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Atualizado: 25 de outubro de 2025
Obrigado, respondeu Jorge, apertando-lhe a mão. E dispunha-se a deixar a meza. N'este momento, porém, entrava o cabinda, trazendo pela mão uma negrinha de 10 annos, que o negro foi apresentar-lhe. Que é isso, cabinda?
A onça do cannavial e o jabirú das lagôas teem o seu parceiro, como tinha o cabinda, quando veio da sua terra. E a senhora moça, vê o branco nos sonhos, como o cabinda vê a sua parceira e os filhos, mas o branco não apparece. Não te entendo, cabinda, acudiu Magdalena, scismando no que o negro lhe dizia. O mal da senhora moça é aqui, disse o cabinda, indicando no peito o logar do coração.
E o branco tambem quer muito á minha filha, muito; acudiu o cabinda, a quem o enthusiasmo de Magdalena, havia enthusiasmado tambem. Quem sabe? murmurou ella, n'uma expressão d'alguma duvida. O negro vê. Hontem, no jantar, os olhos do branco buscavam os olhos da senhora moça. Eram como a jurity do matto, a chamar a companheira entre as folhas do capim...
As mãos formosas e delicadas premiam suavemente as teclas de marfim, mas o seu espirito só via uma imagem, aquella musica só lhe repetia um nome: Luiz. E tão embebida estava, tão embrenhada jazia n'aquelle sonho que a dominava, que nem sequer deu pelo cabinda, que surgiu cautelloso a uma das portas. O negro parou n'uma contemplação, que era a maior prova do seu culto por Magdalena.
Mas o cabinda, atalhou o negro, não quer deixar a casa do seu senhor, não quer viver longe da sua filha. Não, não nos has-de deixar, que nós somos todos teus amigos, acudiu a creança, affagando o escravo, emquanto Jorge dizia comsigo, no intimo da consciencia: O negro tem a côr do urubú, mas tem alma de pomba rola! Horas depois, Beatriz, a esposa de Jorge, tinha entregado a alma ao Creador.
E abraçava a roupa do leito para abraçar a moribunda, chorava como doido, soluçando em desespero e supplicando com ardor: A mãe do cabinda ha-de deixar a sua filhinha e o seu parceiro, a chorarem saudades como o bemtevi do matto? Não, não nos deixes, mãe senhora!
Em 1859, Jorge de Macedo, negociante de café em grande escala, e, ao mesmo tempo, abastado capitalista, vivia no Botafogo, em um formoso palacete, circumdado de lindissimos jardins. Magdalena, a filha do cabinda, n'esta epocha, em que principia a nossa narrativa, tinha desenove annos, e era a fada d'aquelle arrabalde do Rio de Janeiro.
O negro ficou só, e Jorge sorriu-se, dizendo: Olha que te canças, doidinha! A filha do cabinda transpoz rapida o espaço que a separava de Jorge, e apenas se achou junto d'elle, fez dos braços um collar, com que lhe prendeu o pescoço, e começou a cobril-o de beijos carinhosissimos, a que elle correspondia em visivel expressão de jubilo e de ventura.
Oh! exclamou elle baixinho, é ella, a filha do cabinda! E foi, pé ante pé, collocar-se de joelhos, junto á meza de pedra, em posição d'onde melhor podia contemplar a sua filha, e assim ficou sem despregar os olhos d'ella. Era uma loucura aquella affeição do negro! O cabinda permanecia alli, como o verdadeiro crente, em face do altar do Christo crucificado.
E tu, Magdalena, ficas encarregada de ir agradecer a todos, em quanto vamos para o jardim esperar o café. Como és nosso amigo, cabinda! disse Magdalena. E foi assim que terminou o jantar. Jorge e os convivas desceram para o jardim. Magdalena foi agradecer em nome de seu pae a lembrança dos escravos.
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