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No dia seguinte de manhã, assim que o malmequer abriu as suas folhas ao ar e á luz, reconheceu a voz do passarinho, mas o seu canto era triste, muitissimo triste. A pobre cotovia tinha boas rasões para se affligir: haviam-n'a agarrado e mettido n'uma gaiola, suspensa entre uma janella aberta.

E emquanto a rapariguinha levava as tulipas, o malmequer alegrára-se por ser simplesmente uma pequenina flor no meio da herva. Apreciando reconhecido a bondade de Deus, cerrou ao cair da tarde as suas folhas, adormeceu, e sonhou toda a noite com o sol e com a cotovia.

Nunca ouvira de obras de poesia senão as cantigas da sua terra, o murmurinho dos seus rios; de madrugada a cotovia perdida pelos altos do ceo; ao meio-dia as porfias das cigarras; ao descahir da tarde o badalar longinquo das Ave-Marias; ao cerrar da noite o regosijo da aldeia, que torna a ajuntar os seus moradores, os seus rebanhos, os seus carros, as suas creanças, os seus rafeiros, toda a sua orchestra tão bem temperada para a alma; de noite os grilos e o rouxinol; e em sonhos... a fala talvez do seu namorado.

Que a ella me una em fim na terra fria, E te ache ó paz! nas santas florescencias! *Ubique doemon* Bem sei... e mais que o sei, claro luar! Que segundo a severa theologia, Pelas noutes sonoras de poesia O aroma dos lyrios faz peccar! Quem vos diría!... madresilvas, mar, Lilazes, claros rios, cotovia! Que ao dizer da tirannica theoria, Vós farieis a Carne triumphar! Ah!

Vivia satisfeito, aspirando deliciosamente o calor do sol, e ouvindo o canto da cotovia, que se perdia nos ares. N'esse dia o pequeno malmequer, apesar de ser n'uma segunda feira, sentia-se tão feliz como se fosse um domingo.

Após uma longa hemoptise, Cecilia abrio muito os olhos, tornou-se verde de um verde-negro e sombrio fez um esforço sobre si, regougou algumas palavras imperceptiveis, e cahiu para o lado. Tinha expirado finalmente. A aurora era então sem mancha; a cotovia annunciava um dia formoso. Tudo vivia; a luz era o prologo do amor.

Estrellas, flôres, mães, sabios e crentes, Vós todos que formaes a eterna cahorte Dos bons, dos que perante a vida e a morte, De Deus esparsem raios resplendentes: Por preito á obra santa e redemptora, Que põe a Terra e os ceus em harmonia, Como alto solta alegre a cotovia A limpida canção á luz d'aurora: Á minha unindo a vóz, Cantemos creaturas, Hossana nas alturas Á Mãe de todos nós!

Emquanto as creanças sentadas nos bancos da escola estudavam a lição, elle, sentado na haste verdejante, estudava na formosura da natureza a bondade de Deus, e tudo o que sentia mysteriosamente, em silencio, julgava ouvil-o traduzido com admiravel nitidez nas canções alegres da cotovia.

Torceu o Auctor da anályse as palavras do parecer para pôr a commissão em contradicção comsigo mesma. Recurso de quem não tem outro! Tinha ella dicto que a applicação dos bens do noviciado da Cotovia á dotação do collegio fôra um bom e judicioso pensamento, e deu a razão: porque assim ao menos não se estragaram e perderam esses bens.

Como o A. da anályse foi membro da junta da fazenda do collegio, desejaria eu que elle publicasse as contas correntes do noviciado da Cotovia, para se ver a importancia das remessas dos rendimentos que os jesuitas mandavam para o céu, e como elles faziam a divisão desses rendimentos, os da testamentaria do almirante para a Senhora da Conceição e os da herança de Fernão Telles para a Senhora da Assumpção, sua sanctissima irman.

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