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O senhor administrador, que passáva as horas da repartição namorando com um binoculo, por traz da vidraça do seu gabinete, a esposa do Telles alfaiate começára subitamente a dar gargalhadas á janella: o escrivão Borges correu logo, de penna na mão, á varanda, a vêr de que ria sua senhoria, e, muito divertido, a fungar, chamou á pressa o Arthur Couceiro que estava copiando, para estudar á guitarra, uma canção da Grinalda: o amanuense Pires, severo e digno, aproximou-se, carregando para a orelha o seu barretinho de sêda, com horror ás correntes d'ar; e em grupo, d'olho arregalado, observavam os dois padres, que tinham parado á esquina da igreja.

Ó velha Disciplina, ó serodia vestal De palmito e capella, os cabellos pintados, A virginal grinalda, á laia d'avental, O rosto convulsivo a desfazer-se em brados. Ó ginja delambida, ó velha sem razão, Vamos fazer autopsia ao vosso coração.

Tudo alli é muito amar, profundamente sentir e divinamente cantar: Que é d'esses cabellos d'ouro Do mais subido quilate, D'esses labios escarlate, Meu thesouro! Que é d'uma flôr da grinalda Dos teus dourados cabellos, D'esses olhos, quero vêl-os, Esmeralda! Que é d'essa alma que me deste! D'um sorriso, um que fosse. Da tua bôca tão dôce Flôr celeste!

Os paes da noiva, poesia publicada no sexto volume da Grinalda, valem muito não pela correcção metrica, que é irreprehensivel, como pelo thema, que é terno, mavioso, commovente. Tudo é festa em derredor da noiva. duas pessoas, os paes, teem lagrimas nos olhos. Quando a rapariga parte sob uma chuva de flores, recolhem-se os dous velhos para chorarem em segredo a sua profunda saudade.

D'antes os Bispos usavam algumas vezes uma corôa ou grinalda de laminas de metal, cravejada de pedras, debaixo da qual elles punham um barrete pouco elevado ou um pedaço rectangular de seda ou de tela, cujas extremidades, ordinariamente bastante compridas, fluctuavam livremente sobre as costas.

A tampa de um assucareiro do mais antigo Saxe, levantando, em relevo, uma deliciosa grinalda de boninas e amores perfeitos, recordava, na suavidade das fórmas e no primor das folhagens, as creações elegantissimas de Vanloo e Bucher.

Até então, Jorge Coelho amou sua mãi e irmãos, flôres, estrellas, fontes murmurosas, os pinhaes rumorejantes, o céo azul e as nuvens abertas em coriscos, os repiques festivos do campanario da sua aldêa e o dobre de finados, a cantilena da pastora e o gemer convulsivo da viuva e da orphã. Tudo lhe era n'este mundo poesia, desde a grinalda de flôres da esposada até á baeta negra do esquife.

Era uma criança loira Quando a vi na sepultura; Da açucena tinha a alvura, Teve o seu curto durar. Folheando o quinto volume da Grinalda encontramos tres poesias de Julio Diniz. A primeira é uma versão de Henri Heine, que de certo Gomes Coelho escolheu pela delicadeza peculiar das legendas allemãs, que a caracterisa.

«Tenho a satisfação de saber que chegaste á florida idade dos quarenta, sem que uma petala se haja fenecido na tua grinalda de virgem. Em meio d'esta fornalha de Babylonia, portaste-te como verdadeira salamandra. Era grande o meu jubilo quando te via chegar a caza em mangas de camiza, e, rosado de pejo, me dizias que mulher de Pharaó te despira o fraque!

E, se assim não fizer, o seu alaúde não tem sons, e o genio fallece-lhe de impotencia. Mas o poeta quer este titulo; cantor quer a grinalda das flores em troca da corôa de espinhos; é preciso cantar. Se lhe pedisseis, em vez de horrores, uma poesia banhada de luz celeste, em que os mil reflexos de cima fossem as virtudes possiveis no mundo...

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