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Atualizado: 6 de julho de 2025
Passada pois a noite, veo o dia, Ramiro toma trajos de romeiro, Deyxada toda sua companhia, Sobindo se vay so pello outeyro, A Deos so quis levar por sua guia, E em sua fe firme, e muy inteiro, E fazendo o sinal da Cruz no peito Aos paços do Mouro foy direito.
Eu canto o que escrevo; e, se a toada me destoa no tympano, desmancho a oração em partes, ajusto-as de novo, calafeto-as de artigos, e pronomes, e conjunções, o mais afrancezadamente que posso, e sahe-me a cousa um pouco inintelligivel, mas harmoniosa como um clarinete de romeiro de S. Torquato de Guimarães. Com geito encantador na mão eburnea: reparem que é um verso hendecasyllabo.
*Romeiro*. Era: não vos disse que vivi lá vinte annos? *Magdalena*. Sim, mas... *Romeiro*. Mas o juramento que dei foi que, antes de um anno cumprido, estaria deante de vós e vos diria da parte de quem me mandou... *Magdalena*, aterrada. E quem vos mandou, homem? *Romeiro*. Um homem foi, e um honrado homem... a quem unicamente devi a liberdade... a ninguem mais. Jurei fazer-lhe a vontade, e vim.
*Telmo*. Meu filho!... Oh! é o meu filho todo; a voz, o rosto... Só estas barbas, este cabello não... Mais branco ja que o meu, senhor! *Romeiro*. São vinte annos de captiveiro e miseria, de saudades, de âncias que por aqui passaram. Para a cabeça bastou uma noite como a que veiu depois da batalha d'Alcacer; a barba, acabaram de a curar o sol da Palestina e as aguas do Jordão.
*Magdalena*, na maior anciedade. Deus tenha misericordia de mim! E esse homem, esse homem... Jesus! esse homem era... esse homem tinha sido... levaram-n'o ahi de donde!... de Africa? *Romeiro*. Levaram. *Magdalena*. Captivo?... *Romeiro*. Sim. *Magdalena*. Portuguez?... captivo da batalha de?... *Romeiro*. De Alcacer-Kebir. *Magdalena*, espavorida. Meu Deus, meu Deus!
*Romeiro*. Parentes!... Os mais chegados, os que eu me importava achar... contaram com a minha morte, fizeram a sua felicidade com ella; hão de jurar que me não conhecem. *Magdalena*. Haverá tam má gente... e tam vil que tal faça? *Romeiro*. Necessidade póde muito. Deus lh'o perdoará se podér! *Magdalena*. Não façaes juizos temerarios, bom romeiro. *Romeiro*. Não faço.
*Romeiro*. Não ha offensa verdadeira senão as que se fazem a Deus. Pedi-lhe vós perdão a Elle, que vos não faltará de quê. *Magdalena*. Não, irmão, não decerto. E Elle terá compaixão de mim. *Romeiro*. Terá... *Jorge*, cortando a conversação. Bom velho, dissestes trazer um recado a ésta dama: dae-lh'o ja, que havereis mister de ir descançar... *Romeiro*, surrindo amargamente.
TELMO e o ROMEIRO *Romeiro*. Que não oiça Deus o teu rôgo! *Telmo*, sobresaltado. Que voz! Ah! é o romeiro. Que me não oiça Deus! porquê? *Romeiro*. Não pedias tu por teu desgraçado amo, pelo Filho que criáste? *Telmo*, áparte. Já não sei pedir senão pela outra. *Romeiro*. E quem te disse que elle o era? *Telmo*.
Inda a névoa tolda o rio, O sol ja vem a rasgar, Pela incosta do castello Vai um romeiro a cantar: «Sanctiago de Galliza, Longe fica o vosso altar: Peregrino que la chegue Não sabe se hade voltar.» Na incosta do castello Uma fonte está a manar; Donzella que está na fonte Poz-se o romeiro a escutar» A donzella está na fonte, A jarra cheia a deitar: «Bemditto sejais, romeiro, E o vosso doce cantar!
*Romeiro*. Es: bem sei. E comtudo, vinte annos d'ausencia, e de conversação de novos amigos, fazem esquecer tanto os velhos!... Mas tu es meu amigo. E se tu o não fôras, quem o sería? *Telmo*. Senhor! *Romeiro*. Eu não quiz acabar com isto, não quiz pôr em effeito a minha última resolução sem fallar comtigo, sem ouvir da tua bôcca... *Telmo*. O que quereis que vos diga, senhor? Eu...
Palavra Do Dia
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