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Parece ser caso estranho O que Amor em mi ordena, Qu'em idade tão pequena Haja tormento tamanho. Sejão milagres d'Amor, Hei-os de soffrer assi, Até que haja de mi Quem entender esta dor. Apartárão-se os meus olhos De mi tão longe. Falsos amores, Falsos, maos, enganadores. Voltas. Tratárão-me com cautella, Por m'enganar mais asinha; Dei-lhe posse d'alma minha, Forão-me fugir com ella.

Tristes meus fados forão, triste o dia Em que nasci: coitada de mi triste, Qu'em mágoa se tornou minha alegria! Logo que a tua Galatêa viste, Vi eu deste meu mal grandes agouros; E tu da parte esquerda hum corvo ouviste. Tityro arde por mi; Tityro, a quem Mil Nymphas dão capellas de mil flores; Mas elle a mi chama, a mi quer bem.

Esta he, por certo, Aonia filha amada Daquelle grã Pastor, qu'em nossos dias Danubio enfreia, manda o claro Ibero, E espanta o morador do Euxino fero. Ah lei dos fados, aspera e tyrana! Mas o som peregrino e piedoso, Com que a formosa Nympha a dor engana, Escuta hum pouco. Nota e , Umbrano, Quão bem que sôa o verso Castelhano.

Oh que formosa serrana Á vista se me offerece! Deosa dos montes parece; E se he certo que he humana, O monte não a merece. Pastora tão delicada, De gesto tão singular, Parece-me qu'em lugar De perguntar pola estrada, Por mim lhe hei de perguntar. Atéqui sempre zombei De qualquer outra pessoa Que affeiçoada topei; Mas agora zombarei De quem se não affeiçoa.

Por minha alma, hei de vos dar Meia duzia de porradas. Oh que gostosas pancadas! Mui bem vos podeis vingar, Qu'em mim são bem empregadas. Ao diabo, que o eu dou. Como me doeo a mão! Mostrae , minha affeição, Que essa dor me magoou Dentro no meu coração. Ora hi-vos embora asinha. Por amor de mi, Senhora, Não fareis huma cousinha? Digo que vades embora. Que cousa? Esta cartinha. Que carta?

E praza a Deos não veja o proprio tempo Em mi, sem esperança de remedio, A desesperação d'hum triste fado! Porém ja acabe o triste e duro fado! Acabe o tempo ja tão triste vida, Qu'em sua morte tẽe seu remedio. O deixar-me viver he mor crueza, Pois desespéro ja d'em algum tempo Tornar a ver aquella doce vista.

Oh que gentil partido, Trocar o ser do monte sem sentido, Por o qu'em hum juizo humano estava! Olhae que doce engano! Tirar commum proveito de meu dano. Assi qu'indo perdendo o sentimento A parte racional, m'entristecia Vê-la a hum appetite submettida. Mas dentro n'alma o fim do pensamento, Por tão sublime causa, me dizia Qu'era razão ser a razão vencida.

FRONDELIO. Umbrano, a temeraria segurança Qu'em fôrça, ou em razão não se assegura, He falsa e vãa; que a grande confiança Não he sempre ajudada da ventura. Que junto das aras da esperança, Némesis moderada, justa e dura, Hum freio lhe está pondo e lei terribil, Que os limites não passe do possibil.

Se na condição Está serem verdes, Porque me não vedes? Trocae o cuidado, Senhora, comigo; Vereis o perigo, Qu'he ser desamado. Voltas. Se trocar desejo O amor entre nós, He para qu'em vós Vejais o que vejo. E sendo trocado Este amor comigo, Ser-vos-ha castigo Terdes meu cuidado. Tendes o sentido D'Amor livre e isento, E cuidais qu'he vento Ser tão mal querido.

Quando, Senhora, quiz Amor qu'amasse Essa grã perfeição e gentileza, Logo deo por sentença, que a crueza Em vosso peito amor accrescentasse. Determinou, que nada me apartasse, Nem desfavor cruel, nem aspereza; Mas qu'em minha rarissima firmeza Vossa isenção cruel se executasse. E, pois tendes aqui offerecida Est'alma vossa a vosso sacrificio, Acabai de fartar vossa vontade.

Palavra Do Dia

d'abastecer

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