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Marcella, Marcella! Eu dizia-te um dia, lembras-te ainda? era n'aquelle livro, que o presentimento me fez intitular Remedio na desdita: «Deus te proteja, e te faça ditosa, postoque teus dotes o não consintam, principalmente se fôres herdeira do meu destino.» A coróa de gloria que me cinge sangra-me na fronte com dolorosos espinhos; o que a poesia me ha ditado tenho-o soffrido primeiro.

Por sua vez incerto e compungido, tremendo da desgraça dos infernos onde penam os corações desamparados que em desventura nunca sentem irmãos pulsando a par do seu pulsar de amor, o poeta responde ao cavador: «Por que erro ou mistério do destino, andam perdidos e, chorando, sofrem a viuvez duma ternura irmã da que os alenta e ampara e os ergue a Deus, os corações que amam sem encontrarem amor que o seu fecunde e alimente para o florir em bênçãos e consolo dos que em desdita esmolam esses bens?!...»

Vergado o animo pela desdita, D. Sancho preferiu o desterro a viver captivo na patria, debaixo do jugo do irmão, e escolheu Toledo para residir. O exilio veiu então completar-lhe a escola do infortunio.

E a mulher, que a desdita sempre espreita, Curva-se ante o poder d'essa grandeza, Que a ella me ligou e me traz preza! Um pequeno enxoval, mas sufficiente Para poder cuidar d'esse innocente Que a vil libertinagem engeitou! Que a infamia, por onde errou A vida impura, incasta e illegitima, Trouxe aos portaes da sua triste victima!

Feliz homem, esse creado, pensava, se não tinha a inenarravel desdita de possuir um inferno em vez de lar. Ia dormir socegado, tendo trabalhado materialmente, reparadoramente. A subitas, atravessou-se-lhe uma idéa no cerebro. Erguendo-se n'um esforço, bateu forte com os pés no lagedo, para os desentorpecer, e chamou o servente: Deixe essa mesa, disse, traga um cognac.

Mulheres, que habitaes a lobrega mansão da desgraça, sabei que se a opinião vos condemna o coração absolve-vos! E depois, de que vos vale a opinião? Que vos trouxe ella na hora da desdita? Sabe condemnar-vos? Pois bem, em vez da maldição pedi-lhe virtude e amor. Oh! a opinião! sua excellencia a deusa opinião, essa é que é de facto a grande prostituta.

Para soffrer nasci; abraço a minha cruz; busco o tormento... Não devo extranhar os espinhos da desdita. Quem foge á sua sorte? Oh! Deus... concedei-me um raio de esperança e talvez volte a ser feliz. A minha voz não canta, hoje suspira e geme.

Quando nos luz o sol no céu da patria, Embora sobre nós verta a desdita Torrentes de amargura, ha um consolo:

Talvez nestes campos estrangeiros Minha existencia o fogo da desdita Faça pender, murchar, ir-se mirrando Sem que torne a ver mais esses que amava, Sem que torne a abraçar a arvore annosa, Que se pendura sobre a limpha clara no meu Portugal, onde a frescura Da ribeira perenne, da floresta Tem valor, porque o sol tem luz, tem vida! ..........................................

Senão, diga-me alguem que allivio é este Que sinto quando á abobada celeste Alevanto os meus olhos rasos d'agua? Mentem os céos tambem? Os céos maldigo. Feras, tigres tambem o céo povoam? Tambem os labios sorrindo coam Veneno desleal em beijo amigo? Mas na dôr é que os astros nos sorriem, E os homens não sorriem na desdita.

Palavra Do Dia

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