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Henrique de Souzellas, que conhecia todas as personagens de importancia no paiz, fitou Magdalena com olhar estupefacto: tão longe estava de encontrar alli a filha de um futuro ministro. Filha do conselheiro Manuel Bernardo! V. ex.^a?

Estava aquelle afflictissimo homem perguntando á sua consciencia, se não seria mais grato a Deus e á humanidade que um peregrino vindo d'além mar não entrasse um dia aos paços de Manuel de Sousa Coutinho a dizer a D. Magdalena de Vilhena que não podia ser mulher do homem que lhe chamava esposa!

Magdalena não tinha que lhe dizer. Eu pedirei tambem, e Christina, e todos pediremos, como pedimos. Tenho esperança. Não, filha, não peças tu. Deixa-me com teu pae ámanhã. Disseste que tinhas vindo, sem ninguem saber? continuou elle. Olha que te não dêem pela falta. Vae, que é tempo. Mas... Vae, filha. Eu estou tranquillo. Bem vês. Deus te recompense a bondade que tiveste. Vae.

E como a felicidade de minha filha é tambem a minha, ella é que hade vir terminar esta nossa conferencia. Magdalena, que tudo ouvira, occulta atraz da porta aonde a deixamos, não se fez chamar; correu logo, ébria de alegria, e lançou-se nos braços de Jorge, gritando: Obrigada, papae! Obrigada, papae! Diz-me, interrogou-a elle, gostas muito do senhor Luiz, não é assim?

Dai-me, Senhor, uma intima compunção, e humildade, como déstes ao Publicano: dai-me lagrimas de verdadeiro arrependimento, como déstes a S. Pedro: dai-me um ternissimo amor da vossa Divina Magestade, como déstes a Santa Magdalena, para que, imitando eu estes grandes exemplares da penitencia, seja minha alma justificada pela vossa graça na terra, e algum dia glorificada pela vista da vossa Divina face no Ceo.

Então é que era, visconde: nós os amigos de tantos annos, casados com duas irmãs, que representavam oitocentos contos e que representariam seis mil para o futuro! Se o quizesse fazer, não tinha senão dar o meu sim. Se tu soubesses o que tem ido por essa casa a meu respeito! Magdalena ama-me desde o primeiro dia que me viu.

Ah! exclamou D. Maria Egypciaca, levantando-se rapidamente da poltrona. Comprehendo agora que não eram infundadas as desconfianças de teu pae. Que desconfianças? perguntou Magdalena. Que amas... Eu? Tu, sim... Quem? perguntou Magdalena tornando se cada vez mais pallida. O visconde de Coruche! Que testemunho! disse uma vez a minha mãe, que nunca amei, nem seria capaz de amar o visconde.

Magdalena foi sentar-se ao piano. Não ia tocar, ia fazer mais, porque ia gemer saudades com aquelle amigo. As harmonias que encheram a sala eram suaves e melancholicas; casavam-se em tudo com o que ella estava sentindo, e transportavam-a a mundos onde nunca tinha subido.

Magdalena então correu a abraçar-se ao tumulo da mãe para o proteger da violencia. Antes de o abater haviam de a ferir a ella. Os machados, que se brandiam no ar, suspenderam-se. Alguns baixaram-n'os, como arrependidos. O morgado formulou n'uma jura a impressão que lhe estava causando a scena. Desviando os olhos, disse, com modo desabrido: Tirem essa mulher d'ahi.

Olympia reclinada n'um sophá fazendo o chylo, e resonando profundamente. Magdalena encostada á janella contemplando as estrellas que se reflectiam sobre as aguas do Tejo.