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Atualizado: 2 de junho de 2025


Mudárão-se os olhos, De triste que estou. São estes os sitios? São estes; mas eu O mesmo não sou. Marilia, tu chamas? Espera que eu vou. Oh! quanto póde em nós a varia Estrella! Que diversos que são os genios nossos! Qual solta a branca vélla, E affronta sobre o pinho os mares grossos. Qual cinge com a malha o peito duro; E marchando na frente das cohortes, Faz a toare voar, cahir o muro.

A minha Marilia vale, Vale hum immenso thesouro. Minha Marilia, Tu enfadada? Que mão ousada Perturbar póde A paz sagrada Do peito teu? Porém que muito Que irado esteja O teu semblante Tambem troveja O Claro Ceo. Eu sei, Marilia, Que outra Pastora A toda a hora, Em toda a parte, Céga namora Ao teu Pastor. Ha sempre fumo Aonde ha fogo; Assim, Marilia, Ha zelos, logo Que existe amor.

Para te descrever em rima caprichosa O meu amor sem fim, ir com a moda queria, Dedicar-te um poema e chamar-te formoza Tratar-te por Marilia em vez do teu Maria. Mas os versos por mais que faça vão errados, Não soam nunca bem e fogem á medida, E por isso não quero estar com mais cuidados. Gosto muito de ti, bem o sabes querida.

O sabio Gallileo toma o compasso, E sem voar ao Ceo, calcula, e mede Das Estrellas, e Sol o immenso espaço. Em quanto pois, Marilia, a varia gente, Se deixa conduzir do proprio gosto; Passo as horas contente Notando as graças do teu lindo rosto. Sem cansar-me a saber se o Sol se móve, Ou se a terra voltea, assim conheço. Aonde chega a mão do grande Jove.

Quem não tem huma Belleza, Em que ponha o seu cuidado, Se o Ceo se cobre de nuvens, E se assopra o vento irado, Não tem forças que resistão Ao impulso do seu fado. Nesta sombria masmorra, Aonde, Marilia, vivo, Encosto na mão o rosto, Fico ás vezes pensativo. Ah! que imagens tão funestas Me finge o pezar activo.

Em quanto pasta alegre o manso gado, Minha bella Marilia, nos sentemos Á sombra deste cedro levantado. Hum pouco meditemos Na regular belleza, Que em tudo quanto vive, nos descobre A sabia Natureza. Attende, como aquella vaca preta O novilhino seu dos mais separa, E o lambe, em quanto chupa a liza teta.

Que effeitos são os que sinto! Serão effeitos de amor? Sáio da minha cabana Sem reparar no que faço; Busco o sitio aonde moras, Suspendo defronte o passo. Fito os olhos na janella, Aonde, Marilia bella, Tu chegas ao fim do dia; Se alguem passa, e te saúda, Bem que seja cortezia, Se accende na face a côr. Que effeitos são os que sinto! Serão effeitos de Amor?

Não se entorpece A lingua, e braço; Não treme o passo, Não perde a côr. Ah! tambem quanto Dirceo obrára, Se precisára, Marilia bella, Do esforço seu! Rompêra os mares C'o peito terno, Fôra ao Inferno, Subíra ao Ceo. Aos dois amantes De Thracia, e Abydo Não deo Cupido Do que aos mais todos Maior valor. Por seus vassallos Forças reparte, Como lhes parte Os gráos de Amor.

Ornemos nossas testas com as flores, E façamos de feno hum brando leito, Prendamo-nos, Marilia, em laço estreito, Gozemos do prazer de sãos Amores. Sobre as nossas cabeças, Sem que o possão deter, o tempo corre; E para nós o tempo, que se passa, Tambem, Marilia, morre.

Pintão, Marilia, os Poetas A hum menino vendado, Com huma aljava de settas, Arco empunhado na mão: Ligeiras azas nos hombros, O tenro corpo despido; E de Amor, ou de Cupido São os nomes que lhe dão.

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