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Atualizado: 20 de junho de 2025


O citado abbade Corrêa nota, com razão, que tal adopção de um homem nobilitado por seus cargos e pela qualidade de cavalleiro, feita por uma plebea, era inteiramente opposta ás idêas do seculo XV, devendo-se por isso suspeitar que Azurara foi d'aquellas pessoas, para quem o respeito ao dinheiro é o principal de todos os respeitos.

D'esta reunião de noticias varias e contradictorias concluimos nós que Fernandes, sem criterio, nem ideia de legar á posteridade a lenda de Machico ou a chronica de Azurara, reuniu no seu livro tudo quanto podesse avolumal-o ou augmentar-lhe o valor, quer fosse absurdo quer não. Este livro foi, portanto, colligido como objecto de mera especulação.

Do merecimento litterario de Gomes Eannes de Azurara diremos em breves palavras o que entendemos. Pode-se de algum modo comparar ao italiano Alfieri, posto que pareça pouco exacta qualquer comparação entre um auctor de chronicas e um poeta dramatico.

Como exemplo direi que era assentado não haver em Portugal vestigio algum da influencia immediata de Van Eik na pintura portugueza, e não existir do infante D. Henrique, o Navegador, mais que um retrato, na miniatura annexa ao bello manuscripto de Azurara, presentemente propriedade da Bibliothèque Nationale, em Paris.

Major notando, no capitulo V da sua mencionada obra, ter predominado em perto de tres seculos, a opinião de haverem sido as ilhas da Madeira e Porto Santo descobertas em 1418 e 1420; attribue a Barros o erro d'essa supposição, dizendo que este escriptor excedera a authoridade do chronista Azurara, de quem confessa ter tirado o processo do descobrimento.

Do conde Duarte de Menezes, a quem D. Affonso V deu a capitania de Alacer-Ceguer, e que foi um dos heroes da Africa, diz Gomes Eanes de Azurara: «Foi este conde de baixa estatura de corpo, enformado em carnes, e de cabellos corredios, e graciosa presença, embargado na falla, e homem de grande e bom entendimento, pouco risonho nem festejador, tal que quasi do berço começou de ter auctoridade e representação de senhorio.

Quanto a Valentim Fernandes é preciso saber-se que o seu livro não passa de um aggregado de varias noticias, escriptas por diversos individuos, onde a par da lenda de Machico figura uma «Chronica», tambem manuscripta, «da descoberta e conquista de Guiné» por Azurara, escriptos estes que, quanto ao nosso ponto, se contradizem mutuamente.

Mas, ainda que ponhamos de parte esta ideia, a «Epanaphora» de Mello, pela sua natureza evidentemente romantica, por ser perto de dous seculos e meio posterior ao descobrimento da Madeira, e talvez tres á epocha em que se pretende dar por succedido o caso de Machico, está muilo longe de poder ter a honra de ser comparada com a chronica de Azurara, ou com as Decadas de Barros; e muito menos de poder servir para decidir o caso.

Depois de tão largo periodo foi substituido por Gomes Eannes de Azurara, que D. Affonso V nomeou em logar de Fernão Lopes, por este ser tam velho e flaco, que per sy non podia bem servir o dicto officio, dando-o a outrem por seu prazimento e por fazer a elle mercê, como é rezom de se dar aos boõs servidores, segundo diz a carta de nomeação de Azurara.

Francisque Michel, chega a escrever: «Nous ne savons rien de sa vie». Quanto aos escriptores nacionaes, não quero, comtudo, deixar de citar Gomes Eanes de Azurara, porque escrevia em circumstancias verdadeiramente embaraçosas para elle. Azurara fôra encarregado por D. Affonso V de escrever a Chronica do descobrimento e conquista de Guiné.

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