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Atualizado: 30 de abril de 2025


Se vinha da herdade, Trazia nos ninhos As aves nascidas, Abrindo os biquinhos De fome ou temor. Marilia, escuta Hum triste Pastor. Se alguem te louvava De gosto me enchia; Mas sempre o ciume No rosto accendia Hum vivo calor. Marilia, escuta Hum triste Pastor. Se estavas alegre, Dirceo se alegrava; Se estavas sentida, Dirceo suspirava Á força da dor. Marilia, escuta Hum triste Pastor.

He melhor, minha bella, ser lembrada Por quantos hão de vir sabios humanos, Que ter urcos, ter coches, e thesouros, Que morrem com os annos. N'um sitio ameno Cheio de rosas, De brancos lyrios, Murtas viçosas; Dos seus amores Na companhia Dirceo passava Alegre o dia. Em tom de graça, Ao terno amante Manda Marilia Que toque, e cante. Péga na lyra, Sem que a tempere, A voz levanta, E as cordas fere.

Applica, Dirceo, agora Os olhos para esta parte: Aqui tens o verde Louro, Que inda estima o Pastor louro, E a Rede, que enlaça a Marte. Vês este Arco destramente De branco marfim ornado? Á Casta Deosa servia, E o perdêo quando dormia Do gentil Pastor ao lado. Vês esta Lyra? com ella Tira Orpheo ao bem querido Dos infernos aonde estava. Vês este Faról? guiava Ao meu nadador de Abydo.

Anima pois, ó Musa, o instrumento, Que a voz tambem levanto; Porém tu déste muito assima o ponto, Dirceo não póde tanto: Abaixa, minha Musa, o tom, que ergueste; Eu , eu te sigo. Mas, ah! vou a dizer Heróe, e Guerra, E Marilia digo. Deixemos, ó Musa, Empreza maior, posso seguir-te Cantando de Amor. Feres as cordas d'ouro?

Ah, pinta, pinta A minha bella! E em nada a cópia Se affaste della. Nem suspendas o teu canto, Inda que, Pastor, se veja Que a minha bocca suspira, Que se banha em pranto o rosto; Que os outros chorão de inveja, E chora Dirceo de gosto. Ah, pinta, pinta A minha bella! E em nada a cópia Se affaste della. FIM DA 1.^a PARTE. Na Typ. de J.F.M. de Campos.

Verás os sitios ditosos Onde, Marilia, te dava, Doces beijos amorosos Nos dedos da branca mão. Mandarás aos surdos Deoses Novos suspiros em vão. Quando á janella sahires Sem quereres, descuidada, Tu verás, Marilia, a minha E minha pobre morada. Tu dirás então comtigo: Alli Dirceo esperava Para me levar comsigo: E alli soffreo a prisão. Mandarás aos surdos Deoses Novos suspiros em vão.

Aqui Hermes se figura: hum Sabio dos maiores, Qual infame delinquente, Ir desterrado sómente Por contar os seus louvores. Anda agora a est'outra parte: Conheces, Dirceo, aquella? Onde váes? Ergo os olhos ponho a vista Na imagem não explicada, Ó quanto he digna de appreço! Mal exclamo assim, conheço Ser a minha doce amada.

Porém não, que se Marilia No certame antigo entrasse, Bem que a Paris não peitasse, A todas as tres vencera. Vai-te, Amor, em vão soccorres Ao mais grato empenho meu: Para formar-lhe o retrato Não bastão tintas do Ceo. Marilia, de que te queixas? De que te roube Dirceo O sincero coração? Não te deo tambem o seu? E tu, Marilia, primeiro Não lhe lançaste o grilhão?

Mas se aos vindouros Teu nome passa, He por graça Do Deos de amor, Que terno inflamma A mente, o peito Do teu Pastor. Em vão se virão Perlas mimosas, Jasmins, e rosas No rosto teu. Em vão terias Essas estrellas, E as tranças bellas Que o Ceo te dêo; Se em doce verso Não as cantasse O bom Dirceo. O voraz tempo Ligeiro corre: Com elle morre A perfeição.

O cego Cupido hum dia Com os seus Genios fallava, Do modo que lhe restava De captivar a Dirceo. Depois de larga disputa, Hum dos Genios mais sagazes Este conselho lhe dêo: As settas mais aguçadas, Como se em roxa batessem, Dão nos seus peitos, e descem Todas quebradas ao chão. as graças de Marilia Podem vencer hum tão duro, Tão izento coração.

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