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Atualizado: 6 de junho de 2025
Porque é que não me adiantei, e não pedi uma «apresentação?» Nem sei. Talvez o requinte em retardar, que fazia com que La-Fontaine, dirigindo-se mesmo para a felicidade, tomasse sempre o caminho mais longo. Sabe o que dava tanta seducção ao palacio das Fadas, nos tempos do rei Arthur? Não sabe. Resultados de não lêr Tennyson... Pois era a immensidade d'annos que levava a chegar lá, através de jardins encantados, onde cada recanto de bosque offerecia a emoção inesperada d'um flirt, d'uma batalha, ou d'um banquete... (Com que morbida propensão acordei hoje para o estylo asiatico!) O facto é que, depois da contemplação junto á hombreira, voltei a cear ao pé da minha radiante tyranna. Mas por entre o banal sandwich de foie-gras, e um copo de Tokay em nada parecido com aquelle Tokay que Voltaire, já velho, se recordava de ter bebido em casa de Madame d'Etioles (os vinhos dos Tressans descendem em linha varonil dos venenos da Brinvilliers), vi, constantemente vi, os olhos finos e languidos. Não ha senão o homem, entre os animaes, para misturar a languidez d'um olhar fino a fatias de foie-gras. Não o faria decerto um cão de boa raça. Mas seriamos nós desejados pelo «ephemero feminino» se não fosse esta providencial brutalidade? Só a porção de Materia que ha no homem faz com que as mulheres se resignem á incorrigivel porção d'Ideal que n'elle ha tambem para eterna perturbação do mundo. O que mais prejudicou Petrarcha aos olhos de Laura foram os Sonetos. E quando Romeu, já com um pé na escada de sêda, se demorava, exhalando o seu extasi em invocações á Noite e á Lua Julietta batia os dedos impacientes no rebordo do balcão, e pensava: «Ai, que palrador que és, filho dos Montaigus!» Este detalhe não vem em Shakspeare mas é comprovado por toda a Renascença. Não me amaldiçôe por esta sinceridade de meridional sceptico, e mande-me dizer que nome tem, na sua parochia, a loura castellã do Anjou. A proposito de castellos: cartas de Portugal annunciam-me que o kiosque por mim mandado erguer em Cintra, na minha quintarola, e que lhe destinava como «seu pensadoiro e retiro nas horas de sésta» abateu. Tres mil e oitocentos francos achatados em entulho. Tudo tende á ruina n'um paiz de ruinas. O architecto que o construiu é deputado, e escreve no Jornal da Tarde estudos melancolicos sobre as Finanças! O meu procurador em Cintra aconselha agora, para reedificar o kiosque, um estimavel rapaz, de boa familia, que entende de construcções e que é empregado na Procuradoria Geral da Corôa! Talvez se eu necessitasse um Jurisconsulto me propozessem um trolha.
Por uma singular aberração, são justamente os que mais falam de positivismo e factos positivos os que parecem esquecer ou ignorar que a consciencia humana é um facto, que a sua actividade, expressa e objectivada em milhares de manifestações, desde os codigos até á poesia, e atravez de milhares d'annos, constitue uma ordem de factos tão positivos e tão irrecusaveis como os da physica ou da astronomia.
Quando famelica te nutres D'um Warterloo, grandiosa prosa, Sustentas todos os abutres Só co'as migalhas da tua mesa! Para o teu ultimo festim, Gargantua sordido e voraz, Foi aos açougues de Berlim A Morte a encher o seu cabaz. Es magro e funebre molosso Ha milhões d'annos sempre a uivar: Ó Guerra, traz-me o meu almoço! Ó Peste, traz-me o meu jantar!
Quando um condemnado podesse derramar lagrimas bastantes para fazerem quantos mares e rios tem o mundo, ainda que vertesse uma só lagrima em cada seculo, elle não estaria mais adiantado, depois de tantos milhões d'annos, como quando começou a penar.
A historia da philosophia, diz Herculano, é a historia de um edificio começado ha milhares d'annos em que um seculo revolve os fundamentos que outro lançou, para lançar os seus, os quaes egualmente são revolvidos pelo seculo seguinte, cujos trabalhos condemnará o que vier após elle.
Duas taboas cederam, elle furou atravez, esgaçando a quinzena n'um prégo. E respirou emfim no agazalho do pomar murado, deante das varandas da casa abertas á frescura da tarde, junto da Torre, da sua Torre, negra e de mil annos, mais negra e como mais carregada d'annos contra a macia claridade da lua-nova que subia. Com o chapeu na mão, enxugando o suor, entrou na horta, costeou o feijoal.
Voltando á sala, encontrei Jacintho muito alegre entre as senhoras, que se familiarisaram, escutando cheias de riso e gosto, a historia da sua chegada a Tormes, sem malas, sem creados, tão desprovido que dormira com a camisa da caseira! Mas a minha pobre noite d'annos findava, desorganisada.
Era o seu quarto de solteira, claro e fresco sobre o pomar, onde ainda se conservava o seu leito de linda madeira embutida, um toucador illustre que pertencera á Rainha D. Maria Francisca de Saboya, e o sophá, as cadeiras de casimira clara em que Gracinha bordára, n'um arrastado labor d'annos, o Açor negro dos Ramires.
Pelo que respeita em especial ao drama D. Maria Telles a Secção de Litteratura ainda pede para elle a indulgencia do Conservatorio. A leitura d'esta composição revéla a verdura d'annos e inexperiencia do seu auctor.
Deixemos a D. Casimira, que tem bacia nova para os seus semicupios... Vamos á outra infamia do Sr. Antonio Villalobos! Mas Barrôlo insistia, curioso: Não, não, conta lá, Titó... Noite d'annos, patuscada rija, hein? Ceia pacata, contou o Titó com a seriedade que lhe merecia a festa das suas amigas. A D. Casimira tinha uma bella frangalhada com ervilhas.
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