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Atualizado: 6 de outubro de 2025


Veio-lhe então um desejo furioso de se vingar dos padres, dos ricos, e da religião que os justifica. Voltou muito decidido ao escriptorio, e entreabrindo a porta: Vossa excellencia ao menos agora licença que eu desabafe no jornal?... Queria contar esta maroteira, cascar n'essa canalha... Esta audacia do escrevente indignou o doutor.

Mas então que quer vossê? repetia o conego n'um tom cavo, arrancando as palavras do abysmo do thorax. Que quero!? quero que não haja escandalo! Que hei de eu querer? De quantos mezes está ella? De quantos mezes? Está d'agora, está d'um mez... Então é casal-a! exclamou o conego com explosão. Então é casal-a com o escrevente! O padre Amaro deu um pulo: C'os diabos, tem vossê razão!

Mas, como ella pensou, «fôra decerto um fogacho» porque, dias depois, quando conheceu mais João Eduardo, quando pôde fallar livremente com elle, reconheceu que «não tinha nenhuma inclinação pelo rapaz». Estimava-o, achava-o sympathico, bom moço; poderia ser um bom marido; mas sentia dentro em si o coração adormecido. O escrevente porém começou a ir á rua da Misericordia quasi todas as noites.

E informado que era o escrevente da administração, fallou d'elle com tanto apreço á esposa do senhor governador civil, que Arthur obteve a gratificação de oito mil reis, que havia annos implorava. Áquellas reuniões nunca faltava o Libaninho.

E Amaro, da sombra, examinava-a longamente como para se certificar, na placidez do seu rosto, da virgindade do seu passado. Cansadinho, senhor parocho, hein? disse a S. Joanneira. E para João Eduardo: Trunfo, faz favor, seu cabeça no ar? O escrevente, namorado, distrahia-se.

Disse por isso a Agostinho sêccamente: Isto não póde ir como artigo da redacção, deve apparecer como communicado. Cumpra estas ordens. E Agostinho declarou ao escrevente que a coisa publicava-se como um Communicado, assignado: Um liberal. Sómente João Eduardo terminava o artigo exclamando: Álerta, mães de familia!

Representava-se então Amelia com a sua corôa de flôres de laranjeira, e João Eduardo, muito vermelho, de casaca, voltando da , casados... Via a cama de noivado com os seus lençoes de renda... e todas as provas, as certezas do amor d'ella pelo «idiota do escrevente» cravavam-se-lhe no peito como punhaes... Pois que casem, e que os leve o diabo!...

João Eduardo por fim era um homem; tinha a força dos vinte e seis annos, os attractivos d'um bello bigode. Ella teria nos braços d'elle o mesmo delirio que tinha nos seus... Se o escrevente fosse um velho consumido de rheumatismo, ella não mostraria a mesma resignação.

Emfim o escrivão da administração, o Domingos, compareceu, muito grave, de mangas de lustrina enfiadas: e com o cabo de policia levou logo para a administração o escrevente, que não resistia, todo pallido...

Quantas vezes João Eduardo, passando alta noite pela rua das Sousas, tinha visto na janella do parocho uma luz amortecida! Porque ultimamente João Eduardo, como todos que têm um desgosto amoroso, tomára o habito triste de andar até tarde pelas ruas. O escrevente, logo desde os primeiros tempos, percebêra a sympathia de Amelia pelo parocho.

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