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Sempre o mesmo olhar doloroso! uma constante expressão de magoa, esse abandono, que é o tedio da vida!
Até então nenhum desgosto, nenhuma tristeza, nenhuma magoa toldara o céo purissimo de nossas alegrias. Vagavamos em mar de rosa, egoistas de felicidade, sereno o espirito, aberto o coração a todos os influxos bons. Boa vida, por um lado, essa de quem viaja sem grandes preoccupações, no bojo de um navio patricio.
Conversação doméstica affeiçoa, Ora em fórma de limpa e sãa vontade, Ora de huma amorosa piedade, Sem olhar qualidade de pessoa. Se despois, por ventura, vos magôa Com desamor e pouca lealdade, Logo vos faz mentira da verdade O brando Amor, que tudo, em fim, perdoa, Não são isto que fallo conjecturas Que o pensamento julga na apparencia, Por fazer delicadas escripturas.
Os lanceiros terminaram, com grande magoa do commendador que tinha achado muito agradaveis aquelles momentos dizia . Ermelinda sorriu-se. Fez-se então um grande silencio na sala; correu a voz de que o Alberto a pedido de varias senhoras ia recitar uma poesia. Os homens amontoaram-se logo uns sobre os outros, nas entradas da sala, ávidos de sensações lyricas.
Os senhores não sabem ainda o que é olhar para o passado aos trinta e cinco annos, e vêr uma longa fila de espectros uns gotejando sangue, e outros lagrimas... O poeta dissera isto tão do intimo amargurado, que nem Leonardo Pires deixou de o escutar com magoa. Jorge, já dorido de suas tristezas, não era para espantar que desse em lagrimas uma prova de sympathia á dôr alheia.
«E foi-a a erguer; e, querendo-lhe falar, lhe faleceu a fala. «Ali, houveram ambos mui triste pranto, e entre si se diziam, um ao outro, palavras de muita mágoa, começadas pela dôr, rotas pelo pranto. «E era já manhan clara.
Que profunda crença, que certeza mystica, se póde dizer-se assim, não rescende a suave morbidezza d'estes versos! Ha alli alguma cousa do cantor da Bice. Vêde porém a tempestade que se annuncia; a duvida atravessou como um relampago o cerebro do poeta. Ouvide: Não se é só pó no fim de tanta magoa.
Immediatamente Madame Lobrinska, com solemne magoa, cercada d'aias e de crépes, recolheu ás suas vastas propriedades russas perto de Starobelsk, no governo de Karkoff. Na primavera, porém, voltou com as flôres dos castanheiros, e desde então habitava Paris em luxuosa e risonha viuvez.
Cheio de vida ainda, idyllico, ideal, Talvez lamente o amor, na sua jarra d'agua! Mysteriosa flor! que caprixosa magoa O virá a pender na haste virginal?! Talvez lamente o Sol a luz vermelha viva? O sol que vae morrer o bello agonisante! Talvez que chore a lua a lua pensativa! Que lhe venha lavar a alvura soluçante! Quem foi a branca mão olympica, divina, A mão macia, ideal traidora que o colheu?
Por muito que procure distrahir-me, trago sempre comigo a mágoa de não te vêr. Só para o natal ahi voltarei. Terei paciencia que outro remedio não tenho. Queria ter ao menos a alegria de te fallar um instante mas isso não póde acontecer. Tu nunca aqui vens e eu não posso sair d'aqui.
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