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Atualizado: 2 de junho de 2025


Aonde com o juizo; Marilia, tão perturbado, Que no mesmo aberto sulco Metto de novo o arado. Aqui no centêo pégo, Noutra parte em vão o cégo: Se alguem comigo conversa, Ou não respondo, ou respondo Noutra coiza tão diversa, Que nexo tão tem menor. Que effeitos são os que sinto! Serão effeitos de Amor?

Eu vi o meu semblante n'uma fonte, Dos annos inda não está cortado: Os Pastores, que habitão este monte, Respeitão o poder do meu cajado. Com tal destreza toco a sanfoninha, Que inveja até me tem o proprio Alceste: Ao som della concerto a voz celeste; Nem canto letra que não seja minha. Graças, Marilia bella, Graças á minha Estrella!

Vem o Forçado accender-me A velha çuja candêa; Fica, Marilia, a masmorra Inda mais triste, e mais fêa. Nem mais canto, nem mais posso Huma palavra dar. Diz-me Cupido: São horas De escrever-se o que está feito; Do azeite, e da fumaça Huma nova tinta ageito, Tomo o páo, que penna finge, Vou as Lyras copiar.

Aos mais preparos o discurso apronta: Elle me diz, que faça no de huma laranja ponta, E delle me sirva Em lugar de pluma. Perder as uteis horas não, não devo Verás, Marilia, huma idéa nova: Sim, eu te escrevo, Do que esta alma dita Quanto amor approva.

Ah, não, não tardes, vem, Marilia amada, Toma o leme da náo, marêa o panno, Vai-a salvar no porto. Mas ouço de Amor as sabias vozes: Elle me diz que soffra se não morro; E perco então se morro huns doces laços. Não quero , Marilia, mais soccorro, Oh ditoso soffrer, que lucrar póde A gloria dos teus braços. De que te queixas, Lingua importuna? De que a Fortuna Roubar-te queira, O que te deu?

Consegue ser heróe por hum delicto; Se acaso não vencesse então seria Hum vil traidor proscripto. O ser heróe, Marilia, não consiste Em queimar os Imperios: move a guerra, Espalha o sangue humano, E despovoa a terra Tambem o máo tyranno. Consiste o ser heróe em viver justo: E tanto póde ser heróe o pobre, Como o maior Augusto.

Minha bella Marilia, tudo passa; A sorte deste mundo he mal segura; Se vem depois dos males a ventura, Vem depois dos prazeres a desgraça. Estão os mesmos Deoses Sujeitos ao poder do impio Fado: Apollo fugio do Ceo brilhante, foi Pastor de gado. A devorante mão da negra Morte Acaba de roubar o bem, que temos; Até na triste campa não podemos Zombar do braço da inconstante sorte.

O tempo não respeita a formosura; E da palida morte a mão tyranna Arraza os edificios dos Augustos, E arraza a vil choupana. Que bellezas, Marilia, florecerão De quem nem se quer temos a memoria? podem conservar hum nome eterno Os versos, ou a historia. Se não houvesse Tasso, nem Petrarcha, Por mais que qualquer dellas fosse linda, não sabia o mundo, se existirão Nem Laura, nem Clorinda.

Não mólho, Marilia, De pranto a masmorra Que o terno Cupido Não vôe, e não corra, A hilo apanhar. Estende-o nas azas Sobre elle suspira, Por fim se retira, E vai-to levar. Se o moço não mente, Aos tristes gemidos, Aos ais lastimosos Não guardes unidos, Marilia, c'os teus: As lagrimas nossas No seio amontôa Fórma azas, e vôa, Vai pô-las nos Ceos.

Marilia, tu chamas? Espera que eu vou. Meus versos alegre Aqui repetia: O Eco as palavras Tres vezes dizia. Se chamo por elle não me responde; Parece se esconde, Cansado de dar-me Os ais que lhe dou. São estes os sitios? São estes; mas eu O mesmo não sou. Marilia, tu chamas? Espera que eu vou. São estes os sitios? São estes; mas eu O mesmo não sou. Marilia, tu chamas? Espera que eu vou.

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