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Se attentar, Nenhum bem posso esperar: E oxalá Que vos alembrasse ja, Sequer para me matar. Mas nem com isto creais Que façais Meus serviços mais pequenos; Porqu'eu, quando espero menos, Sabei qu'então quero mais. Nada espero; Mas de mi crede este fero, Qu'em ser vosso, Vos quero tudo o que posso, E não posso quanto quero.

Claro está, Que em vós me achará; Qu'em mi, se me vem buscar, Não poderá mais achar, Que a fórma do que foi ja. Que s'em vós Amor se pôs, Senhora, he forçado assi, Que o mal, que me busca a mi, Que vos faça mal a vós. Sem mentir, Amor me quiz destruir Por modo nunca cuidado, Pois ha de ser ja forçado Pezar-vos de vos servir.

Saturno, que, perdida a luz serena, Causou, qu'em dura pena, desterrado, Fosse do ceo lançado, onde vivia; Porque os filhos comia, que gerava. Por isso se mudava o tempo igual Em mais baixo metal: e assi descendo Nos veio, emfim, trazendo a este estado. Mas eu, desatinado, aonde vou? Para onde me levou a phantasia? Qu'estou gastando o dia em vãas palavras?

DELIO. Pastores, que alcançar pudestes tanto Com vossa branda Musa, que ja nesta Idade renovais o antigo canto; Para vosso louvor, que verso presta? Qu'hera digna será? que louro dino Qu'em premio a cada qual adorne a testa? Em parte paga Amor, se de contino Por dentro a cada hum gasta os espritos, Pois co'o divino canto o faz divino.

Cega! pois não conhece Que póde haver ferida N'alma, e que menos doe perder a vida. Que donde o braço irado Dos Troianos passava arnez e escudo, Alli se vio passado Daquelle ferro agudo Do menino qu'em todos póde tudo. Alli se vio captivo Da captiva gentil que serve e adora; Alli se vio que vivo Em vivo fogo mora, Porque de seu senhor a senhora.

AGRARIO. Minha alva Dinamene, a primavera, Que os deleitosos campos pinta e veste, E rindo-se huma côr aos olhos gera, Qu'em terra lhes faz ver o Arco celeste; As aves, as boninas, a verde hera, E toda a formosura amena agreste Não he para os meus olhos tão formosa, Como a tua, que abate o lirio e rosa.

Divina e real Aguia, cuja vista Vio o qu'he sem princípio, o qu'he sem fim, De Jacob mais querido Benjamim, Quem mais campêa de Joseph na lista. Apostolo, e Propheta, e Patriarca, Ao Principe dos Ceos o mais acceito, Qu'em seu seio dormindo então mais via. A quem o mesmo Deos por irmão marca; Quem por filho da Mãe unica feito, Em corpo e alma goza o claro dia.

Formosos olhos, que cuidado dais Á mesma luz do sol mais clara e pura; Que sua esclarecida formosura, Com tanta gloria vossa, atraz deixais; Se por serdes tão bellos desprezais A fineza de amor que vos procura, Pois tanto vêdes, vêde que não dura O vosso resplandor quanto cuidais. Colhei, colhei do tempo fugitivo E de vossa belleza o doce fruto; Qu'em vão fóra de tempo he desejado.

Mas se o sereno Ceo me concedêra Qualquer quieto, humilde e doce estado, Onde com minhas Musas vivêra, Sem ver-me em terra alheia degradado; E alli outrem ninguem me conhecêra, Nem eu conhecêra outro mais honrado, Senão a vós, tambem como eu contente; Que bem sei que o serieis facilmente: E ao longo d'huma clara e pura fonte, Qu'em borbulhas nascendo, convidasse Ao doce passarinho, que nos conte Quem da chara consorte o apartasse; Despois, cobrindo a neve o verde monte, Ao gasalhado o frio nos levasse, Avivando o juizo ao doce estudo, Mais certo manjar d'alma, emfim, que tudo.

He elle o fixo, o luminoso ponto, Elle o centro commum qu'em torno cercão, Sem cessar gravitando, aureos Planetas, A Lua descubro, e vejo os mares, Os largos, fundos, procellosos rios, Que parecem, da terra, obscuras manchas, Quando a vista de nos ceos espalho.

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