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Atualizado: 5 de novembro de 2025


Antipovna, exactamente, An... ti... povna, confirma o principe. Não, principe, está equivocado! disse Maria Alexandrovna com um rizinho azêdo. Eu não me chamo Anna Nikolaievna, e, confesso, nunca suppuz que se esquecesse de mim. Estou espantada, principe, sou a sua velha amiga, a Maria Alexandrovna Moskalieva. Não se recorda, principe, da Maria Alexandrovna? Maria Ale... lexan... xandrovna!

Que quer que lhe eu faça... Eu avalio, Maria Alexandrovna... Mas colloque-se no meu logar! Foi elle que teve mão em meu pae que se queria enforcar, quando perdeu aquelle dinheiro do Estado!... Foi n'essa occasião, por signal, que elle insistiu em ser meu padrinho.

Estou toda a tremer por sua causa, principe!... O principe não conhece esta gente, não conhece, digo-lho eu... Não, que elle é preciso tempo para os conhecer. Deixe o caso por minha conta, Maria Alexandrovna, disse Mozgliakov; tudo se passará conforme lhe prometti. Entregar-me nas suas mãos, eu?... O senhor é um estouvado? o espero para jantar, principe. Costumamos jantar cedo.

Ai, meu Deus! Pavel Alexandrovitch! exclamam diversas vozes. Ai, meu Deus! Mas é o Pavel Alexandrovitch! E a senhora a dizer-nos, Maria Alexandrovna, que elle a estas horas devia estar em casa do Borodoniev? E a dizerem que estava escondido, Pavel Alexandrovitch, em casa do Borodoniev, ladra Natalia Dmitrievna.

isso é verdade, rico tio. Ora dize-me, rico tio, aprendeste logica? Valha-o Deus! Que pergunta? observa Maria Alexandrovna, escandalizada. Está c-claro, meu amigo... ha muito tempo, aqui para nós. Estudei philosophia, na Allemanha.

Quê, quê? pois ainda te mettes a raciocinar?! Que tens tu com isso? E ainda te atreves a fazer-me perguntas? Mas... é que eu, por mais que faça não posso perceber como é que eu o hei de convidar sem dizer palavra! Eu falarei por ti, e tu, fazes-lhe a tua cortesia, e mais nada, percebeste? De chapeu na mão... Percebi..., minha mãe... Maria Alexandrovna.

Maria Alexandrovna Moskalev é com toda a certeza a dama de mais subida importancia em Mordassov, nem haverá quem o conteste. Ao contemplál-a, dirieis que não precisa seja de quem fôr, e que, antes pelo contrario, toda a gente lhe deve obrigações. Goza de poucas sympathias, na verdade, é cordialmente detestada, até: mas temida tambem universalmente, e é isso que ella quer. E não representará isto um rasgo de finura politica? Por que será que, por exemplo, apezar de nutrir paixão por mexericos e de não poder dormir descansada no dia em que não soube nada de novo, por que será, sim, que pela apparencia de Maria Alexandrovna, tal é a sua majestade, não occorre á mente, seja de quem fôr, o facto de ella ser a primeira coscovilheira d'este mundo, ou quando menos, de Mordassov? Dir-se-ia antes que assim que apparece deveriam cessar, acto-continuo, de todo os mexericos, as comadres tremerem como garotetes em presença do prefeito, e as conversas guindarem-se desde logo aos assuntos mais transcendentes. E todavia, ella, a respeito de uns certos Mordassovenses está em dia com umas chronicas tão escandalosas que, se as dissesse a proposito e provando-lhes como ella o sabe fazer a authenticidade, Mordassov em pêso tremeria tal qual tremeu Lisboa em tempos. Mas se ella quanto a segredos é o proprio tumulo; é necessario dar-se um concurso de circumstancias extraordinarias para que ella consinta em falar n'umas certas coisas, e isto ainda entre amigos da maxima intimidade. Poderá arriscar uma allusão, dar a entender que "está em dia"; mas pella-se por manter a qualquer individuo homem ou mulher na sugestão de um temor perpetuo, em vez de o esmagar de um golpe. Isto é que é intelligencia, isto é que é tactica! Maria Alexandrovna sempre se distinguiu mercê do seu irreprehensivel comme il faut.

Estão lembrados d'aquella nojenta historia, ha dezoito mêses, a proposito da Zinaida Aphanassièvna, filha unica, de Maria Alexandrovna e de Aphanassi Matveich? Zinaida é uma beldade, e uma menina muito bem educada, de mais a mais; mas tem vinte e trez annos e ainda está solteira.

E dito isto, lhe lançava uns olhos, uns olhos de cordeiro nas vascas da agonia, se me é licita a expressão. Ponha tudo isto na sua ideia e calcule o effeito que haveria produzido uma scena assim no coração della! Pois sim, Maria Alexandrovna, supponhamos tudo isso

Qual era a causa de semelhantes boatos? Tão bem conheciam Maria Alexandrovna que lhe tivessem adivinhado, com tão perfeita unidade, os mais intimos pensamentos? Nem a inverosemelhança de um tal boato, visto como um projecto d'aquelle genero se não leva a effeito no espaço de uma hora, nem a falta evidente de todo e qualquer fundamento, pois ninguem sabia d'onde partira a noticia, puderam dissuadir os Mordassovenses. O mais surprehendente, era o haver-se principiado a espalhar o boato no proprio ensejo em que Maria Alexandrovna encetava aquella sua conversa com a Zina a semelhante respeito. Tal é o faro dos provincianos! O instincto dos novelleiros das cidadécas attinge por vezes as raias do maravilhoso. E todavia, o caso explica-se. Baseia-se no estudo intimo e perseverante do proximo. Todo o provinciano vive debaixo de uma redoma de vidro, como se disséssemos.

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