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Não se póde fazer idéa da felicidade do malmequer. A ave acariciou-o com o bico, cantou outra vez diante d'elle, e perdeu-se depois no azul do firmamento. Durante mais d'um quarto d'hora não pôde o malmequer reprimir a sua commoção.

Vendo este triste espectaculo, o malmequer não pôde como na vespera fechar as suas folhas para dormir; curvou-se para o chão, doente de tristeza. Os rapazitos voltaram no dia seguinte, e, vendo o passarinho morto, rebentaram-lhe as lagrimas e abriram uma cova. Metteram o cadaver dentro d'uma caixa vermelha, lindissima, fizeram-lhe um enterro de principe, e cobriram o tumulo com folhas de rosas.

«Hei-de ir dispôr um de saudade Na terra onde elle descançou da lida; Mostrar-lhe amor, mostrar-lhe piedade, Que não mostrei em vidaSe fôres, meu amor! uma perpetua, E uma saudade ser-me-hia dôce! Mas perpetua ou saudade, aceito-a, E um malmequer que fosse. Lisboa. Para se recitar no theatro do Príncipe-Real

Retomas o tom puro e santo do mysterio Da pallida mulher Que vae colher, scismando, um lyrio ao cemiterio E ao campo um malmequer! Em horas de tormenta és a mulher colerica! Até cospes na cruz! E formam-te espiraes na coma athmospherica As viboras de luz! Porém no teu regaço, altivo, casto, enorme, Em doce e plena paz,

Pobre passarinho! Emquanto vivia e cantava, esqueceram-se d'elle e deixaram-n'o morrer de fome na gaiola; depois de morto é que o choraram e lhe fizeram honrarias pomposissimas. A relva e o malmequer lançaram-as para a poeira da estrada; d'aquelle que com tanta ternura tinha amado a cotovia, ninguem se lembrou. *Não quero*

O pobre passarinho, queixando-se amargamente do seu captiveiro, batia com as azas nos arames da gaiola. O malmequer não podia, apesar dos seus desejos, articular-lhe uma palavra de consolação. Passou-se assim toda a manhã. « não tenho agua, exclamou a prisioneira. Saiu toda a gente, sem me deixarem ao menos uma gota d'agua. A garganta queima-me, tenho uma febre terrivel, sinto-me abafada! Ai!

No dia seguinte de manhã, assim que o malmequer abriu as suas folhas ao ar e á luz, reconheceu a voz do passarinho, mas o seu canto era triste, muitissimo triste. A pobre cotovia tinha boas rasões para se affligir: haviam-n'a agarrado e mettido n'uma gaiola, suspensa entre uma janella aberta.

Inda creança, o seu amor pelo Ruy não podia dizer-se immaculado. Não era esse idyllio de bambinos colligados na mesma adoração por uma boneca, nem a celeste comedia, inolvidavel, de duas cabecinhas attentas para o mesmo malmequer que se esfolha á beira d'um campo de trigo, sob o guarda-sol de sêda que a ama baloiça, sorrindo de os vêr tão sérios, os dois noivos pequeninos.

Ali encontrei passando ao entardecer, em sua plena graça juvenil, como se alada rosa eu entrevisse, a moça que subia das lenturas fecundas do juncal a regalar seus gados com o pascigo, entre cantares ceifado alegremente, vibrando firme a foice, despiedosa, a traçar nos seus dentes a bonina mais branca, e o malmequer, e a mais esbelta haste do azevém onde despontavam as palmas rígidas em que guarda a semente.

Se eu podesse consolal-a! pensava o malmequer, incapaz de fazer o minimo movimento. Comtudo o perfume que elle exalava, tornou-se mais forte que de costume; a cotovia sentiu-o, e, apesar da sede devoradora que a obrigava a arrancar a herva, teve todo o cuidado em não tocar nem sequer de leve na flor.

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