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Atualizado: 19 de julho de 2025
Esta hora, sobretudo no verão, era deliciosa: pelas janellas meio cerradas penetrava o bafo da soalheira, algum repique distante dos sinos da Conceição Nova, e o arrulhar das rolas na varanda; a monotona susurração das moscas balançava-se sobre a velha cambraia, antigo véo nupcial da Madame Marques, que cobria agora no aparador os pratos de cerejas bicaes; pouco a pouco o tenente, envolvido n'um lençol como um idolo no seu manto, ia adormecendo, sob a fricção molle das carinhosas mãos da D. Augusta; e ella, arrebitando o dedo minimo branquinho e papudo, sulcava-lhe as rêpas lustrosas com o pentesinho dos bichos... Eu então, enternecido, dizia á deleitosa senhora: Ai D. Augusta, que anjo que é!
Um dia topei pedras, que me pareciam luzir como oiro puro e embebido a contemplal-as esqueci-me do tempo, da terra, do mundo... Subito, cá fóra, ouvi rir. Trepei pela terra acima e achei-me com pedras negras nas mãos, cheio de terra, feio e cego como os bichos que nunca viram o sol... E tudo era bello!
Que tu quizeres! respondeu, esses saõ bichos cor da noite, aos quaes ninguem atégora vio: saõ os habitadores das trévas. Tem sim bons salarios; mas nunca diante delle se devem assentar; porque só nós o podemos fazer. Por isso, disse eu em segredo apontando com o bico para a orelha de Teive, por isso lhes vejo as pernas bem inchadas; mas agrada-me muito o seu sério.
Ha bichos, que só lhe falta a razão, que no mais parecem mais amoraveis que as proprias creaturas com alma! A boa da gata ia-se pôr á porta do quarto d'ella a miar miau, miau, miau, e, a final de contas, não queria comer, nem beber, até que appareceu morta no telhado do visinho... Misera gata! que infeliz morte! Pois é verdade. Isto veio a respeito de dizer que a Rosinha está constipada.
O consciencioso Okio pede a certo aldeão do seu conhecimento que o avise de quando algum appareça pela serra; o aviso vem ligeiro, pois abundam taes bichos no Japão, e eil o que parte, com a tinta, com os pinceis e com o mais de que carece. Levado pelos campos, depara com o animal dormindo junto a uma arvore.
Lembrei-me do frio da terra e do contacto da carne com os corpos frios e molles dos bichos nos cemiterios. E requintei na fantasia as sensações da longa fileira dos rigidos cadaveres, que via dormindo na valla commum o somno doloroso da morte. Passou-me um calafrio pelo corpo, ergui-me, levantei a golla do casaco e comecei a passear pelo quarto.
Não obstante, a catechese dos indigenas da America do sul, trouxe maior numero de seus filhos ao gremio da civilisação, do que os systemas usados no norte, onde os dominadores, convencidos da inutilidade de seus esforços, lhes dão caça, como se os indios fossem bichos de matto!
Torrentes corriam pelo meu tronco, inundavam a minha roupa cascosa e em volta n'uma poeira azul andava um turbilhão de bichos. Outras arvores fluctuavam na mesma poalha e as suas folhas ou eram de sol ou todas de prata. Longe e que encanto aquella companhia sempre presente e amiga! o fio do rio chalrava. Folhas cahiam e iam devagarinho viajar sobre a agua verde.
