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Sei que foi elle quem fez cegar minha avó... a nossa boa, a nossa sancta avó, Carlos!.. quem a cegou á fôrça de lagrymas que lhe fez chorar áquelles pobres olhos que, de puro cançados, se apagaram para sempre... Minha ricca avó! E porquê, meus Deus, porquê! 'Porquê?

Dizem informações do mosteiro, que a religiosa Carlota Angela, recobrando o vigor que o susto religioso lhe quebrantara, tentou de novo evadir-se, n'um impeto de delirio, pela porta de serventia dos carros que abre para o largo de S. Bento: tentação diabolica de que a energumena pôde salvar-se por intercessão do patriarcha, o qual n'esse momento lhe empeceu a fuga com o baculo, que a cegou com sua vivida refulgencia.

O luminoso dia Os amorosos corpos despertava Á cega idolatria, Que ao peito mais contenta e mais aggrava; Onde o cego menino Faz que os humanos crêão que he divino: Quando a formosa Nympha, Com todo o ajuntamento venerando, Na crystallina lympha O corpo crystallino está lavando; O qual nas ágoas vendo, Nelle, alegre de o ver, s'está revendo: O peito diamantino, Em cuja branca teta Amor se cria; O gesto peregrino, Cuja presença torna a noite em dia; A graciosa boca Que a Amor com seus amores mais provoca; Os rubins graciosos; As pérolas qu'escondem vivas rosas Dos jardins deleitosos, Que o ceo plantou em faces tão formosas; O transparente collo, Que ciumes a Daphne faz d'Apollo; O subtil mantimento Dos olhos, cuja vista a Amor cegou; A Amor que, com tormento Glorioso, nunca delles se apartou, Pois elles de contino Nas meninas o trazem por menino; Os fios derramados Daquelle ouro que o peito mais cobiça, Donde Amor enredados Os corações humanos traz e atiça, E donde com desejo Mais ardente começa a ser sobejo.

Mas um dia, brincando, a Demencia, irritada, Num impeto de furia os seus olhos vazou; Foi a Demencia logo ás feras condemnada, Mas Jupiter, sorrindo, a pena commutou. A Demencia ficou apenas obrigada A acompanhar o Amor, visto que ella o cegou, Como um pobre que leva um cego pela estrada.

Um dia, tarde, amaste pela primeira vez, quando te deu de rosto e te cegou a luz funesta que desce do céo com os anjos despenhados.

Eu, qu'em ausencia vos vejo, Tenho piedade e pejo De me ver tão pobre estar, Qu'então não tenho que dar, Quando me pede o desejo. Como áquelle que cegou, He cousa vista e notoria, Que a natureza ordenou Que se lhe dobre em memoria O qu'em vista lhe faltou: Assi a mi, que não vejo Co'os olhos o que desejo, Na memoria e na firmeza Me concede a natureza O natural que não vejo.

«Aconselhar a agricultura ao povo, diz o auctor, é aconselhar-lhe a propria felicidade». Veremos se o alvitre é tão bom como se apregoa, se não cegou o poeta a propria inspiração.

As mulheres lançavam-lhe ternamente cobiçosos olhares. E o pintor gosava a vida, sem se prender, beijando as bôccas, aspirando o aroma das cabelleiras fartas, que caiam sobre as nucas, sobre as costas, como mantos finissimos. Até que um dia cegou. Fechou a sua casa, como se tivesse partido para uma longa viagem, não querendo deixar vêr a ninguem o espectaculo turturante da sua angustia.

Mão na espada, a entrever combates, a alma pura, bello, d'essa estranha e amarga formosura Que o fim proximo imprime aos vencidos da Sorte, Vae na tolda a sonhar, sonho feito em pedaços! Paes d'Abranches voltou com a noiva nos braços, Elle... voltou tambem, mas nos braços da Morte! Este nunca buscou, na lucta ingloria, fama Ou proveito. A Ambição, mesmo a mais alta e pura, Nunca o cegou.

Porque aquelle homem, que assi Tantos enganos teceo, Como era cousa do Ceo, Tanto qu'eu appareci, Logo desappareceo. E em desapparecendo Com ruido grande e horrendo, Toda a casa allumiou; E de arte nos inflammou, Que nos vimos acolhendo Do raio que nos cegou. Estes acontecimentos Não são de humana pessoa. Vós ouvis a voz que soa? Escutae, estae attentos; Vejamos o que pregôa. JUPITER, de dentro.

Palavra Do Dia

resado

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