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Sim, Marilia, a copia he tua, Que Cupido he Deos supposto: Se ha Cupido he teu rosto, Que elle foi quem me venceo. De amar, minha Marilia, a formosura Não se podem livrar humanos peitos. Adorão os Heróes, e os mesmos brutos Aos grilhões de Cupido estão sujeitos. Quem, Marilia, despreza huma belleza, A luz da razão precisa, E se tem discurso, pisa A Lei, que lhe ditou a Natureza.

Não se julga formosura A formosura, que mata. Evita, Glauceste, evita O teu estrago, e desdouro; A tua Eulina não vale, Não vale immenso thesouro. A minha Marilia quanto Á natureza não deve! Tem divino rosto, E tem mãos de neve. Se mostro na face o gôsto, Ri-se Marilia contente: Se canto, canta comigo; E apenas triste me sente, Limpa os olhos com as tranças Do fino cabello louro.

Depois que nos ferir a mão da Morte Ou seja neste monte, ou n'outra serra, Nossos corpos terão, terão a sorte De consumir os dous a mesma terra. Na campa, rodeada de cyprestes, Leráõ estas palavras os Pastores: "Quem quizer ser feliz nos seus amores, Siga os exemplos que nos derão estes" Graças, Marilia bella, Graças á minha Estrella!

Na sua face mimosa, Marilia, estão misturadas Purpureas folhas de rosa, Brancas folhas de jasmim. Dos rubins mais preciosos Os seus beiços são formados; Os seus dentes delicados São pedaços de marfim. Mal vi seu rosto perfeito Dei logo hum suspiro, e elle Conheceo haver-me feito Estrago no coração.

destes bens, Marilia, não preciso: Nem me céga a paixão, que o mundo arrasta, Para viver feliz, Marilia, basta Que os olhos movas, e me dês hum riso. Graças, Marilia bella, Graças á minha Estrella!

Hirás a divertir-te na floresta, Sustentada, Marilia, no meu braço; Aqui descançarei a quente sésta, Dormindo num leve somno em teu regaço: Era quanto a luta jogão os Pastores, E emparelhados correm nas campinas, Toucarei teus cabellos de boninas, Nos troncos gravarei os teus louvores. Graças, Marilia bella, Graças á minha Estrella!

Assim vivia: Hoje em suspiros O canto mudo: Assim, Marilia, Se acaba tudo. Arde o velho barril, arde a cabeça, Em honra de João na larga rua; O credulo Mortal agora indaga, Qual seja a sorte sua? Eu não tenho alcaxofra, que á luz chegue, E nella orvalhe o Ceo de madrugada, Para ver se rebentão novas folhas, Aonde foi queimada.

Quando, Marilia bella, O tenro infante com risos mudos Começa a conhecê-la! Que prazer não terão os pais ao verem Com as mãis hum dos filhos abraçados; Jogar outros a luta, outros correrem Nos cordeiros montados! Que estado de ventura! Que até naquillo, que de pezo serve, Inspira Amor doçura. Em huma frondosa Roseira se abria Hum negro botão. Marilia adorada O lhe torcia Com a branca mão.

Tem a côr da negra noite; E com o branco do rosto Fazem, Marilia, hum composto Da mais formosa união. Tem redonda, e lisa testa; Arqueadas sobrancelhas; A voz meiga, a vista honesta, E seus olhos são huns sóes, Aqui vence Amor ao Ceo, Que no dia luminoso O Ceo tem hum Sol formoso, E o travesso Amor tem dous.

São estes os prados, Aonde brincava, Em quanto pastava O manso rebanho, Que Alceo me deixou? São estes os sitios? São estes; mas eu O mesmo não sou. Marilia, tu chamas? Espera que eu vou. Daquelle penhasco Hum rio cahia, Ao som do sussurro Que vezes dormia! Agora não cobrem Espumas nevadas As pedras quebradas: Parece que o rio O curso voltou. São estes os sitios? São estes; mas eu O mesmo não sou.

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