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Atualizado: 6 de outubro de 2025


Mas agora, com os senhores liberaes, tinha de vêr aquelle miseravel escrevente a seis vintens por dia apoderar-se-lhe da rapariga e elle, sacerdote instruido, que podia ser bispo, que podia ser Papa, tinha de vergar os hombros e ruminar solitariamente o seu despeito! Ah! se as maldições de Deus tinham algum valor malditos fossem elles!

A snr.^a D. Maria da Assumpção quiz mesmo que se lhe puzesse uma almofada para elle apoiar o hombro dorido. Aquelles detalhes indignavam as senhoras. O escrevente apparecia-lhes peor que Longuinhos e que Pilatos. Que malvado! O senhor parocho devia-o ter calcado aos pés! Ah! era d'um santo, ter perdoado! Fiz o que me inspirou o coração, disse elle baixando os olhos.

Ás primeiras palavras, porém, do casamento com o escrevente, Amelia indignou-se com espalhafato. Nunca, antes morrer! O quê? Elle punha-a n'aquelle estado e agora queria descartar-se d'ella e passal-a a outro? Era ella porventura um trapo que se usa e que se atira a um pobre? Depois de ter posto fóra de casa o homem, havia de humilhar-se, chamal-o e cahir-lhe nos braços?... Ah, não!

Amelia decidiu então disfarçar o que lhe ia no coração: sempre considerára o escrevente um pouco tapado e se elle percebêra, que fariam as Gansosos tão finas, e a irmã do conego que era cortida em malicia!

Todos os demais personagens, alguns d'elles apenas indicados por quatro palavras, que têem o poder de uma evocação, o conego Dias, o padre Natario, o padre Brito, o chantre, o coadjutor, o Libaninho, o tio Esguelha, o escrevente, o redactor da Voz do Districto, as senhoras Gançosos, a sr.ª D. Maria da Assumpção, a Joanneira, vivem, têem uma physionomia, uma personalidade.

Mas a face consternada do escrevente, que não se movia, de junto á banca, impacientava-o; e disse com seccura, puxando para diante de si um volume d'autos: Emfim, acabemos, que quer o amigo? , eu não lhe posso dar remedio.

Fizera vinte e tres annos quando conheceu João Eduardo, no dia da procissão de Corpus-Christi, em casa do tabellião Nunes Ferral, onde elle era escrevente. Amelia, a mãi, a snr.^a D. Josepha Dias tinham ido vêr a procissão da bella varanda do tabellião, guarnecida de colchas de damasco amarello. João Eduardo estava , modesto, sério, todo vestido de preto.

A mamã diz que podemos viver juntos, disse ella, esforçando-se por fallar tranquillamente. Está claro, e eu vou mandar fazer lençoes, acudiu elle, todo alterado. Attrahiu-a então a si, subitamente, beijou-lhe os labios; ella teve um soluçosinho, abandonou-se-lhe entre os braços, toda fraca, toda languida. Oh, filha! murmurava o escrevente.

Amaro tinha um sorriso livido, partindo devagar a sua torrada, com os olhos fitos na chavena. Amelia, na presença de João Eduardo, agora, não tinha com o parocho a mesma familiaridade alegre, mal levantava os olhos da costura; o escrevente calado chupava o cigarro; e havia grandes silencios em que se sentia o vento uivar, encanado na rua.

Assim que chegou o escrevente do tabellião, subiu com elle por entre um matagal de bravio até ao alto de um outeirinho onde se erguia um pombal descaliçado, mas ainda assim a porção menos esboroada das pertenças da quinta, graças á fortaleza do tecto abobadado de pedra.

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