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Era loura ainda. Tremiam-lhe nas tranças os reflexos da eternidade. As rosas da face tinham desmaiado. Em volta da sala havia crepes. Senti um horror instinctivo d'aquelle luto. Ao longe dobrava um sino. Lembrei-me de Goethe que detestava todo este apparato funebre. Se a alma é immortal, para que chorar a minha amada, que renascia para outra vida?

Julgava-se então morto, mordia em si, em seus filhos e na rainha. Perguntavam-lhe o que tinha. Respondia: Não tenho nada! E desatava a cantar. Telhudo! Sua ex.ª o marquez de Brunoy... Quando morreu o marquez pae, mandou despejar em todos os tanques do palacio almudes de tinta d'escrever para que as aguas tomassem lucto; e cobriu de crepes todas as arvores do parque.

Estes crepes, que envolvem a alma da patria, são entregues á guarda do povo, do exercito e da alma nacional. Quem os arrancar ou mandar arrancar é o ultimo dos covardes vendido á Inglaterra.

Se não receassemos profanar a dôr tão intima e tão sincera do soberano, se não temessemos alancear, inopportunos, o seu extremoso coração, tão manifestamente envolto em luctuosos crepes na occasião presente, nós ousariamos formular humildemente uma debil pergunta: Julga sua magestade que, assim como os principes têem coração, o não têem os povos egualmente?

A paixão coruscava no olhar d'aquelles interpretes a quem Epiphanio ensinára as fulgurações do terror, e, sobre tudo, a expressão da intelligencia. Eu não direi que a arte de hoje arraste crepes ou esteja fria como o marmore de Gil Vicente na cupula do seu templo.

A condessa envolta, tambem, nos seus crepes negros, viuva do homem, que ajudou a cravar, com o vigor, e robustez do seu pulso, o pendão da liberdade em Portugal recebeu-me com a semceremonia aristocratica do seu elegantissimo trato.

O clero e a nobreza perdiam o prestigio, a força, o poderio; e a humanidade, que ouvira absorta a palavra omnipotente da convenção nacional, estremecia jubilosa e reverente, como a virgem de Nazareth ao escutar a saudação celestial do anjo mensageiro. Durou pouco a esperança. Detraz dos hymnos festivaes vinham os crepes funerarios.

Exultára na recepção do Porto, a cidade em delirio, damas de azul e branco, lançando mais flores a esses queridos soldados, por entre a tempestade dos vivas aos libertadores. Mas em breve tornaram-se em lagrimas os risos, em crepes os laços bicolores, em chuva de granadas as de rosas, e em bravas vivandeiras as donzellas, que os realistas offereciam em pasto á soldadesca, como premio do assalto.

O mancebo estremeceu e voltou-se rapidamente, a vêr quem lhe fallava. Não viu pessoa alguma. Passeou então os olhos curiosos pelas paredes forradas de crepes e não descobriu a porta por onde tinha entrado. Se quizesse abandonar aquelle mysterioso e lugubre recinto, não o poderia fazer, por não encontrar sahida. Embora surprehendido, nem por isso se apavorou. Medita! tornou a voz a repetir.

A pobreza por vezes venceu o trabalho assiduo de Venceslau Taveira, esponjando-lhe o fel da penuria ás chagas da saudade da patria. A inercia do amigo, motivada pelos crepes sempre carregados da sua paixão, aggravava as difficuldades do moço laborioso.

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