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O negro chegava n'este momento, diringindo-se a Jorge: A sua benção, meu senhor! Adeus, cabinda. E amanhã?... perguntou Magdalena, sorrindo com intenção. Amanhã...

O branco que a minha filha á noite, quando dorme, é que ha de vir cural-a. Como? Não sei. Quando? Elle virá. O negro tambem tinha isso, , na sua terra. No matto, no cannavial, quando o negro andava á caça, e no rio, quando dormia dentro da sua canôa, o cabinda não tinha a sua parceira, mas o negro via-a sempre.

Magdalena estava tranzída de medo; o mulato espumante de raiva, no meio da sua impotencia; e o cabinda risonho, mas n'uma alegria feroz. Era um quadro digno d'um pincel aprimorado. Mato a serpente, senhora moça! dissera o negro a Magdalena, quando esta lhe perguntava o que fazia, vendo-o agarrado ao pescoço do infame mulato.

Pelo cabinda. O negro quer-me muito; bem sabe que sou a filha d'elle. Muito bem. Agora retiro-me que são horas. Levo-a a V. Ex.^a gravada nos olhos, e no coração. Faça-me ainda uma coisa, faz? Tudo, minha senhora. Deixe as excellencias com que me trata e mostre-me mais confiança. Seja. Era essa a minha vontade. Adeus... Magdalena. Até breve... Luiz!

E em quanto Luiz pensava n'isto e na sua Magdalena, ia a lua caminhando pelos páramos do azul sem fim, namorando a formosa filha do cabinda, que a olhava melancholica nas saudades do primeiro amor, e reflectindo as suas mil agulhas de prata reluzentes nas aguas murmuradoras das cachoeiras da floresta, e no espelho do vasto Guanabára.

Oh! mas o cabinda é alegre, como o jacaiol da floresta, quando a sua filha ri e falla ao negro! Pois olha, meu amigo, estou agora muito triste... muito!... E Magdalena ficou como que embebida n'uma ideia que a dominava, com o rosto em visivel expressão de melancholia. E que tem a senhora moça? perguntou o negro com anciedade e receio.

A formosa filha do cabinda estava vendo diante de si vastissimas campinas de flores perfumadas; estava ouvindo umas harmonias alegres, como nunca ouvira; tinha por cima o céo azul, limpido e sereno dos dias tropicaes, e em baixo, na terra, a esteira matizada de flores, que a mão d'uma fada branca, aeria e vaporosa, andava espargindo prodigamente.

Tenho mêdo. Tu que dizes? Que a minha filha diga ao mulato que venha. Mas... Não tem duvida. O cabinda está! A onça não tem mêdo ao tigre que assalta o seu covil. O negro tem visto muita jiboia! Magdalena, para não demorar mais o portador, tomou uma meia folha de papel e escreveu o seguinte: «Espero-o á hora marcada. Magdalena

Momentos depois, partia o cabinda do Botafogo para o Rio, no vapor da carreira, com a seguinte carta de Jorge para Luiz. Meu socio e amigo. «Para negocios de gravidade preciso, ainda hoje mesmo, fallar-lhe e ao senhor Americo. Rogo-lhes pois o obsequio de chegarem aqui, onde os fica esperando o seu Socio amigo, etc. Jorge de Macedo

Á felicidade de V. Ex.^a, brindaram todos. Obrigado, agradeceu Jorge pela filha. E o jantar seguiu, e os brindes continuaram. Luiz olhava cada vez mais para Magdalena, e é certo que encontrava sempre os olhos d'ella pregados nos seus. Americo analysava aquillo, e o cabinda analysava o mulato.

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