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Depois galopou para Segóvia. A manhã clareava quando êle transpôs a porta de S. Mauros. No ar fino os sinos claros tocavam a matinas. E entrando na igreja de Nossa Senhora do Pilar, ainda no desalinho da sua terrível jornada, D. Rui, de rôjo ante o altar, narrou

E lentamente, como aquelles fumos distantes, Goncalo sentia que todas as suas melancolias lhe escapavam da alma, se perdiam tambem no azul lustroso... Uma revoada de perdizes ergueu o vôo d'entre o restolho. Gonçalo galopou sobre ellas, gritando, sacudindo o seu forte chicote de cavallo-marinho, que zenia como uma fina lamina.

E luz e vélha imediatamente se sumiram, fundidas na sombra, como se ali tivessem surgindo sómente para avisar o cavaleiro do seu caminho errado... êle virara arrebatadamente; e, rodeando o Calvário, galopou pela outra estrada mais larga, até avistar sôbre a claridade do céu os pilares negros, os madeiros negros do Cêrro dos Enforcados. Então estacou, direito nos estribos.

Para além dos Bravaes, mais galopou, ao avistar a Torre. E singularmente lhe pareceu, de repente, que a sua Torre, agora mais sua, e que uma affinidade nova fundada em gloria e força, o tornava mais senhor da sua Torre! Como para acolher Gonçalo mais dignamente, o portão grande, sempre cerrado, offerecia uma entrada triumphal com os dous pesados batentes escancarados.

Pois diga a esses dous marotos que me atacaram a pau e a tiro, que não ficam quites sómente com a sova, e que agora têm de se entender com a Justiça... Ella irá! Largue! Do meio da estrada, Gonçalo ainda vigiou o velho que abalára, forçando as passadas derreadas, limpando o suor que lhe pingava. Depois, pela conhecida estrada, galopou para a Torre.

O Adail de Santa Ireneia arrancou da bosina tres sons lentos annunciando Filho-d'Algo. Logo de dentro da estacada outras businas soaram, claras e acolhedoras. Então o Adail galopou até ao vallado, a annunciar ás atalaias postadas nas barreiras, entre luzentes fogos d'almenara, a mesnada amiga dos Ramires.

Arrepiado, numa ânsia de findar aventura tam cheia de milagre e de horror, D. Rui colheu as rédeas, cavalgou sôfregamente. E logo, em grande pressa, o enforcado saltou tambêm para a garupa do cavalo fiel. Todo se arrepiou o bom cavaleiro, ao sentir nas suas costas o roçar daquele corpo morto, dependurado de uma forca, atravessado por uma adaga. Com que desespêro galopou então pela estrada infindável! Em carreira tam violenta o enforcado nem oscilava, rígido sôbre a garupa, como um bronze num pedestal. E D. Rui a cada momento sentia um frio mais regelado que lhe regelava os ombros, como se levasse sôbre êles um saco cheio de gêlo. Ao passar no cruzeiro murmurou: «Senhor, valei-mePara alêm do cruzeiro, de repente estremeceu com o quimérico medo de que tam fúnebre companheiro para sempre o ficasse acompanhando, e se tornasse seu destino galopar através do mundo, numa noite eterna, levando um morto

Galopou espavoridamente para Cabril. E se encerrou com o seu segredo, começando logo a amarelecer, a definhar, sempre arredado da senhora D. Leonor, escondido pelas ruas sombrias do jardim, murmurando palavras ao vento, até que na madrugada de S. João uma serva, que voltava da fonte com a sua bilha, o encontrou morto, por baixo do balcão de pedra, todo estirado no chão, com os dedos encravados no canteiro de goivos, onde parecia ter longamente esgravatado a terra, a procurar...

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