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Prometteu-lh'o Perpetua Rosa; jurou-o e tresjurou-o. Pulava a boa da velha de contente, e a primeira vez que levou roupa á cidade fez das fraquezas forças, e trouxe de mimo a Gabriel um pião novo, uma gaiola de grilos cousa d'espavento, e uma abáda de castanhas do Maranhão e de figos passados, com que o bom do rapaz se regalou de pôr a bôca n'uma lastima. E o mais é que teve palavra.

Principiavam córos de grilos na espessura amarellenta das hervas, o sol cahia por traz das arvores; á esquerda, nos vagos fumos da tarde, Beja torrejava. Adeus, disse a viuva sem colera, estendendo ao velho as duas mãos descalças. Zarco sem fallar, beijou essas mãos inda pequeninas e brancas.

Bateram nove horas n'um relogio pendente da parede caiada. Fóra, bramia o mar. Pela janella aberta entravam, com a brisa, exhalações salinas e esse borborinho confuso e melancholico das noites em plena roça. No tecto de vigamento visivel, trilavam grilos.

Agora a fauna. Pelo espaço, negrejam bandos de corvos, os karasu, escarninhos, voando e rindo ás gargalhadas. Enormes borboletas pretas, nunca vistas, sugam as corollas. De dia, de noite, é incessante o ruido das cigarras, dos grilos, de outros bichos. Noites ha, pelo estio, junto ás ribeiras, em que uma chuva de fogo, de pyrilampos aos myriades, motiva festas ruidosas.

Mas o infeliz dormiu como uma pedra até que os gallos das roças proximas soltaram no ar socegado os seus cantos da madrugada, despertando-o. Levantou-se o negro e, accendendo o farol, saíu com direcção á praia. Trilavam grilos, como n'este momento em que lhes falo. Na noite calma, rebrilhavam estrellas, espelhando na superficie lisa do mar as suas cabecinhas irrequietas.

Nunca ouvira de obras de poesia senão as cantigas da sua terra, o murmurinho dos seus rios; de madrugada a cotovia perdida pelos altos do ceo; ao meio-dia as porfias das cigarras; ao descahir da tarde o badalar longinquo das Ave-Marias; ao cerrar da noite o regosijo da aldeia, que torna a ajuntar os seus moradores, os seus rebanhos, os seus carros, as suas creanças, os seus rafeiros, toda a sua orchestra tão bem temperada para a alma; de noite os grilos e o rouxinol; e em sonhos... a fala talvez do seu namorado.

a desgraçada cabra, ali, junto do filho tenro, não mais fizera passo. Com as brumas da noite, as brumas da tristeza para o seu coração alanceado de mãe. vinha o frio inclemente flagelar-lhe o filho... o filho que tremia a ela aconchegado o triste pobrezinho! Rompia de toda a banda o gri-gri sonoro dos grilos, vivo e cantante naquele silêncio que se definia. Cerrou de todo a noite.

Agora começo eu a encontrar o rancho dos criados, com as amplas cestas enfiadas no braço. De todas as cestas, a que mais me deu na vista foi uma que ia completamente cheia de alfaces. Familia de grilos! pensei eu. E depois ratifiquei, porque o criado, referindo-se decerto a algum dos patrões, ia dizendo para o companheiro: E elle está-me sempre a cantar!

Palavra Do Dia

dormitavam

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