Vietnam or Thailand ? Vote for the TOP Country of the Week !
Atualizado: 14 de julho de 2025
Succedeu-lhe Filippe III, e esse tinha um primeiro ministro chamado conde-duque de Olivares, que imaginou que havia de acabar com os privilegios das provincias, principalmente com os de Portugal. Não pensava n'outra cousa, de fórma que deixava ir as colonias, e no Brazil já os hollandezes tinham tomado raizes, e estavam senhores de Pernambuco. Mas os portuguezes começaram a achar a brincadeira pesada e a refilar ao Olivares. Em 1637 rebentou uma revolta em Evora, foi logo apagada, mas com muito sangue. Peor para o caso. Os fidalgos, que andavam tambem damnados, principiavam a conversar com o duque de Bragança, D. João, e a apalpal-o para ver se elle quereria a corôa. O duque não dizia nem que sim, nem que não. Mas n'isto a Catalunha, que tambem não perdoava ao Olivares a sem-ceremonia com que elle lhe queria tirar os seus antigos privilegios, revolta-se. Boa occasião! Os fidalgos, em Lisboa, sentiam-se cada vez mais dispostos a mandar os hespanhoes para o diabo. O Olivares não fazia senão desesperal-os e atiçal-os. Tinha-lhes dado por governador a duqueza de Mantua, e para secretario do governo um portuguez, Miguel de Vasconcellos, que era mais damnado contra os seus patricios do que se fosse hespanhol. Emquanto deixava perder as colonias portuguezas, Olivares levava os nossos fidalgos e os nossos soldados para as guerras de Flandres e da Catalunha. Lembra-se emfim de dar ordem ao duque de Bragança para que vá para Madrid. Então é que já se não podia estar com pannos quentes. Os fidalgos dizem ao duque de Bragança: Ou acceita a corôa, ou nós pomo-nos em republica. O duque, a final, disse que sim. Com a bréca! aquillo foi um momento. Era um punhado de homens, os que andavam assim a conspirar; elles não sabiam se podiam contar com o povo, nem se não podiam, conspiravam ás claras, que parece que em Lisboa todos sabiam da conspiração menos os hespanhoes; reuniam-se umas vezes em casa de João Pinto Ribeiro, outras vezes em casa de D. Antão de Almada, no jardim. No dia 1 de dezembro de 1640 saem todos para o meio da rua. Eram quarenta, pouco mais ou menos. Chegam ao paço, matam o Miguel de Vasconcellos, agarram na duqueza de Mantua e fecham-n'a á chave, desarmam a guarda, abrem as janellas, e dizem a quem ía passando: Viva o duque de Bragança, rei de Portugal! viva o sr. D. João IV! O povo diz-lhes cá de baixo: Viva! e viva, e viva! e eram uma vez os hespanhoes, e d'ahi a pedaço estava tudo tão socegado como se não tivesse havido cousa nenhuma, e os hespanhoes tinham desapparecido; e aqui têem vocês como se faz uma revolução quando ella está na vontade de todos. Digo-lhes, rapazes, que este dia 1 de dezembro consola uma pessoa. Parecia que o paiz não tinha feito senão acordar de um pesadello. Aquillo foi só saltar da cama abaixo, e elle ahi estava de pé, todo pimpão como em outros tempos. E sabem vocês porque isto foi?
Voltou a si aos primeiros compassos do terceto entre Valentina, Raul e Marcial. A presença d'um terceiro personagem bastou, caso extraordinario, para o despertar d'aquelle terrivel pesadello, chamando-o á verdade da situação theatral. Os olhos viram claro. Laura passou novamente a ser Valentina para elle. Desempenhava superiormente o papel d'um drama, nada mais.
Com as commoções d'este pesadello, e depois o banho, e o desemmalar da mala, já se acercavam as duas horas quando emfim emergi do grande portão, pisei, ao cabo de cinco annos, o Boulevard.
Ella, acordando pouco a pouco d'aquelle infernal pesadello, sentia o doer da realidade muitas vezes peior que os sonhos maus. E a si mesma perguntava o que ficaria pensando Graça Strech: se julgaria criminosa a sua compaixão pelo ferido; se a presumiria demudada pela maldição do moribundo; se acaso o effeito d'aquella imprevista scena lhe haveria levado ao coração o aborrecimento ou o desprezo?
Aquelles centenares de olhos avermelhados, scintillantes de furor, eravados nelle e nos outros fidalgos; aquellas bôcas semi-abertas prestes a proromper em brados de morte, eram como um pesadello diabolico, como uma vertigem de loucura. Os populares pareciam ainda escuta-lo, e não poderem acreditar a deslealdade de D. Fernando de Portugal.
Porem, de noute no silencio fundo, a lagrima impassivel fixa, dura, recordava-lhe os prantos que no mundo fizera derramar a sua usura. E n'um estar immovel e profundo, como um espectro d'uma sina escura, todos choravam, n'este pesadello, inconsolaveis lagrimas de gelo!
Pois o barão de Celorico não se curou por esse theor. Os áditos da razão estavam cerrados de modo que levou longo tempo a despedaça'-los. A continua assistencia de Almeida ao pé do leito, e as continuadas insinuações de Ludovina, conseguiram rehabilitar-lhe o juizo, mas vagarosamente. O barão parecia emergir d'um pesadello atroz quando reconheceu Almeida.
Alli é a minha primeira paragem, em que o espirito se desfadiga do pesadello das leis: o coração toma absoluto imperio sobre as minhas outras faculdades, e todo me deixo adormecer na quietação d'um bem-estar, que só podem conhecer os operarios d'um dia inteiro, quando ao cahir da noite, se repousam ao lado da companheira, por amor da qual se cansam e recobram.
E saía desse pesadello de homem acordado a ranger os dentes, e com a mão agarrada á maçaneta do catre. D'ahi a pouco vinha-lhe outra enfiada de imaginações, e d'ahi outra, e outra, até que por fim a idéa de que as setenta peças eram suas lhe ficava de tal modo encravada e enraizada na alma, que o arrancar-lh'a de lá seria o mesmo que metter-lhe no bucho uma apoplexia.
Elles apressaram o repouso do tumulo para o salvador da republica: mas o nome de parricidas será o que sobre a jazida lhes escreverá a historia. O sonho da liberdade, o sonho da minha juventude, esta fonte da poesia e de acções generosas, converteu-se para mim n'um pesadello cansado.
Palavra Do Dia
Outros Procurando