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Atualizado: 23 de outubro de 2025
Não quero passar daqui; E não vos pareça espanto Qu'em vos vendo me rendi; Porque quando me perdi, Não cuidei de ganhar tanto. Senhor, quem na serra mora Tambem entende a verdade Dos enganos da cidade: Vá-se embora, ou fique embora, Qual for mais sua vontade. Oh lindissima donzella, A quem a ventura ordena Que me guie como estrella! Quereis-me deixar a pena, E levar-me a causa della?
O que fica, e o que vem, Hum me mata, outro desejo: Com tal mal, e sem tal bem, Em taes extremos me vejo: Olhae com quem, e sem quem! Amor, cuja providencia Foi sempre que não errasse, Porque n'alma vos levasse, Respeitando o mal d'ausencia, Quiz qu'em vós me transformasse.
Se vós fostes criadas na espessura, Onde não houve cousa que se achasse, Agoa, pedra, arbor, flor, ave, alma, dura, Qu'em seu passado tempo não amasse, Nem a quem a affeição suave e pura Nessa presente fórma não mudasse; Porque não deixareis tambem memoria De vós em namorada e longa historia?
DURIANO. Então, cruel, verás se te merece Com tamanho desprêzo ser tratada Hum'alma, que d'amar-te só se preza. Mas como poderás ser desprezada, Se o menos qu'em ti fóra se parece, Póde abrandar dos montes a aspereza? Porque se a natureza Em ti o remate poz da formosura, Qual será a pedra dura, Qu'a teu valor resista brandamente?
Diz qu'em huma beldade, Em quem mostrou o cabo a natureza, Não ha tanta crueza, Qu'hum tão constante amor desprezar queira, E fé tão verdadeira; Mas tu, que de razão jamais curaste, Porqu'era dar-me a vida, ma tiraste. FRONDOSO. A quem, Belisa ingrata, t'entregaste? A quem déste, cruel, a formosura, Qu'a meu tormento só, só se devia? Porqu'huma fé deixaste, firme e pura?
Só sua doce Musa o acompanha Nos soidosos versos qu'escrevia, E nos lamentos com que o campo banha. Dest'arte me figura a phantasia A vida com que morro, desterrado Do bem qu'em outro tempo possuia. Aqui contemplo o gôsto ja passado, Que nunca passará por a memoria De quem o traz na mente debuxado. Aqui vejo caduca e debil glória Desenganar meu êrro co'a mudança Que faz a fragil vida transitoria.
E porque a meu desejo me gabei De conseguir hum bem de tanto preço; Além do que padeço, Atado em huma roda estou penando, Qu'em mil mudanças me anda rodeando; Onde, se a algum bem subo, logo deço. Assi que para a pena estou vivendo: Sou outro novo Ticio, e não m'entendo. De vontades alheias, qu'eu roubava, E que enganosamente recolhia Em meu fingido peito, me mantinha.
Quem tão baixa tivesse a phantasia, Que nunca em mores cousas a metesse, Qu'em só levar seu gado á fonte fria, E mungir-lhe do leite que bebesse, Quão bem-aventurado que sería! Que por mais que a Fortuna revolvesse, Nunca em si sentiria maior pena, Que pezar-lhe de a vida ser pequena.
E vós, filho, não cuideis Que a gloria de vos achar Não he tanto d'estimar, Qu'em qualquer 'stado que esteis, Não folgue de vos levar. Solina, Dionysa e Filodemo. Eis Filodemo lá vem: Asinha acudio ao leme. Isso he de quem quer bem; Mas não sei se o vio alguem, Porque quem espera teme. Agora me quizera eu Daqui cem mil leguas ver.
Eu, qu'em ausencia vos vejo, Tenho piedade e pejo De me ver tão pobre estar, Qu'então não tenho que dar, Quando me pede o desejo. Como áquelle que cegou, He cousa vista e notoria, Que a natureza ordenou Que se lhe dobre em memoria O qu'em vista lhe faltou: Assi a mi, que não vejo Co'os olhos o que desejo, Na memoria e na firmeza Me concede a natureza O natural que não vejo.
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