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Atualizado: 20 de junho de 2025


Azurara, citando as invectivas do Infante contra as hesitações dos primeiros navegantes mandados a descobrir, falla nas opiniões de «quatro mareantes, os quaes, como são tirados da carreira de Flandres ou de outros alguns pontos para que commummente navegam, não sabem mais ter agulha nem carta de marear» . Com estas breves palavras fixou Azurara o estado dos conhecimentos de navegação no começo dos descobrimentos.

A indole vulgar do idioma portuguez não se oppõe a esta supposição. Azurara auxilia-a quando na sua chronica lhe chama Machito , e o proprio Mello quando o nomeia Machino .

Gomes Eannes de Azurara, na continuação da chronica de D. João I por Fernão Lopes, transcreve um discurso feito áquelle principe pelos seus confessores, frei Vasco Pereira e frei João Xira, a quem elrei pedira lhe dissessem se era serviço de Deus intentar a conquista de Ceuta.

Não descontinuavam, no emtanto, diligencias para se descobrir o esconderijo, em que se homisiava sempre que se presumia ir-lhe lançar a mão á ponta do veo. Com a obstinação do mysterio, recrescia o affinco das pesquizas. Apparece um fio no labyrinto: as minhas cartas vão por Villa do Conde para Azurara; mas ¿quem as toma em Azurara?

Este testemunho é o de Gomes Eannes de Azurara, historiador que os nossos leitores conhecem , e que diz o seguinte no capitulo 63 da chronica do conde D. Pedro de Menezes «e assy o livro d'Amadis, como quer que sómente este fosse feito a prazer de um homem, que se chamava Vasco Lobeira em tempo d'el-rei D. Fernando, sendo toda-las cousas do dito livro fingidas do auctor» Este logar de um escriptor, a bem dizer coevo, deve tirar a última sombra de duvida sobre a nacionalidade do celebre Amadis de Gaula.

A lenda, contada pelo ameno auctor das «Epanaphoras», não nos consta que tenha sido relatada por nenhum escriptor do seculo XV; Azurara nada diz a tal respeito, e crêmos que se a tivesse por verdadeira teria feito d'ella menção na sua «Chronica de Guiné», conforme fez das descobertas de outros estrangeiros.

Foi depois d'esta epocha que Gomes Eannes entrou no serviço d'el-rei D. Affonso V, como guarda da Torre do Tombo, segundo se colhe da carta de sua nomeação, passada a 6 de Junho de 1454; como bibliothecario da livraria real fundada por aquelle monarcha, do que nos informa mestre Matheus na obra citada; e como encarregado de escrever varias chronicas das cousas portuguezas, conforme o diz o proprio Azurara no capitulo II da Chronica do conde D. Pedro de Menezes.

Foi da influenzia d'elles e dos sabios que o infante D. Henrique e seus irmãos souberam attrair a Portugal, que procederam escriptores como Fernão Lopes, Gomes Annes de Azurára, Gil Vicente, João de Barros, Damião de Goes, Jeronymo Osorio, e Luiz de Camões, talvez o mais instruido e o mais sabio de todos os grandes poetas.

Com isto, e com chamar a Fernão Lopes o Homero da grande epopea das glorias portuguezas, teremos feito a tão illustre varão o mais cabal elogio. *Gomes Eannes de Azurara* A Fernão Lopes succedeu no cargo de guarda dos archivos Gomes Eannes de Azurara, como dissemos no primeiro artigo, com o consentimento d'elle, que por velho e doente de boa vontade resignou o emprego, que tão dignamente servira.

Mas supponhamos tudo quanto quizerem. Adoptemos como exacto o texto impresso de Azurara: vejamos ahi a apparição, embora não haja uma unica palavra a semelhante respeito. O testemunho singular de frei João Xira em 1415 não seria um pouco tardio para provar um successo de 1139, profundamente esquecido nos chronicons e monumentos coevos? Não o rejeitam as regras da critica sincera; regras estabelecidas accordemente por tantos e tão respeitaveis escriptores ecclesiasticos; regras, emfim, cuja solidez a experiencia demonstra de contínuo aos que se votam a serios estudos historicos? Quer v.. um exemplo domestico da utilidade das doutrinas dos Mabillons, dos Melchior-Canos, dos Fleurys, desprezadas por aquelles que desprezam tudo, menos os dezeseis tostões de um sermão de milagres?

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