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Eſte que ves olhar com geſto yrado, Pera o rompido Alumno mal ſofrido, Dizendo lhe que o exercito eſpalhado, Recolha, & torne ao campo defendido: Torna o moço do velho acompanhado, Que vencedor o torna de vencido, Egas moniz ſe chama o forte velho Pera leais vaſſalos claro eſpelho.

E aſsi tambem nos conta dos rodeios Longos, em que te traz o Mar yrado, Vendo os coſtumes barbaros alheios, Que a noſſa Affrica ruda tem criado Conta: que agora vem cos aureos freios, Os cauallos que o carro marchetado, Do nouo Sol, da fria Aurora trazem, O Vento dorme, o Mar & as ondas jazem.

Deos por certo vos traz, porque pretende Algum ſeruiço ſeu por vos obrado: Por iſſo ſo vos guia, & vos defende Dos imigos do mar, do vento yrado: Sabey que estais na India, onde ſe estende Diuerſo pouo, rico & proſperado, De ouro luzente, & fina pedraria, Cheiro ſuaue, ardente eſpeciaria.

E co ſeu apertando o roſto amado, Que os ſaluços, & lagrimas aumenta, Como minino da ama castigado, Que quem no aſſago o choro lhe acrecenta, Por lhe por em ſoſſego o peito yrado, Muitos caſos futuros lhe apreſenta. Dos fados as entranhas reuoluendo, Deſta maneira em fim lhe eſt

Mas em quanto eſte tempo paſſa lento, De regerdes os pouos, que o deſejão: Day vos fauor ao nouo atreuimento, Pera que estes meus verſos voſſos ſejão: E vereis ir cortando o ſalſo argento: Os voſſos Argonautas, por que vejão, Que ſam vistos de vos no mar yrado, E costumaiuos ja a ſer inuocado.

Iſto dizendo yrado, & quaſi inſano, Sobre a terra Affricana deſcendeo, Onde vestindo a forma & geſto humano, Pera o Praſſo ſabido ſe moueo. E por milhor tecer o aſtuto engano, No geſto natural ſe conuerteo, Dum Mouro, em Moçambique conhecido, Velho, ſabio, & co Xeque muy valido.

Porque ſe eu de rapinas ſo viueſſe Vndiuago, ou da patria desterrado, Como cres que tão longe me vieſſe, Buſcar aſſento incognito & apartado? Porque eſperanças, ou porque intereſſe, Viria eſprimentando o mar yrado, Os Antarticos frios, & os ardores Que ſofrem do Carneyro os moradores?

Da parte donde o dia vem naſcendo, Com Aſia ſe auizinha: mas o Rio Que dos montes Rifeios vay correndo, Na alagoa Meotis, curuo & frio As diuide: & o Mar, que fero & horrendo Vio dos Gregos o yrado ſenhorio: Onde agora de Troia triumfante, Não mais que a memoria o nauegante.

Deixão dos ſete Ceos o regimento, Que do poder mais alto lhe foi dado, Alto poder, que ſo co penſamento Governa o Ceo, a Terra, & o Mar yrado: Ali ſe acharão juntos num momento, Os que habitão o Arcturo congelado. E os que o Auſtro tem, & as partes onde A Aurora naſce, & o claro Sol ſe eſconde.

Outro tambem virâ de honrada fama Liberal, caualeiro, enamorado, E conſigo trarâ a fermoſa dama Que Amor por gram merce lhe terâ dado: Triſte ventura, & negro fado os chama Neste terreno meu, que duro & yrado, Os deixarâ dhum crú naufragio viuos Pera verem trabalhos ecceſtiuos.

Palavra Do Dia

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