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Atualizado: 5 de junho de 2025
Junto aos muros, enfileiradas todas na nesgasinha de sombra, as gallinhas dormitavam; os passaros nos salgueiraes, que sombreavam o ribeiro, tinham emmudecido. No interior das casas nenhum rumor, por entre a folhagem nenhuma viração. Até as carroças, nos pateos, com os varaes aprumados, pareciam, como n'um espreguiçamento, dispôr-se para o somno.
Nem é este o pulcro savel Que me deu sorriso afavel D'entre os verdes salgueiraes! Quando eu era o mago enlevo Das fadas de Campanhan, Apanhava a borboleta, Que doudejava louçan. E, por tardes d'almo estio, Lá nas margens do meu rio Vi delicias de encantar.... Pyrilampos, suspirando, Qual Camoens suspira arfando Os estos do seu penar. Ai! trovas da minha aldeia, Que saudades me doeis!
Por isso, quando á noite dançam e folgam nos ares, toda a natureza se compraz em lhes adornar os festejos; as brisas volteiam com as suas urnas cheias de aromas; os rouxinoes descantam as suas arias; a orchestra immensa dos pinhaes, das carvalheiras e dos salgueiraes entrega aos arcos invisiveis do vento as frementes cordas das suas franças, ou deixam que mão ignota doideje vagamente nas teclas das suas frondes!
Uma sepultura é uma coisa inutil entre vós. Amaes os salgueiraes do Mondego, porque n'elles remurmura o ecco dos vossos cantares. Amaes a onda limpida do vosso Pactolo, porque ella deslisa sobre a areia doirada do álveo. A sepultura é muda a todas as interrogações. O unico movimento que a sepultura permitte é o ondular das hervagens que a cobrem.
Se um d'esses homens for poeta... e quem ha que o não seja depois do baptismo da sombra d'estes salgueiraes, do perfume d'estes campos, do crystallino d'este ambiente, da doçura d'estas aguas, da verdura d'estes montes, da fresquidão d'estas brizas? aqui a poesia bebe-se pelos olhos, pela bocca, pelos ouvidos, sem o querer, sem o cuidar, sem o sentir; cada pedra, cada tronco leva inspirações ao amago do seio, que desatina a cantar como a zagala ao desabrochar do dia, ou como a avesinha, que saúda a primavera; aqui murmura melodias o ciciar da aragem nas flores da collina; o scintillar da lua quando num tecto de saphira pende accesa como lampada de sanctuario; o ardor do sol, quando se alastra em diamantes por cima do estendal da arêa; o echo a responder sonoro ás palmas d'um folguedo; a vara do barqueiro a resvalar nos seixinhos do rio; o lavadouro da tricana, que geme debaixo dos seus golpes, menos duros porque os acompanha uma cantiga de amores! até os nomes dos sitios têm aqui uma suave harmonia, como preludio de canção, que deixa adivinhar-lhe toda a lindeza!.... Mas não vês, Elysa, como eu vou longe do que ia dizendo? era Coimbra, que me arrebatava nas ondas da sua poesia; foi uma nova prova do seu poder; voltemos porém ao primeiro proposito.
«A casa em que vivo, minha amiga, faz-me lembrar uma finissima e polida concha entre fofos de verdura e caules de gentis florinhas! As palmas, as tamarindeiras, os coqueiros, e muita especie de arvores do paraizo com sua explendida e agigantada folhagem, absorvem os raios abrazadores d'este sol, e elaboram-no em si, expedindo-o em frescura, que faz lembrar a da nossa terra, as auras das margens dos nossos rios, os salgueiraes do seu Lima, e os choupaes do meu Cávado! Mas que falta aqui da alegria dos nossos arvoredos, minha Corinna? Não sei: parecem-me tristes estas arvores; não me viram na infancia; não me conhecem; não me fallam. Que bello deve ser este diamante do mundo para os que nasceram aqui! Que abrasadas fantasias serão as dos poetas aquecidos a este vapor aromatisado por tantas urnas de florescencia peregrina! Que ar de primitiva magnificencia da creação tem isto tudo? Afigura-se-me que, á sahida do eden, este pedaço de mundo se desdobrou, com as entranhas arquejantes de riqueza, concitando o homem condemnado a trabalhar, a tressuar e a limpar mil vezes o rosto, calcinado sob os ardores do sol, á sombra d'estas arvores, que significam a misericordia divina ao lado da justiça inexoravel.
Aqui esta no que veio a dar aquelle bello espirito do maior improvisador e do maior bohemio da Coimbra de ha vinte annos! Ó salgueiraes do Mondego, lamentai-o! Ó musa alegre da tasca das Camêllas, cobre de luto a tua face mésta! Ó fina flôr dos rapazes d'esse tempo, chorai por elle e.... por vós! Colhi em Braga informações sobre o viver de João Penha transformado.
Das alturas tombando, o rei na quéda fez tal espalhafato, que as fêmeas em pavor, os machos fulos, aquellas saltitando, estes aos pulos, como é uso das rãs nas grandes crises, cada qual a gritar: arreda! arreda! entre os juncaes, no lôdo, nas raizes dos salgueiraes se enreda. Por longo tempo em seus esconderijos das rãs esteve homiziado o povo.
No rio a nevoa e as aguas confundiam-se envolvendo as sombras incertas dos salgueiraes e dos choupos que se banhavam e retemperavam como deuses pagãos, em ondas claras. Claudio affastava d'ali os olhos. Era a paz no turbilhão da vida ingenua, era o fructo prohibido dos seus anceios, uma recordação amarga.
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