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Baixos e honestos andais, Por vos negardes a quem Não quer mais que aquelle bem, Que vós no chão espalhais? Se pouco vos mereci, Não m'estimeis mais que o chão, A quem vós o galardão Dais, e mo negais a mi. Venceo-me Amor, não o nego; Tẽe mais fôrça qu'eu assaz; Que como he cego e rapaz, Dá-me porrada de cego. Volta. porque he rapaz ruim, Dei-lhe hum boféte zombando.

Perca-se, em fim, ja tudo o qu'esperei, Pois n'outro amor ja tendes esperança. Tão patente será vossa mudança, Quanto eu encobri sempre o que vos dei. Dei-vos a alma, a vida e o sentido; De tudo o qu'em mi ha vos fiz senhora. Prometteis, e negais o mesmo Amor. Agora tal estou, que de perdido, Não sei por onde vou, mas algum'hora Vos dará tal lembrança grande dor.

Pois o ver-vos tenho em mais Que mil vidas que me deis, Assi como a que me dais, Meu bem, ja que mo negais, Meus olhos, não mo negueis. E se a tal estado vim Guiado de minha estrella, Quando houverdes de mim, Minha vida, dae-lhe a fim, Minh'alma, lembrae-vos della. Tudo póde huma affeição. Glosa.

Se hum mal grande se alevanta N'hum coração que maltrata, A affeição se desbarata; Porque onde a ágoa he tanta O fogo d'amor se mata. E pois tive tal tenção, Perdoae, Senhora, a culpa Deste vosso coração. Não se alcança assi perdão D'erro que não tẽe desculpa. Ora pois assi tratais Quem em tanto risco pôs O amor que vós negais, Eu m'ausentarei de vós Onde mais me não vejais.

Mostrae vós, Senhor, tambem. Aqui o podeis olhar. Oh cousa para espantar! Que ambos a ferida tem D'hum tamanho, em hum lugar! Jupiter, Amphitrião e Sosea. Dice mi Señora Alcmena Que no se ha de así de estar Con un bobo á razonar, Que se le enfria la cena. Belferrão, vamos cear. Belferrão, não me deixeis. Como? tambem me negais?

Mas se quereis que tenha alguma glória, Por galardão d'amar e ser sujeito, Perderei de tormentos a memoria. Porém, pois mo negais, de todo engeito A palma, qu'he ventura; e na parreira, Qu'he'sperança perdida, me deleito. Entretanto co'a flor da laranjeira, Qu'he desafio duro e arriscado, Posso arguir da hora derradeira.

Mas sois tão desconhecida, E são meus males de sorte, Que vos ameaça a morte, Porque me negais a vida. Se por boa Tal justiça se pregoa; Quando desta sorte for, Havei vós perdão de Amor, Que a parte ja vos perdoa. Mas o que mais temo, emfim, He que nesta differença, Que se não torne a doença, Se me não tornais a mim.

Vós a mais certa estrada De ver a summa alteza, Do efeito a causa abris a est'alma minha. Assi mortal belleza della nasce, e nella se resume; Assi celeste lume dos ceos se deriva, e caminha. Pois, como a Deos unir-me a vista possa, Porque a negais, meu sol, a est'alma vossa?

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