugares em que amara e fora amado no benigno lar onde abrigara o corpo enfermo e o coração sequioso de carinho, afectos e de graças, passou ondas do mar escuro e turvo, e ao passá-las deixou nas vagas fundas um sulco ténue, vermelho, coruscante entre o negrume da cerração ambiente.

Jacintho repousava. Eu não cessára de me sacudir, de bater os pés encharcados, que me arrefeciam. E o bom Silverio, passando a mão pensativa sobre o negrume das suas barbas, reflectia, emendava os seus prognosticos: Pois, não senhor... Ainda estía! Nunca pensei.

Hia o volume universal fechado, Com sellos de Diamante, á força humana; Qual no tristonho tenebroso Inverno, Quando a densa, importuna, e grossa neve, Abafa em torno o ar; se o Sol brilhante Rasga c'o vivo raio o manto espesso, Subito foge; subito o negrume Tapa de novo o fulgurante aspecto, O Imperio estende da imperfeita noite.

Na noite, a um canto do Hospital o velho banco de taboas puidas, lhe tambem para scismar. A ventania parou. D'uma fresta tomba luar. A treva amontoa-se ao fundo, e, para alem, nos corredores abobadados, arde um lampeão. Direis que o negrume remexe: pedaços de escuridão destacam-se, escoam-se sem ruido pelas muralhas humidas e espessas.

Sob o negrume do luto, como n'uma penumbra que esfuma a grosseira deselegancia das cousas, todos os seus defeitos se fundiam os defeitos que tanto o horripilavam na tarde da Bica Santa, o rolar gordo da voz, o peito empinado, a ostentação de burgueza ricassa pinguemente repimpada na vida.

Palavra Do Dia

esbrugava

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