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*Romeiro*. Como se me visse a mim mesmo n'um espelho. *Jorge*. Procurae n'estes retrattos, e dizei-me se algum d'elles póde ser. *Romeiro*, sem procurar, e apontando logo para o retratto de D. João.

O romeiro não se erguia, As mãos não lhe quer largar; Os beijos uns sobre os outros Que era um nunca acabar. Ia a infadar-se a rainha, Ouviu-o a soluçar, E as lagrymas, quatro e quatro, Nas mãos sentia rollar: «Que tem o bom do romeiro Que lhe tanto pezar? Diga-me las suas penas Se lh'as posso alliviar

Horas esquecidas commigo luctava; Nem fôrça nem rogos, tudo lhe mancava. Tirou do alfange... alli me matava, Abriu uma cova onde me interrava. No fim de sette annos passa o cavalleiro, Uma linda ermida viu n'aquelle outeiro. 'Minha Sancta Iria, meu amor primeiro, Se me perdoares, serei teu romeiro. 'Perdoar não te heide, ladrão carniceiro, Que me degollaste que nem um cordeiro.

«Deus vos mantenha, donzella E o vosso cortez fallar: Por éstas terras de moiros Quem tal soubera de achar! «Por vossa tenção, donzella, Uma reza heide rezar Aqui ao-pé d'esta fonte, Que não posso mais andar. «Oh! que fresca está a fonte, Oh! que sêde de matar! Que Deus vos salve, donzella, Se aqui me deixais sentar.» «Sente-se o bom do romeiro, Assente-se a descansar.

De parentes, ja sei mais do que queria: amigos, tenho um; com esse, conto. *Jorge*. Ja não sois tam infeliz. *Magdalena*. E o que eu podér fazer-vos, todo o amparo e gasalhado que podér dar-vos, contae commigo, bom velho, e com meu marido, que hade folgar de vos proteger... *Romeiro*. Eu ja vos pedi alguma coisa, senhora? *Magdalena*. Pois perdoae, se vos offendi, amigo.

*Telmo*. Não, meu senhor: a resolução é nobre e digna de vós. Mas póde ella approveitar ainda? *Romeiro*. Porque não? *Telmo*. Eu sei! Talvez... ROMEIRO, TELMO; e MAGDALENA de fóra á porta do fundo. *Magdalena*. Espôso, espôso! abri-me, por quem sois. Bem sei que aqui estaes: abri. *Romeiro*.

*Romeiro*. Bem sei o que queres dizer. E é verdade isso? é verdade que por toda a parte me procuraram, que por toda a parte... ella mandou mensageiros, dinheiro? *Telmo*. Como é certo estar Deus no ceu, como é verdade ser aquella a mais honrada e virtuosa dama que tem Portugal.

*Magdalena*. Como se chama? *Romeiro*. O seu nome nem o da sua gente nunca o disse a ninguem no captiveiro. *Magdalena*. Mas emfim, dizei vós... *Romeiro*. As suas palavras, trago-as escriptas no coração com as lagrymas de sangue que lhe vi chorar, que muitas vezes me cahiram n'estas mãos, que me correram por éstas faces. Ninguem o consolava senão eu... e Deus!

A vieira no chapeu e o bordão na mão, ás vezes não são mais que negaças para armar á charidade dos fieis. E n'estes tempos revoltos... MAGDALENA, JORGE e MIRANDA que volta com o ROMEIRO *Miranda*, da porta. Aqui está o romeiro. *Magdalena*. Que entre. E vós, Miranda, tornae para onde vos mandei; ide ja, e fazei como vos disse.

Olha: eu sei?... mas não dariamos nós, com demasiada precipitação, uma fe tam cega, uma crença tam implicita a essas mysteriosas palavras de um romeiro, um vagabundo... um homem emfim que ninguem conhece? Pois dize... *Telmo*, áparte a Jorge. Tenho que vos dizer, ouvi. *Manuel*. Oh Magdalena, Magdalena! não tenho mais nada que te dizer.

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