Bem, meu caro? E continuava a palestra interrompida. Depois a correcção exigida ao penetrar n'aquelle camarim. Vinha-se de cabeça descoberta, cortejal-a com grandes reverencias. Os homens não fumavam. Uma palavra familiar, uma graça mais núa, transmutavam na côr as iris da divindade. E nenhuma familiaridade antes de se ter sido apresentado com as formulas mais puras do estylo. Porque era de saber que se tratava com uma mulher superior, a primeira actriz portugueza, astro, deuza, musa do drama, Rachel, Sarah, M.lle Mars, e as mais chapas consagradas n'este genero d'apotheoses. Depois, mulher do mundo, espirito de duqueza á Balzac, leituras finas, e seriedade de porte, dizia-se, não vulgar entre lonas pintadas. Era d'estas mulheres de scena afinal, corrompidas d'espirito e gastas de sensibilidade, pelo habito de fingir, representar ao vivo, e pintar tudo, labios, cabellos, sentimentos. O abuso de cosmeticos, estragando-lhe a epiderme da face, prohibira-lhe as transparencias do rubor, que na mulher mesmo velha, são a juventude eterna da alma ao tempo que os papeis violentos, embotando a sua vibratilidade, lhe não deixavam já sentir as coisas originalmente e por si proprias, como se cada sensação sendo um dedilhar de corda eolea, ficasse impossivel, estando esta corda partida. Como todo o artista fatigado, a Velledo só obedecia agora aos moveis extremos, o interesse, o orgulho, um vicio, um desejo, sentindo desprezos pelo mais. Tudo era n'ella preparado scientificamente, ensaiado, solemne, feito de cór um papel, um sorriso, uma generosidade, um cumprimento. Aos trinta annos percorrera já tudo na vida, os cimos e baixos fundos torvos, onde as podridões são pictorescas; bambochas de fabrica; mancebias d'acaso, em aguas furtadas, com estudantes e carpinteiros; fomes de palmo, pantomimas de feira, noites sem leito... todas as escoriações do vicio caloteado e baixo. Teve um filho aos quinze, de que já não sabia aos dezoito. E pancadas, figurou no livro das prisões, foi bailarina e creada de hospedaria. Agarrada para povo n'um dramalhão de apparato, uma noite em que vagueava á busca de homem, entrára a crescer. O ponto levou-a para casa, o ensaiador achou-lhe geito; dois ou tres noticiaristas entraram com referencias á novel artista. E engrossou, encheu de hombros, fez-se mulher; e este viver a fôra curtindo, ficando-lhe o frio olhar calculista, que farto de se vêr explorado e cuspido, tudo agora revertia em proveito proprio. A sua belleza, embryonaria aos quinze, eflloresceu após o primeiro filho em exhuberancias mimosas e brancas, e delicados tons de face. Aos trinta annos, levando uma existencia tranquilla, boa meza, dois cavallos, o palacete da Graça, e brasileiro para argent de poche, Velledo era uma mulher alta, branca, sólida, admiravelmente moldada. Isto dava aos seus grandes gestos de drama, pomposos á força de convencionaes, uma soberania e relevo que eram o furor do corpo commercial, brasileiros de volta, provincias e ilhas, todo o paiz inda rançado em banhas lyricas e sentimentaes tradicções. Nenhuma d'esse tempo possuia olhos, hombros e braços como a Velledo. Gentes decahidas por edade ou excessos, iam ouvil-a de rainha, princeza d'isto ou d'aquillo, Fernanda, Magdalena de Vilhena ou Morgadinha, a galvanisarem-se e readquirir tom, pela excitação ou deslumbramento da sua voz dizendo tiradas pomposas, ou d'essa extraordinaria carne extravasando em maravilhas plasticas. N'uma cidade como a nossa, onde as mulheres filiformes e glaucas lembram bichos de seda na muda, aquella magnifica e authentica mulher fazia imperio e dava cubiça, mesmo assim fria de mascara, e parecendo viver fóra de scena a eterna insomnia das estatuas. Não era muito talento, mas os gestos salvavam-n'a, depois de se haverem salvo pelos braços. Os amantes tinham-n'a feito distincta, linha de princeza, uma graça real a receber os que promettiam, nenhum, titubiamento em tête-
Você não sabe que o dinheiro custa a ganhar? Para que é essa trapagem toda? Com quê já a sua jaqueta azul tem bichos? E cá a grandessissima tola não podia passar sem sedas! Não se lembra do tempo em que andava de sapatas atrás das vaccas da Josefa Enguia? Diga, senhora mosca morta?... Olha a sonsa, que parece não quebra um prato!
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