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Atualizado: 23 de outubro de 2025


Ora se tu vês claro, amigo Almeno, Que d'Amor os desastres são de sorte, Que para matar basta o mais pequeno, Porque não pões hum freio a mal tão forte, Qu'em estado te põe, que sendo vivo, Ja não se entende em ti vida nem morte? As cabras por o mar irão buscando Seu pasto; e andar-se-hão por a espessura Das hervas os delfins apascentando.

Que se o meu vos celebrasse, Necessario me sería Que os olhos d'aguia tomasse, para que não cegasse No sol de vossa valia. Vossos feitos sublimados Nas armas, dignos de gloria, São no mundo tão soados, Qu'em vós de vossos passados Se resuscita a memoria. Pois aquelle ânimo estranho, Prompto para todo effeito, Espanta todo o conceito: Como coração tamanho Vos póde caber no peito?

Ja que minha ventura, Ou a causa qu'a ordena, Quer qu'em pago da dor tome o soffrella; Será mais certa cura Para tamanha pena Desesperar d'haver ja cura nella. Porque se minha estrella Causou tal esquivança, Consinta meu cuidado Que me farte de ser desesperado, Para desenganar minha esperança: Pois somente nasci Para viver na morte, e ella em mi. Oh Nympha delicada, Honra da natureza!

Quem ha que veja aquelle, que tão clara Teve a vida, qu'em tudo por perfeito O proprio Momo ás gentes o julgára, Inda quando lhe visse aberto o peito, Se a Fortuna, ao bom somente avara, O reprime, e lhe nega seu direito, Que lhe não fique o peito congelado, Por mais e mais que seja exprimentado? Democrito dos deoses proferia Que erão sós dous; a Pena, e o Beneficio.

Bem merecia, certo, fama e gloria Quem dava regra contra o esquecimento, Que sepulta qualquer antigua historia. Mas o Capitão claro, cujo intento Bem differente estava, porque havia Do passado as lembranças por tormento; Oh illustre Simonides! Se me désses hum'arte, qu'em meus dias Me não lembrasse nada do passado, Oh quanto melhor obra me farias!

Se esta tão clara Te põe claros teus enganos, Desengana: Sobejamente mal , Quem com tantos desenganos Se engana. Mas como tu sempre mores No engano em que andamos, E que vemos, Não cremos o que tu podes, Senão o que desejamos E queremos. Nada te póde estimar Quem bem quizer conhecer-te E estimar-te; Qu'em te perder ou ganhar, O mais seguro ganhar-te He perder-te.

Agora se claro em teus primores Qu'em ti s'esmerou mais a natureza; E qu'erão os seus cantos prophecias Do que havias de ser em nossos dias. , pois, se vinha a ser culpavel falta Em mi o não render-te amante a vida, E se deixar d'amar glória tão alta Era digno da pena mais crescida.

Perca-se, em fim, ja tudo o qu'esperei, Pois n'outro amor ja tendes esperança. Tão patente será vossa mudança, Quanto eu encobri sempre o que vos dei. Dei-vos a alma, a vida e o sentido; De tudo o qu'em mi ha vos fiz senhora. Prometteis, e negais o mesmo Amor. Agora tal estou, que de perdido, Não sei por onde vou, mas algum'hora Vos dará tal lembrança grande dor.

Tristes lembranças tanto o traspassavão, Que a dura sésta nelles passava; O tempo qu'em prazer outros gastavão, Em celebrar seu mal elle o gastava; As festas que com jogos celebravão, Elle com suspirar as celebrava: Nada buscava mais, mais não queria Que o repouso do fogo em qu'elle ardia.

FRONDOSO. Olhos, que vírão tua formosura; Vida, que de ver-te se sostinha; Vontade, qu'em ti'stava transformada; Alma, qu'ess'alma tua em si tinha, Tão unida comsigo, quanto a pura Alma co'o debil corpo está liada; E que agora apartada Te de si com tal apartamento, Qual será seu tormento? Maior he que o que sente O triste corpo em última partida. Perca, quem te perdeo, tambem a vida.

Palavra Do Dia

arnozo

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